sábado, 30 de abril de 2011

A Fé Ri das Impossibilidades

por

Leonard Ravenhill




Pedro na prisão! Que abalo!

Estamos muito longe da cena real para capturar a atmosfera de horror que os Cristãos sentiram neste dia.

Pedro foi movido do Pentecostes para a prisão, dos insultos para a lança. Ele foi guardado por dezesseis soldados. Pergunte a si mesmo o porque de um homem indefeso necessitar de um semelhante grupo para vigiá-lo. Poder-se-ia ser que Herodes temeu o sobrenatural, visto que ele soube que Jesus escapou de um grupo semelhante que O guardava?

Se Pedro tivesse sido cercado por cento e dezesseis soldados, o problema não seria aumentado nem a fuga seria menos certa. Pedro não estava confinado somente pelas duas correntes, mas também pelas grossas paredes da prisão, pelas três divisões da prisão e finalmente por um portão de ferro.

Quando Pedro estava na prisão, a igreja organizou um plano para libertá-lo? Não. Quando Pedro estava encarcerado, os crentes ofereceram uma petição a Herodes ou sugeriram um preço para oferecer aos legisladores para sua liberdade? Não. Pedro tinha libertado outros na hora da oração; agora outros deveriam crer na sua libertação.

Com freqüência através do livro de Atos, que poderia ser chamado Os Atos da Oração, encontramos oração e mais oração. Escave no livro e descubra este poder que motivava a igreja primitiva. No capítulo doze de Atos encontramos um grupo que orava. Apesar de um exército acampado contra Pedro, nisto aqueles crentes confiavam: havia um Deus que poderia e que livraria. A operação de resgate que nunca falhou foi a oração. Não havia limites nas orações daqueles que fizeram intercessão por Pedro. A oração era feita sem cessar pela igreja à Deus por ele. Eles não estavam preocupados se Herodes morreria ou não. Eles não oraram para que eles pudessem escapar do destino de Pedro. Eles não pediram que eles tivessem outro êxodo para uma nação mais hospitaleira. Eles oraram por uma pessoa: Pedro. Eles oraram por uma coisa: sua libertação. A resposta provou o prometido: "E, tudo o que pedirdes na oração, crendo, o recebereis".

Alguns pobres intérpretes desta história têm disto que quando aqueles que oravam ouviram que Pedro estava à porta, não acreditaram. Eu não posso aceitar esta suposição. Estou certo de que eles oraram com esperança. Eu gosto de pensar que eles ficaram por um momento chocados com a instantaniedade da resposta. Eles poderiam ser escusados se tivessem levantado suas sobrancelhas quando Pedro disse: "Eu escapei facilmente com a escolta de um anjo" (Próxima vez que você passar na porta mágica automática em seu supermercado, lembre-se que a primeira porta a abrir-se de seu próprio acordo foi funcionada de cima!).

Libertações operadas por anjos parecem não encontrar lugar na nossa teologia moderna. Talvez gostaríamos que o Senhor respondesse nossas orações com o mínimo embaraço para nós. Além do mais, quem esperará que as filas angelicais sejam perturbadas para trazer libertação a uma alma que ora? Porém, aconteceram resultados sobrenaturais para muitos dos santos que oravam nos dias apostólicos. O Senhor usou um terremoto devastador para a libertação do apóstolo. A oração é uma dinamite.

Não há nenhuma arma fabricada contra a oração que possa neutralizá-la. Algumas coisas podem atrasar as respostas à oração, mas nada pode parar o supremo propósito de Deus. "Se tardar, espera-o".

O primeiro requerimento na oração é crer.

- Crer que Deus é "galardoador dos que O buscam".
- Crer que Deus está vivo e que, portanto tem poder não somente para a libertação de Pedro, mas também para a nossa.
- Crer que Deus é amor e que Ele tem cuidado dos Seus.
- Crer que Deus é poder e, portanto nenhum poder pode opor-se a Ele.
- Crer que Deus é verdadeiro e, portanto não pode mentir.
- Crer que Deus é bom e que Ele nunca abdicará Seu trono ou falhará em Sua promessa.

Refletindo sobre a história de Pedro, fui repreendido, humilhado, envergonhado e atormentado. Por que? Porque há grandes santos de hoje em dia, Watchman Nee por exemplo, que por anos têm sofrido e têm permanecido cativos pelos comunistas e outros. Muitos dos santos de hoje estão quietos na prisão. O mesmo destino tem sucedido a algumas testemunhas escolhidas de Deus no Vietnã e em Congo.

Tais perigos a outros membros do Corpo demandam preocupação, concentração e consagração para um plano comprometido de oração em favor deles. Eu temo que orações não têm sido feitas a Deus sem cessar por estes sofredores membros da família.

O Sr. Bunyan nos mostra seu Cristão cativo pelo Gigante Desespero no Castelo da Dúvida. A chave para sua libertação foi Promessa. Nós Cristãos estamos no cativeiro em muitos níveis hoje pessoais, domésticos, da igreja e de iniciativa missionária. Mas as correntes se quebram e as masmorras caem quando a oração é feita pela igreja à Deus:

- Oração sem cessar;
- Oração que destrói nossa situação atual;
- Oração que nos drena de qualquer outro interesse;
- Oração que nos emociona por suas imensas possibilidades;
- Oração que veja Deus como Aquele que do alto governa, Todo-Poderoso para salvar;
- Oração que ria das impossibilidades e grite: "Será feito";
- Oração que veja todas as coisas debaixo dos Seus pés [de Deus];
- Oração que é motivada com o desejo pela glória de Deus.

A oração de um crente pode tornar-se um ritual. O lugar da oração é mais do que território onde atiremos todas nossas ansiedades, preocupações e temores. O lugar da oração não é um lugar para deixar cair uma lista de compras diante do trono de um Deus com infinito suprimento e ilimitado poder.

Eu creio que o lugar da oração não seja somente um lugar onde eu perca meus fardos, mas também um lugar onde eu receba um fardo. Ele compartilha meu fardo e eu compartilho a Seu fardo. "Meu jugo é suave e meu fardo é leve". Para conhecer este fardo, devemos ouvir a voz do Espírito. Para ouvir esta voz, devemos calar e saber que Ele é Deus.

Esta hora calamitosa nos assuntos dos homens demanda uma igreja mais saudável do que a que temos. Esta manifestação evidente do mal na juventude e na violação dos mandamentos de Deus por todo o mundo requer uma fé que não recua.

