terça-feira, 31 de maio de 2011

Uma Igreja Pródiga Em Um Mundo Pródigo - Leonard Ravenhil


Cap 12 
Quem fizer um exame geral da igreja hoje ficará a perguntar-se quanto tempo o nosso Deus santo ainda vai-se segurar para não vomitar essa Laodicéia de sua boca. Se há uma coisa em que todos os pregadores estão de acordo é que esta é a era da Igreja de Laodicéia.
E apesar de estar suspensa sobre nossa cabeça a espada de Dâmocles da rejeição divina, nós, os crentes, somos preguiçosos, amantes das comodidades, e sem amor. Pois embora nosso misericordioso Deus perdoe nossos pecados, purifique nossa iniqüidade e se compadeça de nossa ignorância, o fato é que nosso coração morno é uma abominação para ele. Temos de ser quentes ou frios, ardorosos ou congelados; ou estamos ardendo de fogo espiritual, ou somos refugo. Deus abomina a falta de amor e de calor.
Nos dias atuais, Cristo está sendo “ferido na casa de seus amigos”. O livro de Deus hoje “sofre” mais nas mãos de seus expositores do que nas de seus opositores.
Somos descuidados no emprego de textos das Escrituras, interpretamo-los de forma distorcida, e lenta demais para nos apropriarmos de suas incomensuráveis riquezas. Um pregador defende a inspiração da Bíblia com fala eloqüente e espírito fervoroso, usando todo o seu vigor e energia. Mas, instantes depois, esse mesmo pregador, com uma calma mortal, começará a racionalizar essa mesma Palavra inspirada, com declarações contundentes:
“Esse texto não tem aplicação em nossos dias”.
E assim a fé ardorosa de um crente novo se esfria com um jato de água gelada que vem da incredulidade do pregador.
Somente a igreja pode “agravar o Santo de Israel”, e em nossos dias ela demonstra uma habilidade incomum nisso. Se existem níveis de morte espiritual, então o nível mais baixo que conheço é pregar sobre o Espírito Santo sem ter a unção do Espírito. Quando oramos, cometemos a imperdoável arrogância de suplicar que o Espírito venha a nós com sua graça — mas não com seus dons.
Vivemos dias em que o Espírito tem sido reprimido ou relegado a segundo plano, até mesmo nos círculos fundamentalistas. Precisamos declarar que queremos ver cumprida a escritura de Joel 2. Pode ser que até clamemos:
“Derrama teu Espírito sobre toda carne, Senhor!”
Mas, ao mesmo tempo, colocamos aí uma cláusula não expressa:
“Mas não deixe que nossas filhas profetizem, nem que nossos jovens tenham visões”.
“Ó Deus, se em nossa cultivada incredulidade e nesse nosso crepúsculo teológico e impotência espiritual temos entristecido e continuamos a entristecer o Espírito Santo, então, por misericórdia, vomita-nos da tua boca. Se não puderes fazer nada por nosso intermédio nem em nós, então, ó Deus, faze-o sem nós! Passa de largo por nós e assume para ti um povo que hoje não te conhece. O salva, santifica-o e reveste-o com o poder do Espírito Santo para realizar um ministério na esfera do sobrenatural! Depois envia-o ao mundo “formosos como a lua, puros como o sol, formidáveis como um exército com bandeiras” para reavivar esta igreja enferma que está aí, e abalar este mundo que se acha atolado no pecado”.
Pensemos um instante no seguinte: Deus não tem mais nada para nos dar. Ele já deu seu Filho unigênito para salvação dos pecadores; colocou a Bíblia ao alcance de todos os homens; enviou o Espírito Santo para convencer o mundo do pecado e revestir a igreja de poder. Mas de que vale um talonário de cheques se todos eles estiverem em branco, sem assinatura? Da mesma forma, que valor tem um culto, mesmo que seja de uma igreja fundamentalista, se o Deus vivo não estiver presente a ele?
Temos que saber manejar corretamente a Palavra da verdade. O versículo “Eis que estou à porta e bato” (Ap 3.20), não é dirigido a pecadores por um Salvador que aguarda permissão para adentrar o coração. Não. A figura aí é da triste imagem do Senhor à porta da Igreja de Laodicéia, querendo entrar nela. Imagine só tal situação! O texto mais lido nas reuniões de oração é: “Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles”. Mas na maioria dos casos ele não está no meio; está à porta. Cantamos louvores a ele, mas rejeitamos sua Pessoa.
Pegamos uma porção de comentários, e nos apoiamos nas notas de margem de nossa Bíblia, e assim como que nos imunizamos contra as ardentes verdades da imutável Palavra de Deus.
Não me espanto muito com a paciência que Deus tem com os pecadores, com homens de coração endurecido. Afinal, qualquer um tem paciência com uma pessoa cega e surda. E os pecadores nada mais são que cegos e surdos. Mas fico abismado com a paciência que ele tem com essa igreja egoísta, entorpecida, preguiçosa de hoje. O grande problema de Deus é que o mundo pródigo convive com uma igreja pródiga.
Ah, que crentes cegos, falidos e arrogantes somos! Estamos nus e não nos damos conta disso. Somos ricos (nunca a igreja teve tanto equipamento), mas na verdade somos pobres (nunca o nível de poder esteve tão baixo). Não nos falta nada (e, no entanto, falta-nos quase tudo que a igreja apostólica possuía). Será que ele está em nosso meio quando nos divertimos sem qualquer constrangimento, em nossa nudez espiritual?
Ah, como precisamos do fogo! Onde está o poder do Espírito Santo para derrubar os pecadores e encher nossos altares de convertidos? Hoje as igrejas estão mais interessadas em instalar seus aparelhos de ar condicionado, do que se condicionar para orar. “Porque o nosso Deus é fogo consumidor”. Deus e fogo são imagens inseparáveis; assim também são o homem e o fogo. Cada um de nós está trilhando um caminho de fogo: fogo do inferno para o pecador e fogo do juízo para o crente. E infelizmente milhões de pecadores irão experimentar o fogo do inferno porque a igreja perdeu o contato com o fogo do Espírito Santo.
Moisés recebeu seu chamado por meio do fogo. Elias invocou fogo do céu. Eliseu acendeu um fogo. Miquéias profetizou sobre a purificação pelo fogo. João batista afirmou: “Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo”. E Jesus disse: “Eu vim para lançar fogo sobre a terra”. Se nós tivéssemos com batismo de fogo a mesma preocupação que temos com o das águas, conheceríamos uma Igreja em chamas e experimentaríamos outro Pentecostes. A velha natureza pode querer escapar ao batismo nas águas, mas certamente o batismo de fogo a destruirá, pois ele “queimará a palha em fogo inextinguível”. Os discípulos de Jesus, que já haviam operado milagres e tinham presenciado a glória da sua ressurreição, só pregaram a cruz de Cristo depois que foram purificados pelo fogo.
Com que autoridade os homens pregam hoje, aqui ou nos países estrangeiros, sem antes ter vivido a experiência do “cenáculo”? Não nos faltam pregadores que queiram falar de profecias, mas nos encontramos muito pobres de pregadores proféticos. Não estamos apelando para que haja previsões espirituais e profetizadores do sensacional. O que resta para ser predito é muito pouco, pois temos a Palavra de Deus e a revelação da mente do Senhor nela. Mas precisamos muito de homens que possam apregoar. Ninguém pode monopolizar o Espírito Santo, mas ele pode monopolizar seres humanos, os profetas. Eles nunca são esperados, nem anunciados, nem apresentados — apenas aparecem. São homens enviados, homens selados, homens do sobrenatural. João Batista não operou nenhum milagre — quer dizer, os rios da miséria humana não correram para ele para que os tocasse. Mas ele soergueu uma nação que se encontrava espiritualmente morta.
Chego a admirar-me com nossos evangelistas que, sem constrangimento algum, relatam que experimentaram um maravilhoso avivamento em tal ou qual lugar, quando milhares de pessoas vieram à frente consagrando sua vida a Deus, e depois acrescentam uma explicação para satisfazer os fundamentalistas:
“... mas não houve desordem nem sensacionalismo algum”.
Mas será que pode haver um terremoto sem algum tipo de sensação? Ou pode haver um vendaval que não resulte em desordem? Não é verdade que o abrasante ministério de Wesley provocou uma revolução na Inglaterra? A Igreja da Inglaterra bateu a porta de todos os seus templos na cara desse “homem enviado por Deus, cujo nome era João” Wesley. Mas nem assim esses líderes religiosos conseguiram conter a maré daquele avivamento operado pelo Espírito Santo.
E Wesley, esse homem abençoado, abandonou a Universidade de Oxford, tendo “sido um fracasso total”, como disse ele à vista de todos (com a mente de um filósofo, o ardor de um zelote e a garganta de um orador), na tarefa de ganhar almas para o Cordeiro. Aí chegou o dia 24 de maio de 1738, e, numa reunião de oração numa casa à rua Aldersgate, ele nasceu do Espírito, e depois foi batizado por ele. E durante treze anos esse homem, que tinha um batismo de fogo, abalou três reinos.
O mesmo havia acontecido a Savonarola, que abalou a cidade de Florença, na Itália, a ponto de o rosto desse “monge louco” tornar-se um terror para os florentinos, e motivo de chacota para os fanáticos papistas.
Irmãos, à luz do conhecimento que temos sobre o altar de Deus, é melhor vivermos seis meses com o coração em chamas, apontando o pecado deste mundo, seja em que lugar for, e conclamando o povo a libertar-se do poder de Satanás e se voltar para Deus (como fez João Batista), do que morrer cercado de honrarias eclesiásticas e de doutorados em teologia, para se tornar motivo de riso no inferno, para os espíritos das trevas. Ridicularizar os magnatas da bebida e censurar os políticos corruptos não atrai maldição sobre a nossa cabeça. Há quem faça as duas coisas sem sofrer nenhuma ameaça à sua vida e à sua posição no púlpito. Os profetas do passado eram mortos porque combatiam veementemente as religiões falsas. E nós também devíamos nos deixar arder de santa indignação ao ver a religião falsa enganando nossos semelhantes, e roubando de nossos entes queridos a salvação; ou ao ver sacerdotes levando-os para o inferno sob a efígie de um crucifixo. E talvez, quem sabe, daqui a alguns anos, para abrir o caminho para uma nova reforma no século XX, nós sejamos queimados em fogueiras.
Esta aqui é para se ler e chorar: “Hoje o protestantismo mutilado vê os sacerdotes católicos romanos elogiando os evangelistas protestantes”. Responda em sã consciência, você acredita que esses mesmos papistas aplaudiriam Lutero ou apoiariam Savonarola? Ó Deus, envia-nos pregadores que possam entregar mensagens que penetrem o coração dos homens e o incendeie! Envia-nos uma geração de pregadores mártires, de homens em chamas, quebrantados e prostrados diante da visão de um castigo iminente e de um inferno eterno para os irregenerados!
Que Deus nos envie profetas, homens destemidos que clamem em alta voz e não poupem ninguém, que abalem nações com lamentos ungidos, que sejam fervorosos quase a ponto de se tornarem insuportáveis, duros a ponto de ser difícil ouvi-los, e descomprometidos a ponto de sofrerem perseguição. Estamos cansados de pregadores que se apresentam de roupas elegantes, linguagem suave e torrentes de palavras, mas apenas com uma gota de unção. São homens que entendem mais de competição do que consagração, mais de promoção do que oração. Substituem o crescimento do reino por propaganda, e se preocupam mais com a felicidade dos membros da igreja do que com a santidade deles.
Comparados com a igreja neotestamentária achamo-nos tão abaixo do normal, somos tão pouco apostólicos. Em muitos casos, a sã doutrina está fazendo muita gente dormir, pois a letra não basta. É preciso que ela esteja inflamada. O que dá vida é a letra mais o Espírito. Um bom sermão, expresso numa gramática perfeita, com uma interpretação irrepreensível pode ser tão sem gosto como uma colherada de areia na boca.
Se quisermos paralisar o comunismo e desmantelar a igreja romana precisamos de uma igreja batizada com fogo. Moisés foi atraído por uma sarça ardente; se a igreja estiver em chamas atrairá o mundo, porque eles ouvirão a voz do Deus vivo falando-lhes do meio dela.


