Por Harold
Walker
“E isso fazei,
conhecendo o tempo, que já é hora de despertardes do sono…” (Rm 13.11)
“Tocai a
trombeta em Sião, e dai o alarme no meu santo monte. Tremam todos os moradores
da terra, porque vem vindo o dia do Senhor; já está perto…” (Jl 2.1)
Certas experiências que os pais contam
repetidas vezes aos filhos ficam marcadas em sua memória. Meu pai, John Walker,
sempre falava de como se arrependia de ter estado tão desligado e insensível
aos horrores que aconteceram durante a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto –
apesar de ter tido acesso às notícias por ser estudante universitário naquele
período.
Poucas semanas atrás, ao assistir a dois
documentários sobre os acontecimentos atuais no Oriente Médio, senti o perigo
de me encontrar na mesma situação. Ao ouvir os depoimentos de especialistas,
jornalistas, membros do Congresso americano, ex-embaixadores de Israel e dos
EUA, oficiais do exército americano e outros sobre os bastidores das notícias
naquela região conturbada, fiquei literalmente assustado!
Já vimos este
filme antes!
As cenas que mais me impressionaram foram
as que retratavam centenas de milhares de pessoas em praças públicas ouvindo
discursos inflamados de radicais muçulmanos clamando pela aniquilação total de Israel
e a destruição dos EUA, de acordo com eles, o pequeno e o grande Satã
respectivamente. Uma cena foi no Egito, logo após a saída de Mubarak, onde 2
milhões de pessoas levantaram as mãos, jurando que estavam dispostas a ir para
Jerusalém e ser martirizadas pela causa do Islã. Em outra, quando Ahmadinejad,
o presidente do Irã, discursava abertamente sobre seu ódio a Israel e invocava
a vinda do Mahdi (o Messias muçulmano), senti calafrios.
Muitas vezes, as pessoas se sentem
confusas diante de tantas vozes divergentes. Umas, otimistas, dizem que as
coisas vão se encaixar em seus devidos lugares, e que haverá acordos de paz.
Outras profetizam catástrofes. Mas, de acordo com Brigitte Gabriel, jornalista
especializada em terrorismo no Oriente Médio, quando alguém lhe diz que
pretende matá-lo, geralmente é bom acreditar! Ela compara as repetidas e bem
documentadas ameaças de Ahmadinejad às bravatas de Hitler contra os judeus;
assim como Hitler não escondeu sua intenção e cumpriu exatamente o que
prometeu, devemos acreditar que o mesmo pode suceder com o Irã. Hitler até
escreveu um livro detalhando suas intenções, e ninguém deu crédito! Parece que
a mesma anestesia que amorteceu os sentidos dos estadistas da Europa e dos EUA
naquele tempo está agindo nos estadistas de hoje. Naquela época, diziam: “Ele é
louco. Nem preste atenção no que está dizendo! Ninguém seria capaz de realmente
fazer essas coisas!”
Hoje, à medida que o Islamismo radical
assume gradativamente o poder em diversos países, o pessoal do Departamento de
Estado dos EUA compara a iminente convivência com um Irã nuclear à época da
Guerra Fria, pensando que novamente conseguirão evitar o conflito. O que não
entendem é que o governo do Irã não é constituído por comunistas ateus e, sim,
por pessoas que acreditam piamente que sua missão na Terra é provocar um
desastre cataclísmico que apressará a vinda do seu Messias. Assim como Hitler
levava as massas ao delírio com seus discursos cheios de ódio, a ponto de
cometerem atrocidades sem dor de consciência, hoje os fanáticos muçulmanos
estão preparando populações inteiras para dar a vida em favor de Alá. Um
governo teocrático é muito diferente de um governo ateu. Energizadas por
promessas divinas, multidões de pessoas não se importam em morrer, e – pode ter
certeza – seus governos se importam menos ainda. A lógica da conversa racional,
dos argumentos de troca de vantagens, da diplomacia inteligente, nada vale
nesse território minado.
A
atitude de um governo para com seus próprios súditos revela muito sobre sua disposição
de cometer barbaridades com outros povos. De acordo com Reza Kahlili, autor do
livro A Time to
Betray (Um Tempo para
Trair), ex-integrante da Guarda Revolucionária Iraniana e agente da CIA, o
governo do Irã considera que uma perda de 20 milhões de iranianos inocentes
numa eventual retaliação de Israel não seria um preço exorbitante a pagar se
for possível aniquilar o Estado de Israel com um ataque nuclear surpresa. Em
seis minutos, conseguiriam fazer o que Hitler levou seis anos para fazer: matar
6 milhões de judeus!