Podemos deixar nossas espadas de oração enferrujadas nas bainhas da dúvida? Poderemos deixar nossas desentoadas harpas de oração penduradas nos salgueiros da descrença?

- Se Deus é um Deus de inigualável poder e inacreditável força,
- Se a Bíblia é a imutável Palavra do Deus vivo,
- Se a virtude de Cristo é tão nova hoje como quando Ele primeiro fez a oferta de Si mesmo a Deus depois de Sua ressurreição,
- Se Ele é o único mediador hoje,
- Se o Espírito Santo pode nos ressuscitar como Ele fez como nossos pais espirituais, Então todas as coisas são possíveis hoje.

Os mares estavam agitados, os ventos estavam uivando, os marinheiros estavam chorando, os mastros estavam voando, as estrelas estavam escondendo-se, o Euro-aquilão explodindo. As pessoas estavam encolhendo-se e gritando, gemendo e suspirando. Somente um homem estava louvando. Todos estavam esperando a morte, exceto Paulo. No meio de uma cena de desespero, se alguma vez houve uma, Paulo clamou: "Senhores, eu creio em Deus" (Atos 27).

Como as coisas parecem estar totalmente diferentes estes dias, eu vou me unir a Paulo. Eu vou dizer com fé: "Senhores, eu creio em Deus". Você se unirá a mim?

sexta-feira, 29 de abril de 2011

O Toque de Deus O Toque Humano


Por David Wilkerson
27 de maio de 2002
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Quando o Senhor toca alguém, essa pessoa é levada a se ajoelhar. Ela então se torna íntima de Cristo; e a partir dessa intimidade, recebe nova revelação dos céus. Ela fica ansiosa para trazer ao Espírito Santo aqueles pecados que a assediam, para os mortificar; a sua alma é renovada, e ela entra num lugar de repouso. E começa a ministrar a Cristo com paixão renovada, e amor maior.
Mais do que tudo, esse servo a cada dia se torna mais consciente do dia do Juízo que se aproxima. Ele sabe que terá de se pôr diante do trono de Deus e responder a uma grande pergunta: "Como você retratou Cristo a um mundo perdido?". Na verdade, nós todos temos de enfrentar essa pergunta no julgamento: "Como você testemunhou Cristo aos ímpios? Como você O revelou por meio de sua vida e conduta? Como a sua vida O representou?".

Esse é o único critério de como seremos julgados naquele dia. Não importa se nos trancamos com Deus como Moisés, se recebemos grandes revelações como Daniel, se fomos santificados como Paulo, ou se pregamos com ousadia como Pedro. Todos serão julgados por esse único padrão: como as nossas vidas expressaram quem é Jesus, e como Ele é?

O Espírito Santo estabeleceu esse padrão de julgamento após o Pentecostes, ao Cristo estabelecer a Sua igreja. Roma estava no poder na época. O espírito desse império era de orgulho, arrogância e materialismo. Roma afastava-se dos oprimidos, incluindo viúvas, órfãos e os pobres. Do Eufrates ao Atlântico, grandes monumentos comemoravam as vitórias militares de Roma; palácios eram construídos para os heróis de guerra do império. Mas em nenhum lugar havia um espaço ou instituição para os pobres ou desabrigados. Nada em todo o império indicava qualquer preocupação com os pobres.

O espírito de orgulho e de cobiça também permeava o espaço judaico. Os líderes religiosos de Israel se inclinavam para a aquisição de riquezas e de propriedades. Os fariseus usavam de artimanhas legais para roubar casas das viúvas. Enquanto isso, os órfãos eram abandonados, e os desabrigados sofriam ofensas. Os trabalhadores das classes inferiores eram sabotados nos salários. Diziam-lhes que mereciam ser pobres, que Deus os estava cobrando por seus pecados. Por todo Israel, a atitude prevalente era: "Cada um por si". Vivia-se para acumular, açambarcar recursos; se desejava mais e mais - e nunca se tinha o que satisfizesse.

Em meio a essa sociedade ambiciosa, egoísta e materialista, Cristo derramou do seu Espírito sobre um remanescente santo. De repente, ventos poderosos sopraram, prédios tremeram, e um fogo sobrenatural apareceu. Cristãos iletrados começaram a falar fluentemente em línguas que nunca haviam aprendido. E os apóstolos de Jesus pregavam o evangelho com poder de convencimento. Nos dias que se seguiram, a igreja adorava, louvava e se movia com poder sobrenatural: "Os que lhe aceitaram a palavra foram batizados...E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos" (Atos 2:41-43).

A população de Jerusalém ficou assombrada com o que via. E perguntavam: "O quê significa tudo isso?". Era o Espírito Santo capacitando o povo de Deus a testemunhar Cristo ao mundo. Esses crentes agora eram epístolas vivas. O poder divino os capacitava a viver de um jeito que lhes permitia se gabar dizendo: "É assim que Jesus é. As nossas vidas são um testemunho da natureza e do amor de Deus".

Você pode se perguntar: quem eram esses observadores, sobre os quais as escrituras dizem: "estavam...atônitos e se admiravam" diante dos acontecimentos milagrosos (2:7)?. Quem eram os estrangeiros que diziam uns aos outros: "Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando? E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?" (2:7,8).

O versículo seguinte responde a essa pergunta: "Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?" (Atos 2:9-11).

As pessoas que testemunharam esses acontecimentos eram visitantes a Jerusalém, mercadores, comerciantes, viajantes. Certamente o que diriam iria se espalhar para o resto do mundo. Mas como esses passantes iriam descrever o que testemunharam? Será que iriam se concentrar nas línguas, nos sinais e maravilhas, no vento e no fogo do céu?

Nenhuma destas coisas seria o centro da questão. Não foi esse o testemunho que o Espírito Santo veio trazer. Todas estas maravilhas eram simples manifestações, produzidas para a edificação e cura dos crentes. Então, qual seria o testemunho de Cristo?

O Verdadeiro Testemunho do Pentecostes
É Um dos Aspectos Mais Negligenciados
do Derramamento do Espírito
A maioria dos sermões sobre o Pentecostes se concentra nos sinais e maravilhas realizados pelos apóstolos. Ou, enfatizam os 3.000 que foram salvos em um dia, ou as línguas como de fogo aparecendo. Mas não ouvimos sobre um evento que se tornou a maior maravilha de todas. Esse aspecto enviou multidões de pessoas de volta aos seus países com uma impressão vívida e inequívoca de quem Jesus é.