“Quero ter fervor para com Deus. Afinal, de tudo o que Deus nos ordena, o principal é a oração. Ah, como desejo ser um homem de oração!”
— Henry Martyn.
“O amor arde como fogo, e sobrevive à base de calor. O ar que a verdadeira experiência cristã respira e o pão de que ela se alimenta são feitos de chama. E ela suporta qualquer coisa, menos uma chama fraca. E quando a atmosfera que a cerca é fria ou morna, morre congelada ou à míngua. Não há oração verdadeira sem chamas”.
— E. M. Bounds.
“Ah, quem me dera ter grande paixão pelas almas,
Ter urna compaixão que se apieda!
Ah, quem me dera ter um amor que amasse até a morte,
Um fogo que me consumisse!
Ah, quem me dera ter o poder da oração vitoriosa,
Que se derrama em favor dos perdidos!
Uma oração vitoriosa em nome Daquele que venceu,
Ah, quem nos dera um Pentecostes!”
— Amy Carmichael.

O Bezerro De Ouro Da América Está Despencando!

Por David Wilkerson
22 de junho de 1998
__________

Por algum tempo tenho profetizado que a América está prestes a ser atingida por um holocausto econômico.  Agora, ultimamente, estou convencido de que uma das seguintes situações pode ocorrer:

   1. Poderia haver uma súbita “queda de advertência” - talvez uma queda de 1.000 ou mais pontos na bolsa de valores. Após breve período de alarme, o mercado poderia reagir. Ao acontecer isto, os investidores se convenceriam de que as correções foram feitas. E mais uma vez a impressão geral seria a de que “o céu é o limite!”

Tragicamente, uma atitude destas levará a um tipo de euforia jamais visto na América. Poderia ocorrer especulação econômica - e o mercado chegaria às alturas.

   2. Por outro lado, a bolsa de valores e de títulos poderia afundar da noite para o dia sem nenhuma reação. Neste caso, veríamos um encolhimento diário dos investidores - pois qualquer pessoa iria entender que a bolsa de valores da América fora atingida por uma explosiva e estrepitosa queda. À estas alturas o pânico total já estaria instalado. E saberíamos que o nosso país entrara em um período de julgamento divino - pois deslizaríamos de maneira brusca e íngreme para o caos.

Qual o motivo deste julgamento? Virá como ira de Deus sobre uma nação que derrama rios de sangue inocente! No Velho Testamento os profetas avisam a nação de Judá de que o julgamento viria exatamente devido a este derramamento de sangue.

“Com efeito, isto sucedeu a Judá por mandado do Senhor, que o removeu da sua presença, por causa de todos os pecados cometidos por Manassés, como também por causa do sangue inocente que ele derramou, com o qual encheu a cidade de Jerusalém; por isso, o Senhor não o quis perdoar” (2 Reis 24: 3-4).

O derramamento de sangue feito por Manassés foi só uma gota comparado ao mar de sangue derramado pelos abortistas de nosso país. Acrescente-se a isto o sangue de milhares de pessoas inocentes mortas por motoristas bêbados, armas de fogo, assassinatos. E aí acrescente o sangue de crianças mortas por outras crianças - ou seja, vidas inocentes eliminadas por aqueles que não sabem o que é certo e o que é errado.

A Bíblia deixa claro:  Deus não perdoará o derramamento de sangue inocente. Ele enviará julgamento!

Deus Está Abalando o Mundo Inteiro em Torno de Nós !

Neste instante um abalo divino está ocorrendo no globo:

   * A economia da Indonésia se desintegrou. Quando o líder nacional Suharto renunciou devido à pressão, a rupia entrou em colapso, enviando o império de 13.700 ilhas à depressão econômica. Em apenas seis meses, a Indonésia foi desde a prosperidade sem precedentes,  à ruína e a caos absolutos.

   * A Coréia do Sul está caminhando ainda mais seriamente para depressão econômica. E o Japão desce ainda mais fundo em seu buraco financeiro. Na última contagem, oito dentre os maiores líderes financeiros desta nação se suicidaram. E agora o abalo começa na Tailândia.

   * A Rússia está prestes a decretar moratória de seus empréstimos internacionais. Multidões de trabalhadores não recebem salário há meses. E agora, com a progressão da depressão financeira, se trama uma revolução.

   * A Argentina, o Brasil e o México estão todos com problemas financeiros graves. O México enfrenta uma seca séria, que tem contribuído para incêndios florestais neste país. As nuvens de fumaça cobriram o céu no Texas e em outros estados do oeste.

Por favor entenda bem: isto não se trata de um papo apocalíptico de um pregador consternado. São fatos. A gente lê isto em qualquer jornal dos últimos meses. Deus está abalando o mundo inteiro em torno de nós - e breve vai abalar a América ainda mais do que os outros países. Por que? Porque derramamos mais sangue inocente!

Já trouxe este comentário anteriormente, mas vale repeti-lo: breve, quando o estrondo irromper de repente e o medo se espalhar pela nação, o presidente da república estará em silêncio no Salão Oval da Casa Branca, olhando pela janela. Foi atingido pelo pânico - emudeceu - devido à convulsão social.

Finalmente, ele se vira para o grupo de conselheiros - os líderes de nossa nação, incluindo o encarregado do Banco Central  - e pergunta: “O que aconteceu? Como foi que ocorreu este desastre?  E o que podemos fazer agora?”

Suas perguntas se chocarão com um silêncio de pedra. Ninguém será capaz de explicar o que causou o pânico. Em vez disto, todo mundo vai ficar pensando alto: “Todos os indicadores estavam positivos. A inflação, controlada. A economia estava nos trilhos. Isto simplesmente não faz sentido”.

Amados, a América enfrenta o julgamento de Deus - e nunca mais seremos os mesmos! Nos dias adiante de nós literalmente centenas de milhares de americanos perderão seus lares. Por que?  Porque os ergueram através de empréstimos ligados aos lucros de mercado, permitindo se movimentarem dentro da bolsa para ficarem ricos!

No momento, 43 milhões de americanos são investidores fortes da bolsa, tendo de US$ 1 e 1/2  a  2 trilhões vinculados a investidores individuais. Milhares destes investidores na realidade deixaram os seus empregos para poderem ficar em casa, e controlar os seus movimentos na bolsa de valores através do computador.

Acredite: a bolsa de valores se transformou no bezerro de ouro da América!  As pessoas a vêem como um salvador financeiro, e a adoram todos os dias - confiam nela, dependem dela, dão à ela toda a sua energia e a sua atenção. Mas ela vai cair de repente - e nenhum dos pequenos investidores individuais será poupado. Estes são os que sofrerão mais; perderão as suas casas, os seus carros - tudo!

Ao despertar da quebra, veremos uma onda de “suicídios assistidos”. As massas que são movidas pelo dinheiro e pelo sucesso não conseguirão suportar o fracasso e a pobreza que terão de enfrentar. Muitos vão optar pelo suicídio - inclusive líderes de grandes grupos.