Se você tem dúvidas sobre a atitude do
governo do Irã para com seu próprio povo, veja o que fizeram com os jovens que
ficaram revoltados com as trapaças cometidas nas últimas eleições (junho, 2009)
– muitos foram torturados e perderam a vida. O triste foi que os EUA ficaram
totalmente calados na ocasião e não deram um sinal sequer de apoio. Já agora,
diante da situação no Egito, Obama elogiou os revoltosos, dando apoio moral à
sua causa. O paradoxo nessa situação é que o governo iraniano acusou os jovens
manifestantes de serem marionetes dos EUA! Você já pensou se os manifestantes
iranianos tivessem recebido apoio do Ocidente e derrubado seu governo como
fizeram no Egito?
Diante dessas cenas e fatos (e de muitos
outros que não há espaço para mencionar aqui), senti o Espírito Santo
abrindo-me os olhos e me alertando do torpor espiritual que afeta grande parte
dos cristãos hoje. Senti que o mesmo espírito diabólico que inspirava Hitler em
suas terríveis maquinações contra Deus e seu povo, os judeus, está atuando
novamente numa escala muito maior e muito mais ameaçadora. Ouvi o Sheik Yusuf
al-Qaradawi (o que discursou para os 2 milhões de pessoas na Praça Tahrir no
Egito) dizendo, com todas as letras, que o Holocausto foi uma ótima coisa, um juízo
de Deus sobre os judeus, e que, agora, vai acontecer novamente mas de forma
melhor porque será pelas mãos dos fiéis.
Satanás sabe que Jesus vai voltar para
Jerusalém, e que Deus jurou que abençoaria Abraão e sua descendência e faria
deles uma bênção para todas as famílias da terra. Ele odeia Deus e os seus
propósitos na Terra. Por isso, levantou Hitler no século passado e está
avivando o Islamismo radical hoje. Testemunhas oculares têm dito que os
ajuntamentos dos muçulmanos radicais parecem reuniões de avivamento das igrejas
cristãs. As pessoas choram copiosamente e se envolvem emocionalmente de forma
muito profunda com as mensagens proferidas. Só que Alá não é outro nome para
Jeová. Ele tem uma natureza totalmente diferente. É um ser vingativo, sanguinário,
cruel, sem amor ou misericórdia. De acordo com ele, todos os infiéis devem
converter-se ou ser mortos.
A escatologia
das três grandes religiões monoteístas
É impressionante notar que as três grandes
religiões monoteístas (Judaísmo, Cristianismo e Islamismo) têm muitas
semelhanças entre si. Todas traçam sua origem a Abraão. Todas consideram
Jerusalém uma cidade santa. Todas esperam para breve a vinda de um Messias. Os
judeus esperam a primeira vinda do Messias, que será humano e trará um governo
de paz e prosperidade sobre toda a Terra. Já a visão escatológica do Islamismo
constitui o exato oposto da visão cristã, como se fosse o negativo de um filme
fotográfico. Tudo o que os cristãos afirmam que será do bem nos últimos dias,
os muçulmanos afirmam que é do mal e vice-versa.
Por exemplo, os muçulmanos esperam o
surgimento de uma besta nos últimos dias (isso mesmo, com esse nome, besta –
está no Alcorão), exatamente como predito em Apocalipse 13.11. A única
diferença é que, para eles, a besta é do bem, é algo bom! Tanto é verdade, que
estão ansiosos para receber a marca dessa besta! Creem que o Mahdi, seu
Messias, o 12º Imam, quase uma reencarnação de Maomé, vai surgir nos últimos
dias, reinar por sete anos e trazer paz e um governo mundial do Islã. Creem que
Jesus também virá como profeta que ajudará esse Mahdi (ocupando o papel do
falso profeta mencionado em Apocalipse 19.20, que reforça a autoridade da
besta). De acordo com eles, nessa segunda vinda, Jesus vai dizer que o Novo
Testamento é falso, e que ele não é Filho de Deus nem morreu pelos pecados da
humanidade. Ele confirmará o poder do verdadeiro Messias, o Mahdi, e encorajará
a matança de todo cristão e judeu que não aceitar o Islamismo.