Você ouviu dos sinais e maravilhas. Quero lhe falar sobre os "sinais maravilhosos" desta história. Da noite para o dia, milhares de anúncios de "Vende-se" apareceram na frente de casas por toda Jerusalém e arredores. As escrituras dizem: "Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade...Pois nenhum necessitado havia entre eles, porquanto os que possuíam terras ou casas, vendendo-as, traziam os valores correspondentes e depositavam aos pés dos apóstolos; então, se distribuía a qualquer um à medida que alguém tinha necessidade" (Atos 2:44-45; 4:34-35).

Dá para você imaginar a cena em Jerusalém? Multidões de casas, terrenos e fazendas de repente estavam sendo vendidas. Bens igualmente sendo vendidos: móveis, roupas, artesanato, vasos e panelas, obras de arte, etc. Nas ruas, nos mercados, em todas as portas da cidade, centenas de placas dizendo "Vendem-se Mercadorias". Deve ter sido a maior venda particular da história de Jerusalém.

Anote isso: não há evidências nas escrituras de que as casas sendo vendidas eram as habitações onde efetivamente moravam os proprietários. E inexiste menção quanto à vivência em comum. Se isso houvesse acontecido, teria trazido uma carga insustentável para a igreja. Ainda mais, a propriedade e as possessões que estes cristãos vendiam não eram de primeira necessidade ou heranças. A palavra de Deus claramente os ordenava a prover para suas próprias famílias e filhos. Eles também tinham de cuidar de todas as viúvas da família até os sessenta anos. Os crentes não poderiam ter cumprido esses mandamentos se não tivessem suas próprias casas. Além disso, lemos que iam às casas dos outros em comunhão, e "partiam pão de casa em casa" (2:46). Fica claro que estas pessoas ainda possuíam suas casas.

Não - as possessões que vendiam eram coisas que eles tinham acima e além de suas necessidades, coisas não essenciais à sua sobrevivência. Em alguns casos, elas provavelmente tinham se tornado como fortalezas dentro do coração dos proprietários. Então os bens foram vendidos, transformados em dinheiro, e doados para sustentar as viúvas, os órfãos e os desamparados da igreja.

Eis o testemunho que se propagou de Jerusalém - é a mensagem que o Espírito de Deus queria espalhar por todo o mundo: Somente o poder de Deus poderia romper o espírito de materialismo que asfixiava Israel há séculos.

Pense no poder que foi necessário para agitar e despertar um povo autocentralizador e ambicioso, que por centenas de anos havia desprezado o pobre. Os estrangeiros que ouviram estes crentes falando em suas próprias línguas, agora viam-nos se desfazendo de materiais valiosos. E estas possessões não eram sucata. Elas obviamente estavam sendo vendidas como sacrifício. Mais uma vez, os observadores tinham de perguntar: "O quê está acontecendo? Por que está havendo tantas placas de 'Vende-se'? Será que essas pessoas estão sabendo de algo que nós não sabemos?".

Qualquer crente que estivesse ouvindo iria responder: "Não, somos seguidores de Jesus. Demos o coração para o Messias, e o Seu Espírito nos transformou. Agora estamos praticando as obras de Deus. Ele pregou aos pobres e se associou com leprosos; Ele ministrou a viúvas e cuidou dos órfãos. E nós recebemos uma palavra do Espírito Santo de que devemos fazer o mesmo. Estamos vendendo esses bens para levantar dinheiro para os pobres e necessitados. Essa é a obra de Jesus Cristo".

Imagine a conversa que teve lugar por toda a cidade. Nos cafés, sinagogas e mercados, um negociante pode ter dito ao outro: "Finalmente comprei aquele terreno que eu queria há anos. Todo esse tempo o dono tentou me enganar aumentando o preço. Ele é fariseu, e fiquei barganhando com ele por muito tempo. Bem, ele foi falar comigo ontem, e me deu um preço razoável..."

"Eu perguntei o que lhe tinha feito mudar de idéia. Ele disse que agora é seguidor de Jesus; ele foi cheio do Espírito Santo, e não está mais viciado em adquirir coisas. Além disso, o dinheiro da venda iria para alimentar os pobres, assim como viúvas e órfãos".

Aqui estava o testemunho do Pentecostes. O mundo viu aqueles crentes cheios de poder amando uns aos outros, vendendo seus bens, dando aos necessitados. E era exatamente isso que o Santo Espírito queria deles. Ele desejava um testemunho vivo para o mundo quanto ao amor de Deus. Eles estavam proclamando o evangelho de Cristo através de seus atos.

O Livro de Atos Nos Mostra Exatamente
O Quanto Esse Testemunho é Sério
Você se lembra da história de Ananias e Safira. Eram crentes que caíram mortos na igreja porque desvirtuaram quem Jesus é. Eles tinham mentido para Pedro quanto à quantia que haviam recebido pela terra que venderam. Mas Pedro lhes disse que haviam mentido para o Espírito Santo. Em verdade, se um cristão mente para uma pessoa, é como se mentisse a Deus.

Qual foi exatamente a mentira deste casal? Foi a apropriação indébita de dinheiro destinado aos pobres. Eles devem ter testificado ao comprador: "Tudo que você nos pagar é para a causa de Cristo. Vai tudo para as viúvas e os pobres". Mas retiveram parte do dinheiro para si.

No Dia do Juízo muitas pessoas serão cobradas por malversação daquilo que foi designado à caridade. Penso em organizações que coletaram centenas de milhões de dólares para as vítimas da tragédia de 11 de setembro, mas se apropriaram de muito disso para si. Eu também penso nos ministros que levantaram dinheiro para as mesmas viúvas e órfãos, mas que usaram mal isso. Quero dizer o seguinte - eles não precisam temer o Imposto de Renda - eles precisam temer o Deus Todo-poderoso, que registra nos livros até o último centavo.

Esta é a mensagem por trás da história de Ananias e Safira: não toque no que pertence aos pobres e necessitados. Deus não irá ficar parado vendo o Seu Filho mal representado diante do mundo, por aqueles que a si mesmos se chamam pelo Seu nome.

(Todo muçulmano reconhece o quanto esse tipo de testemunho é sério. A pouco li sobre um teleton saudita que levantou dinheiro para os familiares de "mártires" palestinos [inclusive dos homens-bomba que atacaram Israel]. O teleton foi patrocinado pelo Estado, e o rei saudita doou os primeiros 2 milhões e 700 mil dólares. Uma princesa doou o seu Rolls Royce. Um homem ofereceu um dos seus rins. Uma mulher deu todo o seu dote de 17.000 dólares. Multidões foram à estação de TV para jogar dinheiro nas caixas que crianças em cadeiras de roda seguravam. Todos queriam provar que Alá ama os seus filhos.