No entanto, este julgamento vindouro não significará o fim da sociedade americana. Significará, contudo, uma humilhação profunda da nossa nação por um longo e terrível período de condições caóticas - incluindo distúrbios, pilhagens,  e incêndios nas cidades mais importantes.

Preciso lhe perguntar: você está preparado para o que vai acontecer? Se não estiver, você então está buscando se preparar? Quando digo de se preparar, para onde vão seus pensamentos?  Você pensa imediatamente nos investimentos, na conta bancária, nos planos de aposentadoria, na segurança da sua família?

Nos últimos meses, os escritórios de nosso ministério têm sido inundados por cartas e advertências proféticas, sugerindo como os cristãos podem se preparar para o tempo de trevas. Contudo, a maior parte destas mensagens se relaciona com segurança pessoal e sobrevivência. Aconselham assim: “Armazenem comida desidratada, velas de longa duração, lampiões de querosene, roupas quentes, cobertores, material
médico, rádio a pilha...”

Não tenho nenhum problema com os que preferem fazer assim. Afinal de contas, as escrituras nos dizem que o prudente se prepara para a crise. Penso no patriarca José, que sabiamente passou sete anos se preparando para a fome que foi profetizada.

Mas há um problema subjacente à tais abordagens do caos vindouro. Em verdade, se há algo que Deus despreza, é quando os Seus filhos enfrentam o futuro com medo. Ele se zanga quando vê os crentes entrando em pânico, armazenando estoques, acumulando reservas, escondendo coisas - com medo e desconfiando do cuidado de nosso Pai celestial.

É claro que Deus muitas vezes esconde o seu povo durante o caos. O próprio Jesus preveniu os cidadãos de Jerusalém  para que fugissem quando vissem os caldeus se aproximando.  E Deus tem sido fiel em esconder cristãos que são perseguidos ao longo de toda a História. No século atual, Ele ocultou muitos judeus durante a terrível limpeza étnica de Hitler, usando muitas vezes os cristãos para isto. “Refúgio Secreto” é uma maravilhosa história atual do poder guardador de Deus com respeito a isto.

Porém acho que agora é muito mais importante para os cristãos americanos se concentrarem na preparação espiritual - ou no “refúgio” espiritual - antes que exploda a tempestade que se aproxima. Vou lhes dizer porquê.

O Caos Que se Aproxima Vai Propiciar
ao Ministério da Igreja Oportunidades
Acima do Que Alguma Vez Foi Visto !

Se você já estudou a história dos reavivamentos em nosso país, talvez saiba do “reavivamento leigo” na década de 1850. Começou numa igreja no centro de Nova Iorque. Um cristão leigo começou uma reunião de oração ao meio dia na igreja, e logo o santuário ficou lotado. Além disso, as reuniões eram marcadas por
orações fervorosas e choros.

Por que estas reuniões atraíram grandes multidões em tão pouco tempo? Foi porque a maioria dos presentes eram aqueles que ficaram desempregados de uma hora para outra - eram trabalhadores e executivos que perderam o emprego da noite para o dia devido ao impacto da queda da bolsa.  Naquele tempo não havia associações organizadas para proteção - não havia seguro desemprego ou outros tipos de seguros. Os desempregados ficaram com medo - e se voltaram para a oração.

A maioria das igrejas em Nova Iorque na época não tinha mais cultos de oração. Mas logo tiveram de abrir novamente suas portas, por causa dos muito pedidos das pessoas que estavam com dificuldades, e não tinham a quem recorrer. Igualmente, nos dias caóticos que estão a frente, multidões de americanos serão levados à oração devido ao súbito desespero. Aqui na Igreja de Times Square, estamos nos preparando para ter reuniões de oração todos os dias da semana.

Acredito que quando esta tempestade que se aproxima nos alcançar em sua violência total, e a nação balançar por causa do pânico e do medo, as pessoas fugirão dos falsos evangelhos e das igrejas do tipo “fiquem à vontade”. Os cristãos americanos vão esquecer do entretenimento “gospel” e da TV cristã, e começarão a exigir a verdade sólida. Sairão para ouvir pastores piedosos, exigindo a verdadeira palavra de Deus. O seu grito vai ser: “Quem vai pregar para nós uma palavra profética, que transforme as vidas?”

Muitas vezes me perguntam, “O senhor acha que veremos um grande reavivamento nestes últimos dias - em particular durante os tempos difíceis que diz que virão?”

Sim, você pode ter certeza de que virá um grande reavivamento. Mas não será o que hoje pensamos ser um reavivamento. Ninguém vai ficar rindo ou fazendo ruídos animalescos, neste dia feroz de ajuste de contas.  Não, o único tipo de reavivamento que atenderá às necessidades desta sociedade - sociedade que chegou ao máximo do medo e do terror - será um reavivamento da verdade enviada pelo Espírito Santo!

A Resposta de Deus À Qualquer Apostasia,
À Qualquer Crise,
À Qualquer Perturbação E Ao Caos É Sempre Esta:
Uma Renovada Revelação do Cristo Ressurrecto !

Quando o Espírito Santo se move, quais as manifestações da Sua obra? Jesus identificou o ministério do Espírito Santo da seguinte maneira: “...o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito”  (João 14:26). “Quando
vier, porém, o Espirito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade...” (João 16:13).

Jesus diz que o Espírito Santo é o Espírito da verdade - e só dá testemunho da verdade. Não sustenta o testemunho de qualquer falso evangelho ou de manifestações da carne. Está unido à cruz - ao evangelho da graça, que nos ensina a deixar a iniquidade. E Ele testemunha a verdade que emana da obra de Cristo na cruz.

Tristemente, muitos cristãos carismáticos atualmente  falam muito de ser cheio do Espírito - mas estão inteiramente esvaziados da verdade. Não têm intimidade com Cristo -  por isso não sabem como se apossar da Sua força em verdade. Não tremem diante da verdade da Sua palavra. Não sabem como andar no poder da Sua ressurreição, nem como viver dependendo inteiramente dEle. Em vez disto, distorcem, manipulam e interpretam erroneamente Sua palavra para que ela se molde à sua carne.

Jesus disse que não devemos tremer de medo pelas coisas terríveis que acontecem com a nossa nação. Mas que devemos tremer em reverência santa à palavra de Deus: “...o homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito e que treme da minha palavra” (Isaías 66:2).

Sansão Representa Ministérios e Ministros
Que Festejam o Poder do Espírito Santo -
Mas Desvalorizam o Espírito da Verdade !

Sansão era um homem totalmente despreparado para as crises que sua geração enfrentou. Usou mau seus dons e desperdiçou o poder que o Espírito Santo lhe deu. E acho que seu fracasso e sua queda são uma lição dirigida em particular à igreja nestes últimos dias.

Quando Sansão nasceu, Israel estava na pobreza, em escravidão e sofrendo grande aflição porque “os filhos de Israel fizeram o que era mau perante o Senhor...” (Juizes 3:7).  Mas Deus levantou Sansão para ser um libertador neste período de ruína e desespero. As escrituras dizem: “E o Espírito do Senhor passou a incitá-lo...” (Juizes 13:25) ainda bem jovem. Aqui a palavra “incitar”   em hebraico quer dizer “mover continuamente”. Em outras palavras,  o Espírito de Deus movia Sansão continuamente.

Na realidade, Sansão foi chamado desde o berço para ser um nazireu. A palavra “nazireu” significa “separar, consagrar, se abster”. Em resumo, Sansão foi nomeado para viver uma vida santa, separada - sem jamais cortar o cabelo, nunca beber vinho ou qualquer bebida embriagante, nunca chegar perto de um corpo morto, mesmo de um parente próximo. Foi separado para uso do Espírito Santo, e portanto deveria ser um vaso inteiramente consagrado.

Sabemos que o Espírito Santo veio sobre Sansão muito antes de começar a ministrar para Israel. Porém, como o Espírito Se manifestou em Sansão?  Pedro diz: “...homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2 Pedro 1:21). Quaisquer manifestações físicas que tenham acontecido no Velho Testamento, foram sempre acompanhadas pela fala do Espírito Santo às pessoas e através delas.

Ao se mover sobre Sansão, o Espírito certamente lhe confirmava a palavra ensinada na infância. E o incitamento do Espírito constantemente lembrava Sansão de que o segredo de seu poder estava na total dependência do Senhor. Só através do Espírito Santo ele seria capaz de se manter separado e de manter os olhos no seu chamado. O fato,  é que Deus nunca enviaria um homem para realizar uma obra de poder que fosse necessária, sem antes lhe ensinar o jeito de o Espírito agir sobre ele. Então Sansão sabia muito bem que teria de permanecer sob a cobertura do Espírito da verdade - se mantendo consagrado e se abstendo do mal - a fim de ministrar o poder deste Espírito.

Porém pela vida de Sansão, sabemos que ele tinha uma concupiscência que o impulsionava - uma paixão esmagadora por mulheres “estranhas”. Primeiro teve um relacionamento com uma cananéia proibida, depois com uma meretriz em Gaza e finalmente com a prostituta Dalila. Em poucas palavras, Sansão sofria de um terrível vício pelo sexo.

É claro que o Espírito Santo estava inteiramente ciente da inclinação de Sansão para lascívia. E à medida que movia Sansão, lhe fazia ciente da verdade que Paulo expressaria no Novo Testamento: “...se, pelo Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis” (Romanos 8:13). O Espírito de Deus sempre fala às pessoas incomodadas pelo pecado,  insistindo: “Confie em Mim!  Eu lhe mostro o caminho para a vitória consagradora!”