É claro que existem muitas correntes
diversas dentro do Islamismo, assim como há no Judaísmo e no Cristianismo. Nem
todos os muçulmanos acreditam nessa versão escatológica. Mas o que preocupa e
chama a atenção é que muitos governos no Oriente Médio estão prestes a cair nas
mãos de muçulmanos radicais, enquanto o governo do Irã já é dominado por
pessoas que acreditam nisso de todo o coração. Além disso, o Irã está muito
perto de conseguir a bomba atômica e os mísseis necessários para atingir alvos
internacionais. A Coreia do Norte está ativamente ajudando nisso com toda a
tecnologia necessária. Enquanto se arrastam as negociações com a AIEA (Agência
Internacional de Energia Atômica), eles continuam desenvolvendo seu programa de
enriquecimento de urânio a todo vapor.
Dois mistérios
na história da humanidade
A Palavra de Deus é muito clara ao afirmar
que os dois mistérios em operação durante toda a História chegarão a um
conflito final nos últimos dias: o mistério da iniquidade (2 Ts 2.7) e o
mistério da piedade (1 Tm 3.16). Não é a primeira vez que o diabo trama destruir
o plano de Deus na Terra. Faraó queria acabar com a semente santa, destruindo
todos os filhos israelitas do sexo masculino ao nascerem. Hamã, justamente na
Pérsia (atual Irã), planejou destruir todo o Israel conforme relatado no livro
de Ester. Hitler, também, tinha o mesmo propósito maligno.
Se você observar um mapa atual e marcar
todos os países em que há ameaça de o Islamismo radical se apossar dos
governos, verá que existe uma estratégia espiritual coerente para cercar Israel
de inimigos. O que tem blindado o Estado de Israel até hoje é o apoio quase
incondicional dos EUA; isso, porém, está se enfraquecendo a cada dia. Nunca, em
seus 63 anos de história, o relacionamento de Israel com os EUA esteve tão
precário.
Para
quem conhece a Palavra de Deus, nada disso deve surpreender. Tudo já foi
predito. “Eu lhes assobiarei, e os ajuntarei, porque os tenho remido… Ainda
que os espalhei entre os povos, eles se lembrarão de mim em terras remotas; e,
com seus filhos, viverão e voltarão” (Zc 10.8,9). Isso tem acontecido há 63
anos agora, como um dos maiores sinais de que o fim se aproxima. O povo de
Israel tem retornado para sua terra, partindo de terras distantes, e sua nação
e língua ressuscitaram depois de ficarem extintas por séculos.
Sobre
o conflito final, envolvendo a Rússia (Gogue e Magogue), o Irã (Pérsia) e
outros países que hoje estão se aliançando, Ezequiel profetizou o seguinte: “Nos últimos anos virás à terra
que é restaurada da guerra, e onde foi o povo congregado dentre muitos povos
aos montes de Israel, que haviam estado desertos por longo tempo…” (Ez
38.8).
Mas
as profecias continuam: “Eis que farei de Jerusalém um copo de atordoamento para todos os
povos em redor… E ajuntar-se-ão contra ela todas as nações da terra” (Zc
12.2,3). “Pois eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra
Jerusalém…” (Zc
14.2). Estamos vivendo agora nos dias em que esse cenário, antes tão
improvável, está rapidamente se tornando realidade! Primeiro, o povo de Deus voltou para
sua terra, e a nação de Israel passou a existir novamente. Agora, todas as
nações ao seu redor estão se unindo numa aliança anti-Deus para ir contra ela.
O
que virá a seguir? “Então o Senhor sairá, e pelejará contra estas nações..”(Zc
14.3). “Assim diz o Senhor Deus: Não és tu aquele de quem eu disse nos
dias antigos, por intermédio de meus servos, os profetas de Israel, os quais
naqueles dias profetizaram largos anos, que te traria contra eles? Naquele dia,
porém, quando vier Gogue contra a terra de Israel, diz o Senhor Deus, a minha
indignação subirá às minhas narinas. Pois no meu zelo, no ardor da minha ira
falei: Certamente naquele dia haverá um grande tremor na terra de Israel…”(Ez
38.17-19). “Nos montes de Israel cairás, tu e todas as tuas tropas, e os
povos que estão contigo… Sobre a face do campo cairás; porque eu falei, diz o
Senhor Deus. E enviarei um fogo sobre Magogue, e entre os que habitam seguros
nas ilhas [nós, das Américas e do resto do mundo]; e saberão que eu sou o Senhor. E farei conhecido o meu santo
nome no meio do meu povo Israel, e nunca mais deixarei profanar o meu santo
nome; e as nações saberão que eu sou o Senhor, o Santo em Israel” (Ez 39.4-7).