No final, 155 milhões de dólares foram levantados durante o teleton saudita. Mas isso foi só o começo. O chamado chegou a todas as nações islâmicas, para que dessem em favor da reconstrução palestina. Veja, Satanás sabe onde está o testemunho eficiente. E ele sutilmente produz uma falsificação do seu próprio testemunho.)

Eu pergunto a você: como o Espírito Santo produziu essa súbita mudança de coração naqueles crentes recém batizados em Jerusalém? A transformação deles foi um milagre incrível. A resposta é: esses cristãos eram filhos da profecia de Malaquias. Malaquias é o último profeta do qual ouvimos no Velho Testamento. E Deus falou através dele dizendo: "Chegar-me-ei a vós outros para juízo; serei testemunha veloz contra os feiticeiros, e contra os adúlteros, e contra os que juram falsamente, e contra os que defraudam o salário do jornaleiro, e oprimem a viúva e o órfão" (Malaquias 3:5).

Agora nos adiantemos no tempo até a igreja em Jerusalém. Esses crentes iam de casa em casa em comunhão. "E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações" (Atos 2:42). Qual é a doutrina dos apóstolos mencionada aqui? Eram as palavras específicas de Cristo. Jesus havia instruído os discípulos: "O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as cousas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito" (João 14:26).

Agora, preste muita atenção. Uma das últimas mensagens que Jesus transmitiu aos Seus discípulos antes da crucificação está contida em Mateus 25. Eu creio que o Espírito Santo agora trouxe essa específica mensagem à lembrança dos Seus seguidores. Em verdade, provavelmente foi Mateus que pregou essa mensagem de Cristo aos crentes recém batizados. .

As palavras de Jesus foram avivadas em seus corações, e eles souberam que nunca mais poderiam viver do mesmo jeito. Subitamente, viram como é séria essa questão de verdadeiramente se representar Jesus. Levou-os a irem às suas casas para achar tudo de que não necessitavam, e aí levar essas coisas à rua para vendê-las. Simplificando, a palavra de Cristo em Mateus 25 deu a esses crentes uma nova atitude de amor e de preocupação pelos pobres. Como? Ela literalmente os colocou diante do trono do Juízo.

Essa mesma mensagem de Mateus 25 tem abalado a minha alma em sua profundeza. E está fazendo com que eu mude coisas em minha vida, e no meu ministério. Igualmente, se você clama pelo toque de Deus, e busca ter uma nova paixão por Jesus, então será levado a uma jornada pelo Espírito Santo. E em algum lugar desse roteiro, você acabará tendo de encarar e enfrentar Mateus 25. Não podemos mais pular por cima dessa Palavra - uma Palavra com tanto poder de estilhaçamento.

Atenção à Profecia de Jesus em Mateus 25
As palavras de Jesus aqui não são uma parábola, mas uma profecia. É o dia do Juízo, e todos nós estamos diante do trono: "Quando vier o Filho do homem na sua majestade e todos os anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda" (Mateus 25:31-33).

Há pessoas que dizem: "Isso é o julgamento das nações, não de pessoas". Bobagem. Não há nações ovelhas ou nações cabritos. Desafio qualquer pessoa a dizer o nome de uma nação ovelha, existente agora ou no passado. Fica claro que isso é um julgamento de toda a humanidade. E as ovelhas mencionadas aqui são julgadas por um critério:

"Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me" (Mateus 25:34-36).

Jesus elogia as ovelhas, dizendo, "Vocês me representaram corretamente. Vocês testemunharam ao mundo que Eu me identifico com os cativos do pecado e da pobreza. Vocês conheciam o meu coração, e deixaram que Eu expressasse a minha natureza e o meu amor através de vocês". Cristo não diz uma palavra quanto a nenhuma das outras boas obras ou realizações delas. Ele concentra tudo nesse único ponto.

Agora vem a palavra que me faz tremer. Jesus diz: "Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me" (25:41-43).

Note que aqui Jesus não condena os cabritos por adultério, uso de drogas, pornografia, homossexualismo, ou outras iniqüidades grosseiras. Sim, todos esses pecados são malditos, e os que os praticam serão julgados por cada ato cometido na carne. Mas com Cristo, há um padrão de julgamento ainda mais alto.

Ao aplicar esse padrão à minha própria vida, pensei: "Não consigo me localizar nessa profecia. Quando será que fiz essas coisas que são ordenadas? Será que tenho negligenciado um ministério ativo junto aos famintos, desabrigados, viúvas, órfãos, aos presos, aos aflitos? Como eu trabalho com as palavras de Jesus aqui: "Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno" (25:45-46)?.

Eu durante meses fiquei orando pelas viúvas, órfãos e pelos pobres. Recebemos cartas de excluídos sociais que não podem mais pagar a previdência, e não têm onde morar. Apelei a Deus: "Tu és o Senhor dos exércitos. Alimente-os. Atenda às suas necessidades". Finalmente, o Senhor me respondeu: "Você deve fazer mais do que orar por eles, David. Você pode fazer algo em favor disso. Você os alimente. Isto está dentro da sua capacidade de fazer".

Não se engane: ninguém pode ser salvo pelas boas obras apenas. Mas seremos julgados quanto a as termos feito. Contudo, a questão não é quantas pessoas necessitadas eu alimentei ou vesti. O ponto essencial é: "Será que eu professo Cristo como Senhor - e depois vivo só para mim? Será que eu mal-represento Jesus ao acumular coisas, e gastar tempo fazendo isso? Eu fecho os meus olhos às necessidades dos pobres e desamparados?".

O nosso testemunho a um mundo amaldiçoado pelo pecado tem de incluir tanto pregação quanto manifestação, tanto a Palavra quanto atos. A nossa proclamação de Cristo não pode estar divorciada do nosso trabalho assistencial. Como Tiago diz, tais obras ajudam a provar o poder do evangelho:

"Meus irmãos, que aproveita se alguém disser que tem fé, e não tiver as obras? Porventura a fé pode salvá-lo? E, se o irmão ou a irmã estiverem nus, e tiverem falta de mantimento cotidiano, e algum de vós lhes disser: Ide em paz, aquentai-vos, e fartai-vos; e lhes não derdes as coisas necessárias para o corpo, que proveito virá daí?" (Tiago 2:14-16).