Sansão tinha acesso a todo o poder do Espírito Santo para ter uma vida santa. Mas ignorou a voz do Espírito. E esta foi sua primeira missão: “...Sansão...declarou-o a seu pai e a sua mãe: Vi uma mulher em Timna...tomai-ma...” (Juizes 14:1-2).

Sansão Ousou Usar o Poder do Espírito Santo Sem
se Submeter Ao Espírito da Verdade  -
E o Resultado Foi Só Encenação !

Como Satanás, Sansão  “...jamais se firmou na verdade...” (João 8:44). E qualquer um que tiver a ousadia de usar o poder do Espírito Santo separado da verdade, vai acabar criando só encenação.

Quando Sansão visitou a meretriz em Gaza, os locais o cercaram e esperaram para lhe prender. Aí algo sobrenatural aconteceu: “Porém Sansão esteve deitado até à meia-noite; então, se levantou, e pegou ambas as folhas da porta da cidade com suas ombreiras, e, juntamente com a tranca, as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as para cima, até ao cume do monte que olha para Hebrom” (Juizes 16:3).

Que tremenda façanha de força! O ato de Sansão foi sem dúvida uma demonstração sobrenatural de poder. Porém, na realidade, resultou em nada mais que em agitação. Aconteceu diante de uma cidade sonolenta constituída de ímpios desinteressados - sem nenhuma vitória, sem resgate da escravidão, nenhum feito de liberdade. Ao ler a passagem fico pensando: “Para que tudo isto?  Qual o objetivo?”

Hoje igualmente, muitos assim chamados reavivamentos se desenvolvem diante de um mundo que permanece intocável, e não é afetado por tais demonstrações. Veja, todas as vezes que o Espírito de verdade não recebe proeminência, todas demonstrações de poder sobrenatural - tais como sinais, maravilhas, manifestações - acabam como mera agitação.

Você pode perguntar,  “Mas irmão David, o senhor não crê nas manifestações do Espírito?”  Claro que sim.  Mas se uma  manifestação não for alicerçada no Espírito de verdade, não serve para nada. Só a verdade liberta as almas!

Pense no quão pouco Sansão realizou em seu ministério, com todas demonstrações de poder sem propósito real: matou um leão com as próprias mãos. Prendeu 300 raposas e amarrou seus rabos todos juntos. Queimou alguns campos e árvores frutíferas. Contudo, ninguém foi libertado por qualquer destes atos.

O fato trágico da vida de Sansão está claro: ele falhou totalmente em sua missão. Após vinte anos de ministério, Israel continuava na mesma escravidão do tempo em que Sansão começou.

Saul é outro exemplo deste tipo. Ele foi “apossado pelo Espírito”, se prostrou diante de Deus e profetizou. Mas no fim, era só encenação. Por que?  Saul não teve seu coração transformado. Todas as manifestações foram desperdiçadas, pois Saul não se submetia ao Espírito da verdade. Usando uma frase de Paulo, Saul era “privado da verdade” (I Timóteo 6:5).

Amado, o poder do Espírito Santo repousa na palavra de Deus - na verdade, em Sua cruz: “Certamente, a palavra de Deus é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus” (I Coríntios 1:18).

Muitos pastores e evangelistas hoje em dia não têm interesse em buscar o Espírito da verdade. Acham que podem invocar o Espírito Santo a qualquer hora para que venha e leve todos os poderes do inferno. Mas estas pessoas não estarão prontas para os dias de trevas que se aproximam!

As únicas manifestações que veremos quando bater a tempestade serão homens e mulheres se ajoelhando em respeito e temor pela palavra de Deus. Serão vencidos pela pregação penetrante, convincente e purificadora vinda do Espírito de verdade.

Deus Conhece O Que Está Por Vir -
E Sabe a Hora Exata Quando
Vai Começar a Purificação da América !

O Senhor já sabe como as pessoas vão reagir à tempestade que se aproxima. Entrarão em pânico e ficarão apavoradas. Afinal de contas, Jesus avisou que chegaria um tempo tão amedrontador, que o coração das pessoas não resistiria devido ao medo e às pressões.

Porém, mesmo no exercício de Seu julgamento,  Deus sempre prolonga Sua terna misericórdia. Ele trabalha muito antes do tempo, traçando planos para o Seu povo e mobilizando Seus pastores sinceros. Na realidade, agora - enquanto a maior parte do país se concentra na prosperidade - Deus está despertando um remanescente santo na igreja. Estes santos se prostram sobre suas faces, buscando-O de toda força e clamando por uma verdadeira palavra proveniente do Espírito da verdade. E eu creio que o Espírito está lhes
revelando Cristo com uma glória acima daquela de qualquer geração no passado!

Nos últimos meses, o nosso ministério tem recebido centenas de cartas de pastores e de crentes que sentem repulsa por quase tudo que vêem na igreja: reivindicações extravagantes, bobagens, entretenimentos, pregação superficial. Declaram: “Chega! Estamos cansados de ver os nossos pastores indo às suas reuniões e voltando só para trazer mais brincadeira nova. Estamos cansados de ver a carne ficando à vontade. Temos fome da verdade! Queremos ouvir pregações que nos convençam e nos desafiem à santidade e à oração”.

Crente, pode ficar descansado - nos dias de calamidades futuras, o genuíno reavivamento não virá através de shows cheios de ostentação, pregadores do barulho ou evangelistas da TV. Não virá através de ensinos sobre prosperidade, outras doutrinas ou sobre falsa segurança. Não - o reavivamento de Deus virá por um grupo oculto feito de pastores e de leigos que freqüentaram a escola de Cristo, aprendendo Seus caminhos e
confiando nEle. Estes produzirão o reavivamento da verdade!

Acho que já vemos sinais da ação do Espírito rompendo o árido solo da América, preparando este reavivamento. O editorial do jornal New York Times, em 24 de maio de 1998 apresentou um artigo chamado: “Em Breve:  o Mais Religioso dos Séculos”. O artigo trazia o seguinte:

   * Norman Mailler, o famoso escritor pagão e liberal, declarou: “A última fronteira para mim agora, é a religião”.

   * Vaclav Havel, famoso líder e escritor checo, denomina a América de “a sociedade mais atéia da história do mundo”. Mas tanto ele quanto Mailer concordam que o nosso país está à beira do período mais religioso da sua história.

Mais impressionante de tudo, é que Mailer e Havel não estão prevendo simplesmente uma volta á uma religião qualquer, mas especificamente ao judaísmo e ao cristianismo. Prevêem que até os cientistas desejarão ardentemente a fé.

É claro que estão certos: a era da razão e da ciência falhou em satisfazer a necessidade de paz por parte da humanidade. O socialismo falhou...o comunismo falhou...a política falhou...a nova era falhou. E agora até as pessoas de mais sucesso em nossa sociedade estão gritando: “A vida tem de ter algo mais a oferecer do que isto!”

Mas nem todo mundo vai desejar a verdade. Muitos se voltarão para a luxúria desenfreada. Em verdade, a nossa sociedade pode rever Sodoma cem vezes mais forte. Mas quando a nossa nação se ver equilibrando-se  junto ao caos, muitos americanos começarão a buscar a verdade, respostas, vida.

Quanto a mim, quero enfrentar este tempo vindouro “...como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade” (2 Timóteo 2:15). Creio que é assim que devemos nos preparar para estes dias que estão à frente - vestindo-nos com a verdade (veja Efésios 6:14).

Insisto com você: peça que o Senhor lhe prepare - do jeito dEle - para o dia em que o bezerro de ouro despencar. Busque o Seu Espírito da verdade em seu quarto em secreto. Aprenda a reconhecer a Sua voz acima de todo o ruído que circula em Sua igreja. Assim, verdadeiramente você estará preparado para enfrentar a tempestade que se aproxima!

---

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Por Que Eles Não Despertam? - Leonard Ravenhil