Conclusão
“Abençoarei
aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar” (Gn 12.3). Não podemos nos calar diante da situação
atual sob o risco de ficarmos debaixo da maldição e da ira de Deus. “Por amor de Siaõ não me
calarei, e por amor a Jerusalém não descansarei…” (Is 62.1). “Ó vós, os que fazeis lembrar
ao Senhor, não descanseis, e não lhe deis a ele descanso até que estabeleça
Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra” (Is 62.6,7). Precisamos bombardear os
céus a favor de Israel, abrir a boca e não nos calar diante de Deus ou dos
homens.
Dietrich
Bonhoeffer foi um ministro luterano na Alemanha que se pronunciou contra Hitler
no primeiro dia após sua eleição. Ele disse: “Calar-se diante do mal já é em si mesmo mal. Não falar é falar.
Não tomar posição é tomar posição”. Em 1933, quase ninguém o
apoiou, apenas umas seis pessoas. Ele foi morto por Hitler por causa de sua
posição corajosa contra o mal. Qual será a nossa posição hoje? Vamos nos calar
e fazer de conta que nada temos a ver com o assunto, como a maioria dos
cristãos alemães fez naquela época, ou seremos como Bonhoeffer?
Fontes de
pesquisa:
Rumors of War
1 e 2 (Documentários
produzidos por Glenn Beck, apresentador de TV e radialista americano)
Algumas das
personalidades entrevistadas nesses documentários:
Joel Rosenberg – Autor de uma série de ficção best-seller do New York Times e outros livros de não ficção, com
mais de 2 milhões de exemplares publicados ao todo. Seu primeiro livro de
ficção, The Last Jihad, conta
a queda das torres do World Trade Center em Nova York, antes de acontecer. Como
assessor de comunicação, já trabalhou com várias autoridades dos EUA e de
Israel, como Steve Forbes, Rush Limbaugh, Natan Sharansky e Benjamin Netanyahu.
É judeu messiânico.
Dr. Zuhdi
Jasser – Comentarista sobre a fé Islâmica nos EUA e presidente do American Islamic Forum for
Democracy, sediado em
Phoenix, Arizona. Como médico, já foi tenente na Marinha Norte-Americana e
serviu no Congresso dos EUA.
Reza Kahlili – Pseudônimo do autor do livro A Time to Betray (Um Tempo para Trair), ex-integrante
da Guarda Revolucionária Iraniana e ex-agente da CIA.
Dore Gold – Foi o 11º embaixador de Israel para a ONU. Serviu
nessa função de 1997 a 1999. Foi consultor do ex-primeiro ministro Ariel Sharon
e do primeiro ministro Benjamin Netanyahu durante seu primeiro mandato.
Atualmente, é presidente do Jerusalem Center for Public Affairs.
Rabbi Joseph
Patasnik – Rabino que é vice-presidente executivo do New York Board of Rabbis,
uma organização que representa rabinos ortodoxos, conservadores e outros.
Mark Wallace – Ex-embaixador dos EUA para a ONU e presidente de United Against Nuclear Iran
(UANI).
Brigitte
Gabriel – Pseudônimo de Nour Saman, uma jornalista, autora e ativista americana
libanesa. Fundou aAmerican Congress for Truth (ACT)
para que cidadãos pudessem “falar sem temor em defesa da América, de Israel e
da civilização ocidental”. Especialista internacional em terrorismo, tem dado
palestras para o Congresso norte-americano, o FBI, membros do Parlamento
britânico e outras repartições públicas.
David Joel
Horowitz – Escritor e ativista conservador americano. Tem muitos livros e artigos
publicados. Participa ocasionalmente do Fox News Channel como analista. É
co-fundador do blog Jihad Watch que expõe ao público o papel da teologia
jihad nos conflitos atuais.
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