Multidões de cristãos respondem à profecia de Jesus de duas maneiras. Há aqueles do "evangelho leve", que dizem: "Deus não é assim tão duro. Tudo isso é pregação do fogo eterno. O meu Deus é muito amoroso para julgar desse jeito tão severo". E os do "evangelho pesado" dizem: "Isso é estrito e rigoroso demais; exige muito. Eu não posso aceitar uma palavra que provoque tanto desconforto. Eu nunca vou conseguir corresponder ao padrão dela".

E assim os dois evangelhos seguem seus próprios caminhos, justificados e indiferentes. Nós continuamos com nossas reuniões de oração, pedindo que Deus atenda os pobres; no Natal, distribuímos cestas às famílias necessitadas; e em outras ocasiões, a gente deixa escorregar umas moedinhas aos mendigos. Mas não possuímos um compromisso de tempo integral e de atitude para fazer como Jesus ordenou.

Muitos Irão Para o Julgamento Convencidos de Que São Ovelhas,
Mas Serão Separados Junto aos Cabritos
Tais pessoas irão gritar: "Mas Senhor, Senhor, tudo isso é uma surpresa. Nós cremos em Ti. Nós oramos, jejuamos, fomos à igreja. Somos Tuas ovelhas remidas". Por que tais serão separados com os cabritos?

O fato é o seguinte: se amamos o mundo e as suas coisas, não podemos ser de Deus: "Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele" (I João 2:15). Se cobiçamos - se somos avaros, querendo mais e mais coisas, não somos ovelhas dEle: "Nem ladrões, nem avarentos...herdarão o reino de Deus" (I Cor. 6:10).

No entanto, tais crentes serão cabritos não apenas pela cobiça por coisas, ou porque não ajudaram os necessitados. O Senhor dirá a eles: "Você é cabrito porque me representou mal ao mundo. Você fez com que os ímpios me identificassem com prosperidade, dinheiro, sucesso. Você enganou os pobres dizendo-lhes que Eu os queria tornar ricos. E disse aos enfermos que eles sofriam por falta de fé..."

"...Eu te abençoei; derramei dos meus recursos sobre ti, porque te amava. Mas você não abriu os ouvidos para o choro dos necessitados em torno de si. Antes, você se engasgou com os seus bens. Se você fosse meu - se me amasse - você teria obedecido os meus mandamentos".

Você pode dizer: "Irmão David, isso é duro demais. Deus não é assim".

Leia as palavras de Ezequiel: "Eis que esta foi a iniqüidade de Sodoma, tua irmã: soberba, fartura de pão e próspera tranqüilidade ("abundância de ociosidade")...mas nunca amparou o pobre e o necessitado" (Ezequiel 16:49). Quando Deus julgou Sodoma, Ele não mencionou o homossexualismo ou idolatria. O ponto era soberba, tranqüilidade e descaso do necessitado. Eles não se preocupavam com o pobre.

Amado, o Senhor não chamou para uma venda particular de coisas em Jerusalém: Ele estava atrás de algo no coração do Seu povo. Ele queria testemunhas que estivessem livres da servidão à coisas - para refletir o Seu coração a um mundo perdido. Deus não está atrás de nossas casas. Ele quer que despertemos, para vermos o quanto podemos ficar sufocados e engasgados com posses e propriedades.

Como podemos nós nos envolver com os necessitados? Isso é obra do Espírito Santo. Se você está sendo convencido através desta mensagem, vá a Ele. Ele o guiará diretamente às necessidades que Ele deseja que você atenda, à uma das áreas de ministério de "mãos ao trabalho" por amor. Isso não tem o objetivo de lhe colocar culpa ou condenação, mas de lhe ajudar a sondar seu coração à luz das palavras de Jesus.

O Senhor não espera que nenhum de nós faça tudo. Mas sei que Ele espera que estejamos pessoalmente comprometidos com um envolvimento de mãos à obra com pelo menos uma das áreas de necessidade. Você pode dizer que está pronto para se colocar diante de Cristo naquele dia, sabendo que está ajudando a alimentar ou vestir o pobre, visitando presos, abençoando ou visitando viúvas e órfãos?

O Espírito Santo não permitirá que eu escape dessa verdade com a qual me convence. E nem desculpará nenhum verdadeiro crente. Deus leva a sério o que diz. Mesmo os que estão isolados, os idosos ou enfermos - podem orar pelos desamparados. Podem escrever aos presos.

Onde houver desejo de obedecer esse mandamento, o Espírito Santo mostrará o caminho. E quando nos envolvemos, Ele promete isso: "Se abrires a tua alma ao faminto e fartares a alma aflita, então, a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado e como um manancial cujas águas jamais faltam" (Isaías 58:10-11).

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Manto de Elias

Por David Wilkerson
17 de janeiro de 2000
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Segundo Reis capítulo 2 contém uma das passagens mais espetaculares de todo o Velho Testamento. Este capítulo descreve a milagrosa história do já idoso profeta Elias e do seu servo Eliseu. Ao chegarmos à história, Deus informa Elias que seu ministério na terra acabara. Ele deve agora atravessar o rio Jordão e se dirigir a um certo lugar, onde uma carruagem celestial o levaria, transladando-o para a glória.

Ao refletir em relação a seu último dia sobre a terra, o velho profeta resolveu visitar as cidades de Betel e de Jericó. Convidou seu servo Eliseu para ir com ele, e os dois partiram para aquilo que considero uma "viagem de ensino". Após visitar as duas cidades, chegaram às margens do rio Jordão. Elias tirou seu manto - um traje grande, folgado no corpo - e bateu na água com ele. De modo sobrenatural, as águas se dividiram, e os dois homens atravessaram em solo seco (ver 2 Reis 2:8).

Quando chegaram do outro lado, Elias se voltou para seu servo e disse: "Pede-me o que queres que eu te faça, antes que seja tomado de ti" (verso 9). Sem hesitar, o homem mais jovem respondeu: "Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito" (mesmo verso).

À primeira vista, Elias pareceu surpreso pela resposta de Eliseu. Disse: "Dura coisa pediste..." (verso 10). E então respondeu: "...todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não me vires, não se fará" (mesmo verso). Ele estava dizendo: "Se você me vir quando o Senhor me levar, seu desejo será cumprido. Mas se você perder a ação, terá de voltar para casa desapontado".

Enquanto iam caminhando, subitamente uma carruagem surgiu do céu e os separou. Num instante, Elias foi levado pelo carro - e Eliseu testemunhou toda a cena. Ele clamou: “Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando as suas vestes, rasgou-as em duas partes” (verso 12).