Cap 11
Os Estados Unidos não cairão nunca — já estão caídos! E isso se aplica à Inglaterra também. Nunca serão escravizados — seu povo já se acha acorrentado pelas cadeias de uma anarquia moral que eles mesmos criaram, eles mesmos escolheram. Aqui vivem milhões de pessoas moralmente enfermas que não desejam a cura. Estão comprando ilusões, e pagando com a própria alma imortal, e não apenas rejeitam a Realidade, mas zombam e criticam dela abertamente.
A sociedade está sendo inundada por uma avassaladora maré de transgressão à lei de Deus, de desobediência ao Senhor, de uma iniqüidade que destrói a alma humana. Hoje, as massas humanas estão vendendo a alma ao diabo a preços vis, e de uma forma até então nunca vista. “Já ninguém há... que se desperte, e te detenha” (Is 64.7). Que “quebranto” infernal é esse que os aprisiona? Por que tal fascínio os prende? Quem lhes aplicou essa lavagem cerebral? Por que não despertam e reagem?
Parece que o mundo, sob a direção do diabo, deu uma nova injeção de força à carne. Um dos sinais dos últimos dias é que os homens seriam mais “amigos dos prazeres que amigos de Deus”. (Observemos que prazeres está no plural.) E onde é que se prepara essa iguaria do inferno? Nas destilarias do mundo. O argumento de que em alguns casos os governos das nações subsidiam essas indústrias para que mantenham alta a oferta de empregos é muito fraco. As destilarias são perfeitas “creches” onde se nutrem assassinos que andam por aí portando armas, ou em seus automóveis, dirigindo embriagados. Nos tribunais julga-se o fruto da bebida; o avivamento aniquilaria essa planta mortal pela raiz.
O louco carrossel da sensualidade acha-se carregado de milhões e milhões de jovens que aguardam sua iniciação na prática da iniqüidade. Quando o erro é apresentado como algo tão agradável, a juventude pecaminosa e libertina não se interessa em praticar o bem. Por uma hora dessa vida “maravilhosa”, dizem eles, vale muito a pena arriscar essa especulação que os teólogos chamam de “eternidade”.
Pensemos por um instante. Pode haver burrice maior ou prática mais animalesca do que um concurso de cerveja? O vencedor é aquele que ainda permanece de pé depois que todos os outros, grunhindo como porcos, já caíram no chão, inconscientes pela bebida. É uma competição praticada não apenas pelo homem das cavernas, mas também pelos novos intelectuais, que se acham fisicamente saciados, de alma manchada e irremediavelmente entregues à iniqüidade.
Saturados de luxúria, jogo e bebida, esses indivíduos (adultos no corpo, mas moralmente retardados) entoam o lamento de Lord Byron:
“Hoje só tenho cinzas onde antes tinha fogo,
a alma que havia em meu corpo está morta.
O que antes eu amava, agora apenas admiro.
Meu coração é tão grisalho quanto meus cabelos”.
Se a igreja tivesse algo de mais vivo, positivo para apresentar a essas pessoas que de dia estão nos clubes recreativos e de noite nas boates, talvez elas pudessem ser afastadas desses locais de carnalidade.
O de que precisamos nesta hora é corações fervorosos, olhos que choram e lábios dispostos a propagar o evangelho. Se tivéssemos um décimo da espiritualidade que julgamos ter, aos domingos as ruas de nossas cidades ficariam cheias de filas de crentes marchando para Sião, com “pano de saco e cinzas”, lamentando a calamidade que fez com que a igreja se tornasse essa coisa sem beleza, sem ardor e improdutiva que hoje é. Se chorássemos em nosso aposento de oração como choram os judeus no Muro das Lamentações em Jerusalém, estaríamos vivendo um constante avivamento, uma constante renovação de vida. Se retomássemos a prática dos apóstolos — de esperar no Senhor a vinda do poder apostólico — teríamos condições de sair a pregar o evangelho com as mesmas possibilidades apostólicas. Mas nestes dias a maior preocupação nossa é: “Estão todos satisfeitos?” O propósito de Deus para nós não é que experimentemos felicidade, mas santidade. O fato, porém, é que a sensatez deu lugar à insensatez, embora Paulo, escrevendo a Tito, tenha recomendado tanto a jovens como a velhos: “Sejam sensatos”.
Não há dúvida de que hoje precisamos novamente nos pôr de joelhos e escalar a colina do Calvário assim, em oração, e contemplar a cruz com atitude de humildade e adoração. Primeiro a igreja terá que se arrepender, depois o mundo se quebrantará. Primeiro, a igreja terá que chorar; depois, os altares ficarão cheios de pecadores arrependidos.
Quando o psicólogo William James, professor da faculdade de medicina da Universidade de Harvard, encontrava-se no auge de sua atuação, foi acometido de uma misteriosa enfermidade. Estava com os nervos abalados. Sofria de insônia e passava por profunda depressão. Mas não sabia o que fazer para se curar. Foi para a Europa. Será que encontraria a cura em Berlim? Mas ali ele não encontrou nenhuma esperança. E que tal Viena? A mesma coisa. Será que em Paris não acharia a solução de seu mal? Mas ali também não se encontrava o remédio para ele.
Seu desespero foi aumentando. Foi a Londres, e depois à Escócia, mas em nenhum lugar havia cura. Voltou para os Estados Unidos, com a idéia de suicídio a passar-lhe pela mente. Afinal, alguém lhe recomendou um homem que orava por enfermos. A cura divina era um anátema para William James, famoso filósofo e psicólogo. Sua mente privilegiada e todo o seu conhecimento intelectual protestavam contra tal recurso. Mas não havia outra saída. Foi. Então aquele crente simples, iletrado, impôs as mãos sobre a cabeça do filósofo e orou. Mais tarde, James relatou o seguinte:
“Senti uma energia misteriosa perpassar meu corpo, e logo depois me sobreveio enorme sensação de paz. Compreendi que fora curado”.
Mas parece que, quando se trata de curar a enfermidade maligna deste mundo louco, o Abana da ciência e o Farfar da política são bem mais interessantes para nós, com nossa vontade obstinada e nosso intelecto desvirtuado, do que a cruz de Cristo. O fato porém é que, se quisermos ver a restauração da humanidade, teremos que ser humildes como foi William James, e voltar à cruz de Jesus e ao seu poderoso sangue.


“Não preciso de coisa alguma”.
— Igreja de Laodicéia.
“Esta foi a iniqüidade delas; soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade”.
— Ezequiel, 16.19.
“Está irritado o Espírito de Deus? São estas as suas obras?”
— Miquéias, 2.7.
“A igreja que é dirigida por homens em vez de ser comandada por Deus está condenada ao fracasso. O ministério que se fundamenta em ensinos de seminários e não está cheio do Espírito Santo, não opera milagres”.
— Samuel Chadwick.
“Aquele que prega arrependimento está-se colocando contra este século, e enquanto insistir nisso será impiedosamente atacado pela geração cuja fraqueza moral aponta. Para tal tipo de pessoa só existe um fim: “Sua cabeça vai rolar!” É melhor ninguém começar a pregar o arrependimento enquanto não confiar sua cabeça ao céu”.
— Joseph Parker.

O Sacrifício de Ação de Graças!

Por David Wilkerson
21 Julho 1997
__________

Um dos versículos mais importantes em todas as escrituras encontra-se na primeira epístola de Pedro. O apóstolo fala da necessidade de termos nossa fé testada: "Para que, uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo"
(1 Pedro1:7).


Nesta mesma passagem, Pedro refere o que podemos esperar em tais testes de fé: "...embora, no presente, por breve tempo...sejais contristados por várias provações" (v. 6).


A palavra grega utilizada para "provação" aqui significa "prova, exame, teste com dificuldade e adversidade". Uma das traduções coloca desta forma: "testando por meio de aflições". Pedro quer dizer: "Se seguires a Jesus Cristo, então terás muitas e grandes provações e tentações. Serás severamente testado!"

Pedro deixa claro que tais testes de fé não são feitos para cristãos só de nome. Estas provas de fogo são para crentes consumados - para os que são santificados, obedientes, lavados com o sangue de Jesus - cristãos que têm uma "esperança viva" devido à sua fé (vide versos 2-5).

Simplificando, através desta passagem Deus está-nos a dizer: "A tua fé é preciosa para Mim - mais preciosa que todas as riquezas deste mundo, que um dia perecerão! E nestes últimos dias - quando o inimigo envia todo o tipo de males contra ti, quero que tenhas capacidade para te manteres forte, com fé inabalável".

"Contudo, para que alcances tal fé, tenho de te testar com pesadas provas. Afinal de contas, metais preciosos são provados só pelo fogo. Portando, antecipadamente deves saber que grandes provações virão!"

"Estas provas de fogo serão só transitórias. Terás momentos de grande pesar, tristeza, angústia, desespero. Os céus parecerão um bloco de ferro. Perguntar-te-ás se as tuas orações chegam a ser ouvidas. Por vezes serás tentado a desistir."

"Mas guardar-te-ei e abençoar-te-ei em cada momento de angústia! A tua função é simplesmente ter fé em Mim. Tu serás guardado pelo Meu poder, pela fé!" "...vós... que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo" (versos 4-5).

Amado, estas provas de fogo á nossa fé são importantes - porque a protecção de Deus, concedendo poder, é liberada de acordo com a nossa fé nEle. Quanto maior for a nossa fé, mais do Seu poder protetor será liberado em nossas vidas.

Paulo testifica ter suportado duras e pesadas adversidades e provações: "servindo ao Senhor com toda a humildade, lágrimas e provações que...me sobrevieram" (Actos 20:19). O apóstolo utiliza a mesma palavra grega "provação" que Pedro utilizou - significando "exame, teste, colocar à prova pela adversidade". Ele tem a seguinte percepção: "Sei que em tudo que estou passando, o Senhor está tentando moldar algo em mim. Ele quer munir-me de uma fé duradoura!".

Tiago escreve: "Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança" (Tiago 1:2-3). Tiago não se refere aqui às tentações da luxúria ou seguir os desejos da carne. Não - ele utiliza a mesma palavra grega para "provação" que Paulo e Pedro usaram, significando "colocar à prova pela adversidade".

Tiago está a dizer: "Sempre que vierem provas difíceis sobre ti, alegra-te! Podes ter certeza que nessas alturas Deus está a trabalhar em ti. Não é o diabo que te persegue, tentando te derrubar - mas o Senhor que te quer edificar. Ele está a trabalhar, levando-te a um lugar de descanso e fé nEle!".

Eu creio que uma das coisas que Deus mais quer tratar em Sua Igreja é com a impaciência. A impaciência é a causa de toda a murmuração e queixa. Onde existe impaciência, não pode haver fé.

E o povo de Deus é particularmente impaciente! Através da história, temos constantemente, dado prazos a Deus, chorando: "Deus, por quanto tempo temos de orar sobre isto? Se não fazes nada depressa, será tarde demais!"

Deus não responde a esse tipo de oração. Pelo contrário, continua a testar-nos - para chegar até o nosso espírito de impaciência!

Há Uma Saída Para Essas Terríveis Provações!

Pedro nos diz: " o Senhor sabe livrar da provação os piedosos..." (2 Pedro 2:9). Novamente utiliza a mesma palavra grega para provação, significando "colocar à prova pela adversidade".

E Paulo escreve: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar" (1 Coríntios10:13).

Mui claramente, Deus não quer nos manter em provações. Porque estaria Ele interessado em manter-nos em meio de tentação e aflição? Ele não recebe nenhuma glória em testar os seus filhos - mas sim do resultado dessas lutas!

Existe apenas uma maneira de fugir da provação - e essa maneira é passar no teste. Pense nisso: quando você estava na escola, como é que finalmente saiu? Você passou no exame final. E se não passou, foi mandado de volta para a sala de aula.

Foi o que se passou com o Israel antigo, quando Deus os levou ao mar Vermelho. Deus estava testando o Seu povo, experimentando-o, a prová-lo. Ele conduziu-os até a beira da destruição - rodeando-os por montanhas pelos lados, pelo mar à frente, e por um exército inimigo a aproximar-se por trás.

A frase de Tiago "...o passardes por várias provações..." (Tiago 1:2), refere-se às provações antigas de Israel. A frase significa: "estar no fosso rodeado por inimigos." É o que aconteceu com Israel. Deus os soltou literalmente num fosso - uma situação humanamente impossível!

Porém Deus deixou Israel nestas circunstâncias esperando uma certa reacção. Queria que o Seu povo se apercebesse de sua vulnerabilidade. Queria ouvi-los dizer: "Lembramo-nos como Deus nos livrou das pragas. Lembramo-nos como nos retirou da fornalha da aflição, onde fazíamos tijolos sem instrumentos e sem descanso. O anjo da morte veio sobre a terra - mas nenhum dos nossos filhos foi tocado".

"Deus livrou-nos então - e fará novamente o mesmo! Alegremo-nos na Sua fidelidade. Ele é Deus - e fez-nos promessas que cumprirá. Ele proteger-nos-á de todo o inimigo que vier contra nós. Agora, dancemos todos para o Senhor, em gratidão e louvor!"

Você poderá pensar: "Como é que Deus poderia esperar que Israel tivesse uma reacção dessas? Eles eram apenas humanos - e estavam numa situação desesperadora. Deveriam mesmo dançar numa situação dessas?"

Sim -- certamente! Esse era o segredo para saírem da dificuldade. Entenda, Deus quer algo de todos nós nas horas dos problemas devastadores e de provas. Ele quer que ofereçamos a Ele um sacrifício de ação de graças, em meio a tudo isso!

Creio que Tiago havia descoberto esse segredo ao admoestar: "...tendo por motivo de toda alegria o passardes por várias provações" (Tiago 1:2). Ele estava dizendo: "Não desista! Faça um altar em seu coração, e ofereça acções de graças de júbilo em meio às lutas".

É claro, Israel ofereceu louvor e ação de graças ao Senhor -- mas fez isso do lado errado do mar Vermelho! Sim, o povo se rejubilou à noite -- mas isso não foi prazeiroso para Deus. Qualquer um pode dar gritos de gratidão depois que a vitória chega. Mas a questão que Deus estava colocando para Israel era: "Será que você Me louvará antes de Eu enviar socorro -- enquanto você ainda está em meio à batalha?"

Eu creio que se Israel tivesse se alegrado ainda no "lado da provação" do mar Vermelho, não teriam de ser provados novamente nas águas de Mara. Se tivessem passado no teste do mar Vermelho, as águas em Mara não seriam amargas, mas doces. E Israel também teria visto água brotando em todo o deserto, em vez de andaram continuamente com sede.

Em vez disso, Deus teve de continuar a testar Israel, esperando que sua fé surgisse. Dia após dia enfrentaram batalhas, provas, tentações - porque nunca ofereceram fé a Deus. E essas provas vão se tornando mais difíceis e intensas - porque o povo nunca parou no meio das provações para dar sacrifício de ação de graças a Deus!

O Assunto da Ação de Graças Veio a Mim Recentemente
Durante um Período de Muita Dificuldade Pessoal

Na época, o nosso templo precisava de obras. Os problemas dos paroquianos se acumulavam. Todos os que eu conhecia, pareciam que estavam a passar por algum tipo de tribulação. E eu sentia o peso de todos eles.

Finalmente, me arrastei até o escritório de minha esposa e desabafei: "Cheguei ao limite! Cheguei ao fim da linha. Tenho que me ausentar por um mês. Só quero desaparecer e não fazer mais nada!"

Então entrei em meu próprio escritório e me sentei, sentindo pena de mim próprio. Comecei a queixar-me a Deus: "Senhor, até quando vou ficar embaixo deste fogo? Até quando vou ter de orar por todas essas coisas, para que o Senhor faça algo? O Senhor não vê o quanto meu espírito está esgotado? Tudo parece bloqueado por algum obstáculo. As minhas orações têm sido tão fervorosas quanto sempre foram em minha vida. Contudo parece que nada acontece. Quando é que o Senhor vai me responder, Deus?"

Repentinamente, o Espírito Santo veio sobre mim - e me senti envergonhado. O Espírito Santo sussurrou-me ao coração: "David, simplesmente comece a Me agradecer agora mesmo. Traga-me um sacrifício de ação de graças -- por tudo o que fiz por ti no passado, e pelo que vou fazer no futuro".

"Agradeça-me pelo ministério da Igreja da Times Square, por sua saúde, por sua família, por ter livrado a sua esposa e suas filhas do câncer. Dá-me ofertas de ação de graças - e num instante tudo parecerá diferente! A depressão sairá. Você terá paz na batalha. Abençoarei a sua alma com a segurança!"

Estas palavras ficaram no meu espírito. Mas perguntava-me: "O que é que o Senhor quer dizer com 'sacrifício de louvor'?" Apressei-me para ver na minha Concordância Bíblica a frase nas escrituras. Fiquei espantado com todas as referências que encontrei:

"Ofereçam sacrifícios de acções de graças e proclamem com júbilo as suas obras!"
(Salmo 107:22).

"Oferecer-te-ei sacrifícios de acções de graças e invocarei o nome do Senhor"
(116:17).

"Saiamos ao seu encontro com acções de graças, vitoriemo-lo com salmos" (95:2).

"Louvarei com cânticos o nome de Deus, exaltá-lo-ei com acções de graças. Será isso muito mais agradável ao Senhor do que um boi ou um novilho..." (69: 30-31).

Recordei-me, também, da passagem mais familiar na Bíblia sobre acções de graças: "Entrai por suas portas com acções de graças e nos seus átrios, com hinos de louvor; rendei-lhe graças e bendizei-lhe o nome" (Salmo 100:4).

Lendo o comentário sobre este ultimo versículo, descobri que o salmista se refere ao dia da expiação no Velho Testamento. E que dia tremendo era esse!

Sob a Velha Aliança, Israel tinha um dia anual de expiação, em que o povo era purificado de todos os pecados que tinha cometido durante o ano. A expiação era feita através de um sacrifício sacerdotal. Contudo, antes desse dia anual, deveria haver uma nuvem negra de depressão sobre o acampamento - pois o povo estava abatido pelo peso dos pecados acumulados.

O dia da expiação era uma cerimônia com um significado tremendo.Os israelitas tinham de planejá-lo com semanas de antecedência. Aqui se segue o que se passava nesse dia:

Duas cabras jovens (chamadas "bezerros" nas escrituras) eram levadas para a entrada do tabernáculo, e apresentadas ao sumo-sacerdote como sacrifício. As duas cabras deveriam ser iguais no peso, tamanho e na pureza. Era lançada sorte, e uma das cabras escolhida para o sacrifício de sangue. Era-lhe atada um pano vermelha no pescoço, para a distinguir para o sacrifício. A outra cabra era designada como bode expiatório, e mantida fora do lugar santo.

A primeira cabra era levada para o altar e morta, onde o sangue era coletado numa taça. O sacerdote levava o sangue para dentro do santo dos santos, onde o apresentava com incenso. Enquanto o incenso ardia, o santo dos santos enchia-se de fumo, que representava a presença de Deus. Então o sacerdote espargia uma vez o sangue sobre o assento da misericórdia (propiciatório), e em frente a ele sete vezes.

Lá fora, cada pessoa do povo ficava prostrada durante todo o procedimento do sacrifício. Ninguém via nada do que se passava. Contudo o ritual representava a expiação dos seus pecados. As suas transgressões de um ano estavam sendo perdoadas, ou "cobertas".

Em contraste, a parte seguinte da cerimônia era um sermão bastante visível e ilustrado, para todo israelita ver. Em verdade, neste ponto, todos deveriam se levantar e alegrar.

Enquanto ainda no lugar santo, o sumo sacerdote trocava as suas vestes especiais pelas suas vestes normais de sacerdote. Então ele saia, e colocava as mãos na cabeça da outra cabra restante. Ora, a palavra hebraica para "bode expiatório" significa "remoção". E o acto do sacerdote colocar as mãos sobre o bode expiatório simbolizava a transferência de todos os pecados do povo para a cabeça do animal:

"E Arão porá ambas as mãos sobre a cabeça do bode vivo e sobre ele confessará todas as iniqüidades dos filhos de Israel e todas as suas transgressões, segundo todos os seus pecados; e os porá sobre a cabeça do bode e envia-lo-á ao deserto, pela mão de um homem designado para isso" (Levítico 16:21).

O "homem designado" aqui mencionado era um homem forte fisicamente, escolhido para a dura tarefa de levar o bode expiatório para o deserto, e deixá-lo lá. Contudo, este homem não poderia conduzir a cabra para um lugar qualquer no deserto; o animal poderia voltar atrás, e o povo seria recordado dos seus pecados. Então, ele tinha que estar fisicamente preparado para levar a cabra numa longa viagem à uma área desabitada, um lugar do qual não poderia regressar.