Elias se foi - mas seu manto caiu no chão. Quando Eliseu viu isto, rasgou suas próprias vestes, deixou-as em pedaços e pôs o manto de Elias nas costas. Então voltou ao Jordão e fez como seu mestre havia feito: tirou o manto e bateu com ele nas águas. Imediatamente estas águas se abriram, e Eliseu fez a travessia no seco. Assim se iniciou o notável ministério pessoal do jovem profeta.

Os acontecimentos deste capítulo são totalmente incríveis. E então, o que esta passagem tem a nos dizer hoje? Creio que Deus nos deu uma lição nítida aqui, com um sentido claro e simples: DEUS DESEJA REALIZAR COISAS CADA VEZ MAIORES, À MEDIDA QUE AS GERAÇÕES VÃO SE SUCEDENDO. E cada nova geração deve buscar diante do Senhor sua própria experiência com o Espírito Santo e com a doação de poder que Este concede.

É maravilhoso ler de Deus abrindo o Mar Vermelho para Moisés, e dividindo o Jordão para Josué. Mas é uma outra coisa, pedirmos que Deus realize maravilhas para nós. Contudo, é exatamente isto que nosso Senhor nos deseja. Ele quer realizar milagres e conceder mais do Seu Espírito para o Seu povo, mais que tudo já visto no passado. Ele anseia aumentar e robustecer nossa fé - de modo que, como Eliseu, peçamos uma porção dupla do Seu Espírito, para a Sua glória.

Nesta cena do Velho Testamento, Elias é um tipo de Cristo ascendendo ao Pai. E Jesus prometeu: “...outras maiores (obras) fará, porque eu vou para junto do Pai” (v. João 14:12). Está dizendo na essência: “Vocês vão precisar mais da minha unção, do meu poder e da minha autoridade, do que todas as gerações que passaram. E o meu Espírito lhes proverá de tudo que necessitarem para vencer”.

1. A Minha Primeira Pergunta ao
Reler Esta História Foi: “Por Que
Elias Levou Eliseu Para Observar
Esta Viagem do Redemoinho?”

Por que o idoso profeta quer seu servo acompanhando-o a Betel e Jericó? Com certeza não era só uma viagem sentimental para Elias, uma última passada pelas estradas da saudade. Não - este homem já velho e sábio queria ensinar Eliseu - assim como a nós hoje - a respeito da necessidade que temos de mais poder e unção de Deus.

Os dois homens primeiro foram a Betel, cujo nome significa "asa de Deus" Em verdade, Betel trazia uma grande herança espiritual. O próprio Jacó havia oferecido seu sacrifício ali. Porém, com os anos, algo havia acontecido com a cidade. Jeroboão havia construído um bezerro de ouro lá, e logo o povo se entregou à idolatria. Como resultado, toda uma geração foi perdida para o ceticismo, para as troças e as zombarias, roubando de seus filhos quaisquer sinais das raízes espirituais de Betel.

As coisas estavam indo tão mal, que estas pessoas provavelmente zombaram de Elias e de Eliseu quando chegaram. Como sabemos disto? Um dia ou dois mais tarde, quando Eliseu voltou para Betel, os jovens da cidade saíram para zombar dele. Então, ao caminharem pelas ruas, Elias provavelmente notou o horror e a indignação do seu servo diante daquela sociedade totalmente desviada. O próprio Elias havia enfrentado zombadores em seus dias, no Monte Carmel. Mas sabia que seria necessária força sobrenatural ainda maior para enfrentar esta nova geração. Estes jovens eram muito mais endurecidos e infiéis que os sacerdotes idólatras que havia enfrentado.

Eu creio que foi nesta hora que Elias resolveu testar o seu servo. Provavelmente sugeriu: "Eliseu, por que você não se estabelece aqui, e pastoreia este povo? Você com certeza recebeu chamado, e foi bem treinado. Você poderia ajudar a restaurar a grande herança de Betel."

Tenho certeza de que Eliseu ouviu, pois sabia que seu mestre possuía um discernimento de poder. Mesmo assim, creio que o jovem rapidamente se lembrou de uma história de outro profeta. Deus havia enviado um certo porta-voz de nome desconhecido a Betel para profetizar contra a idolatria de Jeroboão. Este profeta havia proclamado:"Jeroboão, o teu bezerro de ouro está despencando" e imediatamente o ídolo caiu do altar, derrubando as cinzas. Quando Jeroboão viu isto, se mexeu para bater no profeta - mas subitamente sua mão ficou paralisada.

Deus confirmou o ministério do profeta de nome desconhecido com outras obras sobrenaturais. Porém, este mesmo santo profeta, mais tarde foi seduzido e fez concessões devido à falta de poder espiritual.

À medida que Eliseu avaliava em Betel, percebeu que não estava preparado para enfrentar os maus espíritos de lá. Compreendeu aquilo que Elias já sabia há muito: a necessidade de o Espírito Santo realizar uma obra maior e mais poderosa nele, antes de poder enfrentar o mal numa cidade tão corrompida. Então disse a seu mestre:"Tão certo como vive o Senhor e vive a tua alma, não te deixarei"(2 Reis 2:6). Aí, as escrituras dizem:"..ambos foram juntos"(mesmo versículo).

Creio que Betel representa aquele tipo de sociedade corrompida em que se tornou nossa própria nação, após a passagem de uma só geração. Nós também vivemos no meio dos que fazem troça e zombam; pessoas sensuais entregues à luxúria, à idolatria, ao homossexualismo. E a geração atual é pior do que qualquer geração que Elias ou Eliseu tenham enfrentado. Aqueles profetas santos viram crianças zombando e blasfemando - mas as crianças de nosso país estão assassinando as outras. Meninos de dez anos estão estuprando meninas de cinco. Meninos matam sem culpa ou pesar - eliminando pais, colegas, desconhecidos inocentes.

Não desejo fazer um julgamento generalizado de toda a juventude. Sei que há muitos jovens santificados nesta sociedade, que estão em chamas por Jesus. Dou graças a Deus por cada jovem que se coloca do lado de Cristo nestes tempos de trevas.

Contudo, este dia mau exige que o povo de Deus receba uma porção dupla de Seu poder e autoridade, para se capacitar a alcançar esta geração perdida. Vai exigir uma medida de unção como nunca vista na história. Requer que um remanescente santo seja levantado como Eliseu e clame:"Oh, Senhor - preciso mais".

2. Sabemos que Esta Viagem
Não é a Favor de Eliseu Apenas,
Mas Tem o Objetivo de Instruir
Todas Gerações que se Sucedem

Elias e Eliseu prosseguiram para Jericó, que significa “lugar chamado agradável”. Porém, a cidade agora estava árida, seca, totalmente sem vida. Não havia árvores, pastos, frutos. Tudo havia definhado devido à infiltração de veneno nos reservatórios de água de Jericó.