"Assim, aquele bode levará sobre si todas as iniqüidades deles à terra solitária; e o homem enviará o bode ao deserto" (verso 22). A palavra"solitária" aqui significa "um lugar sem saída". Enquanto o homem designado guiava a cabra para o deserto, ele seria seguido por um grupo de sentinelas carregando bandeiras. O destino normalmente era um vale rodeado de escarpas onde a cabra era deixada para que nunca pudesse regressar.

Então, ao colocar as mãos na cabra expiatória, começando a segunda parte da cerimônia de expiação, o sacerdote confessava os pecados de todo o povo acampado. Essencialmente ele orava assim: "Senhor, coloque os meus pecados e os pecados do povo na cabeça deste bode."

"Agora, parta!"

O homem designado então colocava uma rédea na cabra e a levava para fora do acampamento. E isso era uma tremenda cena para o povo! Israel inteiro ficava ali assistindo, aplaudindo, alegrando-se enquanto o bode expiatório era levado embora. Era um sermão ilustrado que cada um - incluindo as crianças - poderia entender: "Não apenas são os nossos pecados perdoados -- mas são levados de nós!"

O povo entendia que ao ser levado do seu meio, o bode jamais seria visto novamente. E tão pouco o Senhor se lembraria dos seus pecados. Então um grito poderoso saía do acampamento! Isto é uma imagem linda do que Jesus Cristo faz por nós. Ambas as cabras representam Jesus - o cordeiro que foi morto por nós, e o que tira os pecados do mundo:

"Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido" (Isaías 53:4). "Carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados" (1 Pedro 2:24).

Tal como o homem designado conduzia o bode, Jesus enterrou os nosso pecados numa "terra solitária": "... lançará todos os nossos pecados nas profundezas do mar" (Miquéias 7:19).

Como os Israelitas,
Nós Também Devemos Entrar na Presença do Senhor
Com Acções de Graças !

Vivemos num tempo em que o nosso sumo-sacerdote, Jesus, já apresentou o sacrifício do Seu próprio sangue ao Pai, para a expiação dos nossos pecados. Cristo limpou todas as nossas transgressões, para que nunca mais fossem lembradas contra nós. Então, para nós, a obra da expiação está encerrada.

Contudo, como os israelitas também nós devemos entrar nos átrios do Senhor como diz o Salmo 100: com gratidão e louvor. E devemos levar connosco dois "bodes":

"Tende convosco palavas de arrependimento e convertei-vos ao Senhor; dizei-lhe: Perdoa toda iniqüidade, aceita...em vez de novilhos, os sacrifícios dos nossos lábios" (Oseías 14:2). A palavra "novilhos" aqui representa os nossos lábios, ou palavras. O significado completo desta frase em hebraico é, "Oferecer-te-emos novilhos, até os nossos lábios".

A nossa oferta de acções de graças é para ser feita com os dois bodes que trazemos - uma oferta com os nossos lábios, ou vozes. Deus está dizendo: "Traga à Minha presença as tuas palavras de gratidão. Fale, cante-Me louvores!"

Não devemos mais trazer a Deus sacrifícios de sangue ou ofertas de ouro e prata para a expiação. Em vez disso, devemos Lhe trazer um sacrifício de louvor e acções de graças com os nossos lábios: "Por meio de Jesus, pois, ofereçamos a Deus, sempre, sacrifício de louvor, que é o fruto de lábios que confessam seu nome" (Hebreus 13:15). O "fruto de nossos lábios" é a nossa gratidão e agradecimento!

Um dos Exemplos Mais Poderosos Disso
É Visto no Livro de Jonas

Ouça as palavras de Jonas: "Pois me lançaste no profundo...a corrente das águas me cercou; todas as tuas ondas e as tuas vagas passaram por cima de mim...Desci até aos fundamentos dos montes, desci até à terra, cujos ferrolhos se correram sobre mim, para sempre" (Jonas 2:3-6).

Jonas atingiu o fundo do poço, sepultado no ventre do grande peixe. Era uma luta de vida ou morte - cheia de desespero, vergonha e culpa. Seu coração lhe pesava - literalmente havia chegado à posição mais inferior que alguém poderia chegar. Ele achou que Deus o abandonara.

Então, como saiu Jonas deste fosso? Simplificando: ele passou no teste! "Quando desfalecia em mim a minha alma, eu me lembrei do SENHOR...eu te oferecerei sacrifício com a voz do agradecimento..." (versos 7, 9).

Jonas não recebeu qualquer palavra de livramento. Estava numa situação desesperadora, com tudo à sua volta negro e escuro. Estava para desfalecer. Contudo, quando estava a chegar a esse ponto disse: "Vou simplesmente agradecer ao Senhor!"

No meio de todos os seus problemas, Jonas entrou na presença do Senhor com os "bezerros" dos seus lábios - e ofereceu graças! Deus respondeu: "É o que eu estava esperando lhe ouvir dizer, Jonas. Você confiou em mim em meio a tudo isso. Você acabou de passar no teste!"

A escritura diz: "Falou, pois, o Senhor ao peixe, e ele vomitou a Jonas na terra" (verso 10). A um comando do céu, o peixe cuspiu Jonas na costa. E aquele homem pesaroso deve ter rolado pela praia a gritar: "Estou livre! Estou livre!" Provavelmente dançou enquanto tirava as algas dos cabelos - pois já estava no altar das acções de graças!

Você pode perguntar: "Irmão David, se eu passar no meu teste atual, é garantido que nunca mais terei de passar noutro?" Não - nunca! A nossa fé está constantemente sendo sugada de nós, simplesmente porque vivemos neste mundo caído e cheio de pecado. O Senhor tem de continuar a nos trazer encorajamento.

É por isso que Paulo nos instrui, "... as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças" (Filipenses 4:6). "Arraigados e edificados nele e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças" (Colossenses 2:7).

Você está passando por um momento difícil neste momento? Tem inimigos que o ferem, e que estão lhe rasgando aos pedaços? Está a enfrentar uma situação sobre a qual não dá para você fazer nada? Esta derrubado pelo peso, pela dor ou stress? Sente que não consegue continuar?

Santo amado, não se alarme. Não é o diabo que está agindo em você - mas Deus! O Senhor sabe que você precisará de uma grande fé para superar os dias negros que se avizinham. Sem dúvida, você necessita ser capaz de se manter unicamente pela fé. Contudo, Ele sabe que a sua fé necessita ser provada pelo fogo - o fogo da aflição, das provações e problemas.

A maneira de você reagir durante uma crise determina o seu caminhar com Deus a partir daí. Se faz as coisas à sua maneira - se não espera que Deus resolva a sua situação - você andará tropeçando pelo resto do caminho.

Quando você não tem para onde se voltar, volte-se para as acções de graças. Agradeça a Deus pelo seu perdão - pela libertação de todos os pecados passados. Agradeça-lhe por lhe ter liberto dos dentes do leão... por lhe dar um nova morada na glória... por todas as Suas bênçãos anteriores, por todas as promessas, por tudo que Ele fará. Em tudo, dê graças!

Servimos um Deus que nos lançará fora da mais profunda crise, para uma praia segura. Então, faça-Lhe um altar no seu coração agora mesmo, no meio da sua crise. E leve a Ele o seu sacrifício de acções de graças!

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Só O Fogo Produz Fogo - Leonard Ravenhil



Cap 10
Quem quiser ter uma vida de oração precisa ser de aço, pois será atacado por Satanás antes mesmo de começar a tentar atacar o reino dele.
Se ao orar nos limitarmos a apresentar uma lista de pedidos diante do Rei do universo, estamo-nos restringindo à menor de todas as facetas dessa prática tão complexa. Mas, como todos os outros aspectos da vida cristã, ela pode estar em desequilíbrio em nossa vida. Não devemos, por exemplo, substituir o trabalho pela oração; assim como esta não pode ser substituída pelo trabalho. Em sua obra The Weapon of Prayer (A oração como arma), ainda pouco conhecida, E. M. Bounds diz o seguinte: “É melhor negligenciar o trabalho do que a oração”. E afirma também: “Os mais eficientes agentes na disseminação do conhecimento de Deus na terra, na realização de sua obra e na resistência às avassaladoras ondas do inferno foram os líderes que oraram. Deus depende desses homens, usa-os e os abençoa”.
Não há dúvida de que se o avivamento tarda é porque a oração está sendo negligenciada. Nada atemoriza mais Satanás e o inferno do que o crente que ora.
Os missionários que conheciam Henry Martyn invejavam sua espiritualidade. Um deles disse o seguinte a respeito de Martyn: “Ah, se eu pudesse ter a mesma perfeição que ele, sua profunda espiritualidade, sua diligência, sua superioridade em relação ao mundo, seu amor pelas almas perdidas, sua preocupação em aproveitar todas as chances que lhe surgissem de ser uma bênção para alguém, seu conhecimento de Cristo e das coisas do céu!” É esse o segredo do grandioso impacto que causou na Índia. E o próprio Martyn disse o seguinte: “Os valores da sabedoria me parecem cada vez mais agradáveis e lógicos, enquanto o mundo se torna mais e mais insípido e desprezível”. E ainda: “O que mais lamento é minha falta de poder e de fervor na oração em secreto, principalmente quando intercedo pelos incrédulos. Meu fervor espiritual não aumenta na mesma proporção em que cresce meu conhecimento”. Será que alguém aí pode atirar em Henry Martyn a primeira pedra? Não é verdade que todos nós pode-mos dizer que nos falta ardor na intercessão?
Pela sua própria natureza, o fogo só é produzido por fogo. Se houver perto dele uma substância combustível, o fogo só propagará o mesmo elemento, fogo. “Vede como uma fagulha põe em brasas tão grande selva!” (Tg 3.5b). Uma chama de fogo nunca poderá produzir gelo. Assim também o diabo nunca produzirá homens santos. Pastores que não oram nunca poderão reproduzir guerreiros da intercessão. E no entanto uma fagulha que escape de uma bigorna pode incendiar toda uma cidade. Com uma vela só podem ser acesas dez mil. A partir da vida de oração que David Brainerd levou iluminaram-se outros brilhantes astros áo firmamento do evangelismo, como William Carey, Payson e outros.
William Carey leu a história de Brainerd e como que um dínamo começou a girar no coração desse jovem ganhador de almas, levando-o por fim à Índia. E foi na chama da mesma alma que Deus acendeu a vela do coração de Edward Payson. Através da leitura do diário do missionário entre os índios — que na ocasião sofria dores fortíssimas, e se vestia de roupas de couro — Payson, então com vinte anos, recebeu inspiração para dedicar-se à oração, e o fez de tal forma que quase eclipsou o testemunho do próprio Brainerd. E para citar mais uma alma-irmã da de Brainerd, outro destaque na oração, que faleceu com a “avançada” idade de vinte e nove anos, mencionaremos Robert Murray McCheyne. Esse gigante da oração sentiu-se atraído para “a maior de todas as tarefas a que a alma humana pode se dedicar” quando leu a respeito de Brainerd.
E outro grande homem de Deus que se inspirou na vida de Brainerd foi Jonathan Edwards. Ele testemunhou o avanço da tuberculose a consumir o organismo de Brainerd (enquanto Jerusa, a filha dele e noiva de Brainerd, chorava). Mais tarde, Edwards escreveu: “Dou graças a Deus porque, pela sua providência, Brainerd morreu em minha casa. Pois assim pude ouvir suas orações, presenciar sua dedicação, e me sentir edificado pelo exemplo dele”.
Na mesma época em que David Brainerd estava morrendo, João Wesley se encontrava no ápice de sua carreira espiritual. Ouçamos o que ele disse numa convenção de sua igreja na Inglaterra. (Lembremos que já mencionei uma citação do Dr. Sangster numa outra convenção da Igreja Metodista.) Disse Wesley: “O que poderemos fazer para reavivar a obra do Senhor nos locais onde ela está em declínio?” E em seguida esse incansável e intrépido evangelista que abalou três reinos, respondeu à sua própria pergunta, dizendo: “Todos os pregadores devem ler atentamente a biografia de David Brainerd”.
Então aí está. Vamos citá-los novamente: Payson, McCheyne, Carey, Edwards e Wesley, todos eles homens famosos, todos inspirados pela mesma chama, todos devedores a David Brainerd, que embora doente orava com fervor.
É chegado o conflito das eras. Essa coisa distorcida, antibíblica que leva o nome de “igreja”, mas que se mistura com o mundo e desonra aquele a quem ela diz ser seu Senhor, já foi desmascarada; é uma fraude. A verdadeira igreja nasce dos céus. Nela não há pecadores, e fora dela não há salvos. Ninguém pode colocar o nome de outrem em seu rol de membros, nem tampouco pode riscar aquele que lá estiver registrado. Essa igreja — da qual, graças a Deus, ainda existe um remanescente no mundo — vive, move-se e existe na oração. Orar é o sincero desejo de sua alma.
E assim como a primeira bomba atômica lançada no mundo abalou Hiroshima, assim também somente a oração pode sacudir o coração dos homens. Esse paganismo civilizado que vemos por aí, esses templos de ídolos, esses milhões de pecadores hipnotizados pelo pecado, dominados pelo pavor, só poderão voltar-se para Deus se a igreja for movida por Deus a atentar para a condição de perdição em que se encontram. O diabo procura arrancar-nos do aposento da oração lançando mão de todos os artifícios que conhece. Pois ele sabe que pela oração o homem se une a Deus, e essa união perturba e derrota Satanás. E ele está bem ciente disso. Portanto, se ele conseguir afastar-nos da oração, nossa mente será dominada por interesses legítimos ou por questões importantes para nós. É aí então que precisamos apelar para o nosso principal defensor, o sangue de Cristo. Outra maneira de se resolver o problema da divagação do pensamento é orar em voz alta ou murmurar algumas palavras, mesmo que em tom baixo.
Depois de conseguir domínio sobre Satanás, nosso trunfo seguinte se encontra nas “preciosas e mui grandes promessas” de Deus. Firmados nelas, achamo-nos pisando numa base de concreto espiritual; por elas temos acesso ao céu. Por elas Deus se compromete a abençoar-nos, e mostra-se desejoso de ouvir nossas petições, com as quais o honramos por nossa fé. Por elas, travamos uma batalha espiritual, não com Deus, mas contra os principados e potestades, pois Satanás, como qualquer outro ser, também não gosta de perder. E o tesouro dele são vidas humanas. Todos aqueles que se encontram fora do poder regenerador do Espírito Santo — incrédulos, condenados, desobedientes, embriagados, doentes, religiosos, jovens ou velhos — estão debaixo do domínio dele, embora o grau de domínio que ele exerce varie bastante de um para outro. E o principal alvo de seus dardos inflamados são os salvos, nos diversos níveis da escala espiritual. Mas com o “escudo da fé” poderemos apagá-los, e, graças a Deus, sair desse embate incólumes. A oração não é nossa arma de defesa; é o escudo da fé que utilizamos para isso. A oração é nossa arma secreta. (E parece que ela é secreta mesmo para muitos dos filhos de Deus. Na verdade, apesar de tudo que já lemos, quem pode dizer que sabe muita coisa sobre essa importante prática que é a oração?) Mas não é pela oração que derrotamos Satanás; Cristo já o derrotou há dois mil anos. Todavia o diabo nos engana e nos desafia, e muitas vezes aceitamos suas ameaças e nos esquecemos da “suprema grandeza do seu poder para com os que cremos” (Ef 1.19). Jesus, aquele que orou como nenhum outro, diz: “Eis aí vos dei autoridade sobre... todo o poder do inimigo” (Lc 10.19). Essa é nossa vitória. Na oração, a alma é liberada. A verdadeira oração consome muito tempo. Nos primeiros estágios, temos a impressão de que o relógio está-se arrastando. Mas depois, quando nos acostumamos mais com essa santa prática, o tempo voa. A oração torna nossa alma mais sensível. Observe que nunca oramos pelas pessoas de quem falamos mal; e nunca falamos mal daqueles por quem oramos. A intercessão é um poderoso “detergente”. Estou bem ciente de que o grande purificador da alma é o sangue de Cristo. Mas é quando estamos em oração que, se tivermos algum pecado, ele opera uma purificação eficaz por meio do Espírito.
Satanás não se importa se aumentarmos nosso conhecimento da Palavra de Deus, desde que não nos dediquemos à oração, o que nos impulsionaria a pôr em prática as instruções que recebemos pela leitura da Palavra. De que vale um conhecimento profundo, se nosso coração não tem profundidade espiritual? De que adianta termos uma boa posição perante os homens, se não a temos diante de Deus? De que vale a higiene do corpo, se nossa mente e espírito estão sujos? De que adianta possuirmos uma fachada de religiosidade se nosso coração é carnal? Por que nos orgulharemos de força física, por exemplo, se espiritualmente somos fracos? De que vale a riqueza do mundo se vivemos em pobreza espiritual? Que prazer pode ter na popularidade social aquele que é desconhecido no inferno? Pois a oração conserta todos esses desajustes espirituais.
Aquele que não deseja ser envolvido por esse falso conceito de espiritualidade de nossos dias precisa fortalecer-se mediante uma comunhão mais íntima com Deus, e adotar uma mentalidade mais calma e mais de acordo com os padrões celestiais. Quem deseja possuir a riqueza espiritual e quer ser ouvido por Deus, certamente experimentará muita solidão e comerá o pão da amargura. Ele pode receber ou não muita oposição social e familiar. Mas uma coisa é certa: terá muito conflito interior, buscará o recolhimento (que pode gerar mal-entendidos), e é possível que até os melhores amigos se afastem. Quando duas pessoas se amam gostam de ficar a sós uma com a outra, e em solidão é que se gozam os momentos de maior enlevo espiritual. É como bem expressou um poeta:
“Ouvi um chamado: “Vem, segue-me!”
E foi só.
Aí as alegrias terrenas perderam seu fascínio.
E minha alma o seguiu.
Levantei-me e segui-o.
E foi só.
Não queres também segui-lo se ouvires o chamado?


“Será que um marinheiro ficaria parado se ouvisse o clamor de um náufrago?
Será que um médico permaneceria sentado comodamente, deixando seus pacientes morrerem?
Será que um bombeiro, ao saber que alguém está perecendo no fogo, ficaria parado e não iria prestar-lhe socorro?
E você, conseguiria ficar “à vontade em Sião” vendo o mundo ao seu redor ser condenado?”
— Leonard Ravenhill.
“Dá-me o tipo de amor que segue à frente de todos,
a fé que não desanima à vista de nada,
a esperança que não morre mesmo sofrendo decepções,
o fervor que arde corno fogo.
Que eu nunca fique estagnado como um torrão no chão.
Torna-me o teu combustível, Chama divina!”
— Amy Wilson Carmichael.
“... na qual resplandeceis como luzeiros no mundo; preservando a palavra da vida...”
— Filipenses, 2.15,16.
“Vós sois a luz do mundo...”
— Mateus, 5.14.