Esta cidade representa o cristianismo morto, seco - aquela igreja que Jesus descreve em Apocalipse desta maneira: “...tens nome de que vives e estás morto” (Apocalipse 3:1).

Elias havia estabelecido uma escola de profetas em Jericó, e aparentemente ele e Eliseu a visitaram. Alguns dos jovens profetas que estavam se destacando se aproximaram de Eliseu e perguntaram: “Sabes que o Senhor, hoje, tomará o teu senhor, elevando-o por sobre a tua cabeça?” Eliseu rapidamente os cortou, dizendo: “Calai-vos”.

Bem, estes fortes jovens de Deus eram estudiosos das escrituras. Até possuíam alguma visão profética, pois sabiam que Elias seria levado aquele dia. Era a geração de ministros que seria enviada por toda Judá e Israel para ministrar à sociedade: edificando escolas, alimentando os pobres, pregando a palavra.

Mas algo claramente faltava neles: o poder, a unção e a autoridade do Espírito Santo. No dia seguinte, estes mesmos ministros pediriam a Eliseu que os permitisse procurar o corpo de Elias, caso o Espírito Santo o soltasse nas montanhas ou pelos vales. Eram totalmente ignorantes quanto às maneiras de operar e às obras do Espírito Santo. Podiam testemunhar, pregar, falar de milagres - mas não haviam experimentado o poder de Deus para si próprios.

Elias provavelmente entreouviu a conversa deles com Eliseu. E deve ter imaginado se o seu servo estava discernindo para que lado aquele ministério carnal estava indo. Então, mais uma vez, o velho profeta testa seu jovem protegido. Parece que ele sugeriu: “Eliseu, você está olhando para a próxima geração de ministros. Contudo, obviamente está enxergando a ausência da obra do Espírito neles. Por que você não fica por aqui e ensina a estes ministros os caminhos do Espírito? Você é o homem certo para despertar esta igreja morta, seca e intelectual.” Mas Eliseu sabia o que ia acontecer caso pastoreasse estes ministros. Permaneceriam encantados com o poderoso ministério de Elias, e ficariam o tempo todo enchendo-o de perguntas sobre este ministério: “Quantas horas ao dia seu mestre orava? Quanto tempo ele gastava com os livros da lei? Que métodos usava? Que doutrinas pregava?”

Eliseu ia gastar todo seu tempo relatando sobre reavivamentos e milagres do passado. E os jovens ministros iriam gastar toda sua energia tentando ser pequenos Elias, na esperança de recriar seus milagres - porém, sem o poder e a autoridade do Espírito Santo.

A igreja, hoje, caiu na mesma cilada. Estudamos movimentos e reavivamentos do passado, procurando a chave, tentando descobrir métodos para fazer cair fogo do céu. Desde que me entendo por gente, a igreja clama por um reavivamento do Espírito Santo à moda antiga. Porém tudo isto se origina do desejo de ver Deus recriar algo que fez no passado.

Eliseu agora responde ao seu mentor: “Não vou ficar aqui. Não o deixarei” (v. versos 2, 4, 6). Ele sabia que não causaria impacto em ninguém nesta igreja morta e seca, até que recebesse seu próprio toque de Deus. Ele não podia depender das grandes obras de Elias. E não iria querer desenvolver senão ainda mais daquele Espírito que seu mestre teve.

Ele estava dizendo a Elias: “Respeito a fé de meus antepassados, gigantes espirituais do passado. Mas sei que o Senhor deseja fazer uma coisa nova. E preciso ter da parte dEle um toque ainda maior do que tudo que já se viu antes”.

Quero voltar agora à cena junto ao rio Jordão. Por que Elias insistiu em fazer a travessia de maneira milagrosa? O Jordão não era um rio fundo, largo, e as escrituras não dão evidência de ele estar muito cheio. Além disto, havia cinqüenta profetas jovens e fortes do outro lado, que poderiam ter construído uma jangada para eles em poucas horas.

Creio que Elias procurou ensinar a seu sucessor que as travessias milagrosas do passado - desde Moisés, Josué, até aquele dia - já eram História Antiga. Ele queria desafiar Eliseu, como a dizer: “Quando você inicia o seu próprio ministério, e prega que Deus é um Deus de milagres, você precisa testificar daquilo que Ele fez por sua vida pessoal. Logo partirei, Eliseu. E amanhã, ao retornar a este rio, quero que o atravesse do jeito que veio. Creia em Deus em relação a milagres em sua própria vida”.

A maioria de nós não tem fé para crer em Deus para nossos próprios milagres hoje em dia. Passamos nosso tempo nos aprofundando nas incríveis maravilhas das escrituras - contudo, o tempo todo Deus quer nos dizer: “Tenho algo ainda melhor para você. Quero realizar milagres em sua vida - transformar seu lar, acertar seu casamento, salvar seus queridos não salvos. Você vai enfrentar o seu próprio Mar Vermelho, seu próprio rio Jordão - e quero abrir essas águas para você”.

3. Então, Junto ao Jordão, Elias Diz
a Eliseu: "Peça-me o que Quer que Eu
Faça Por Você, Antes que Eu Me Vá"

O velho profeta não ofereceu isso como se, como um gênio, ele pudesse sair de uma lâmpada e conceder três desejos. Ofereceu isto a Eliseu como piedoso mestre na fé. Era o último teste, e queria ver como seu jovem ordenança iria responder.

Creio que a maioria dos cristãos de hoje teria respondido: “A sociedade está toda enrolada, e as coisas cada vez mais caóticas. Estou cansado desta batalha, esgotado das perturbações do diabo. Agora, ficou perigoso estar vivo. Elias, leve-me contigo. Quero ir para o lar. Com certeza cabem duas pessoas na carruagem”.

Na verdade, nosso clamor como povo de Deus deveria ser: “Venha, Senhor Jesus”. Porém, Jesus também nos diz: “Ocupem-se até que Eu volte”. Ao ascender aos céus, ordenou aos discípulos: “Por que ficam aqui olhando? Movimentem-se, vai passar um tempo até que Eu volte”.

Eliseu sabia que naquela ocasião o seu lugar não era com o Senhor. Ele sabia que Deus ainda derramava lágrimas pelos filhos rebeldes de Betel e pela árida igreja de Jericó. E sabia o que era preciso: ele tinha de permanecer e assumir a responsabilidade de enfrentar uma sociedade corrupta e um sistema religioso morto.

Tenho certeza de que disse a Elias: “Tu mostrastes a situação desta sociedade e desta igreja. E sabes que necessitarei de mais poder, unção e autoridade do que qualquer pessoa antes de mim. Então, peço uma porção dobrada do Espírito que Deus te deu.” “Peço-te que me toque por herança porção dobrada do teu espírito” (2 Reis 2:9).

Ao ouvir isto, Elias responde: “Dura cousa pediste...” (v. 10). Porém, para quem exatamente esta tarefa seria dura? Seria dura para Deus? Seria dura para Elias, um homem que levantou mortos e trouxe fogo dos céus?

Não - seria duro para Eliseu. Isto era algo que teria de obter para si próprio. Elias não tinha o dom de autorizar a seu servo uma porção do Espírito que residia dentro de si. Somente Deus pode dar do Seu Espírito ao homem.

Mas Elias respondeu: “...todavia, se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não me vires, não se fará” (verso 10). É importante notar que as palavras “quando” e “for” neste versículo não aparecem no original hebraico. Foram inseridas mais tarde no texto da versão King James. Assim, creio que Elias está dizendo a Eliseu: “se me vires sendo tomado de ti”.

Elias estava dizendo: “O Espírito Santo não pode realizar uma obra especial em você enquanto estiver se apoiando em meu passado. Você me precisa considerar acabado. Você não necessita de mim, Eliseu. Volte-se ao Senhor, cujo Espírito também operou em mim. Ele responderá seu clamor”.

No instante em que viu seu mestre elevado rapidamente junto ao carro celestial, Eliseu assumiu a responsabilidade de levar adiante a obra de Deus em sua geração. E ao se colocar junto ao Jordão e ferir as águas, as palavras que gritou foram: “Onde está o Deus de Elias?” O jovem profeta estava dizendo: “Senhor, todos os meus antepassados espirituais morreram e se foram. E esta hora terrível requer ainda mais do que destes até aqui. Opera novamente, Senhor - desta vez através de mim. Tenho de ser possuído por mais de teu Espírito.”

4. Eliseu Volta às Mesmas
Duas Cidades, Reconstituindo
Mentalmente Seus Passos com Elias.

Bem, após ter recebido o toque de Deus, Eliseu foi em frente com sua própria fé. E sua primeira parada foi Jericó. O grupo de cinqüenta profetas imediatamente reconheceu o toque de Deus nele, dizendo: “O mesmo espírito que estava sobre Elias, está agora sobre Eliseu”. Estava óbvio para todos que este servo discreto movia-se com poder e autoridade mais profundos do Espírito.

Os jovens profetas dizem a Eliseu: “...eis que é bem situada (de modo agradável) esta cidade, como vê o meu senhor, porém as águas são más, e a terra estéril” (2 Reis 2:19). Estavam dizendo: “A água está envenenada, e está matando tudo”. No entanto, aparentemente estes cinqüenta homens de Deus não tinham poder para evitar que o veneno trouxesse morte à Jericó.

Segundo Isaías, este lugar “bem situado” (agradável) representa o ministério: “...a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a planta das suas delícias (agradáveis)” (Isaías 5:7). Além disso, água aqui representa a palavra de Deus.

Você está entendendo o significado? As águas envenenadas de Jericó significam a palavra poluída sendo pregada dos púlpitos da cidade. Estes homens de Deus nunca tinham tratado com seu próprio pecado, e então seus sermões estavam cheios de veneno proveniente de corações corruptos. E seus sermões sem vida e dirigidos pela carne estavam causando morte espiritual no meio do povo.

Mostre-me um pastor no púlpito que não creia mais que a palavra de Deus é infalível - que rejeita o nascimento virginal, que está preso a um pecado secreto, que não chora mais diante do pecado que vê na casa de Deus - e lhe mostrarei uma igreja que está morrendo devido ao veneno vomitado do seu coração.

Qual seria a cura para o veneno de Jericó? Seria purificar os suprimentos de água. E foi bem isto que Eliseu fez. Ele pegou um vaso limpo, encheu-o de sal, e o jogou na nascente das águas da cidade. Rapidamente toda a água ficou limpa, e a vida brotou por todo lado.

É claro que o sal que Elias usou representa o evangelho da pureza e da santidade. E o vaso limpo que usou representa ministros que foram limpos pelo sangue de Cristo, e santificados pelo fogo purificador do Espírito - preparados para pregar um evangelho puro. Amado, só estas coisas podem deter a onda maligna que avança sobre a casa de Deus: vasos limpos e puros, andando em santidade e que preguem a palavra pura com unção renovada.

E agora Eliseu volta a Betel - a sociedade corrupta com uma geração morta de jovens. Assim que chegou, foi ridicularizado:

“Então, subiu dali a Betel; e, indo ele pelo caminho, uns rapazinhos saíram da cidade, e zombavam dele, e diziam-lhe: Sobe, calvo! Sobe, calvo! Virando-se ele para trás, viu-os e os amaldiçoou em nome do Senhor; então, duas ursas saíram do bosque e despedaçaram quarenta e dois deles” (2 Reis 2: 23-24).

Que cena terrível. Você pode pensar: “Como é cruel Deus permitir que os menininhos fossem atacados pelos ursos”. Mas as palavras “rapazinhos” aqui são uma tradução pobre. No hebraico original a frase traz o sentido de “jovens” (Spurrel, Hebraico).

Será que Eliseu causou suas mortes num ataque egoísta e repentino de raiva, por estar sendo zombado? Não. Este homem santo estava se movendo no poder e na autoridade do Espírito Santo. O fato, é que aqueles jovens que ridicularizavam tinham cometido um pecado execrável. Deixe-me explicar.

Sem dúvida os jovens tinham ouvido a respeito do translado de Elias para o céu. Contudo, agora, zombando de Eliseu com aqueles gritos de “Sobe, calvo”, estavam ridicularizando a obra do Espírito. Ouviram a respeito da verdade no tocante à obra santa do Espírito, mas não a aceitaram. Sua atitude em relação a Eliseu era um ato de zombaria contra o ministério do Espírito Santo: um pecado imperdoável.

Jovens Pastores Atualmente Estão
Fazendo as Mesmas Coisas que os
Ministros em Betel Fizeram.

Por muitos anos Deus foi paciente com a decaída igreja de Betel. Multidões se reuniam lá para adorar diante de um altar de favores. E o Senhor enviou muitos profetas, incluindo o próprio Elias para trazer advertências. Mas chegou a hora quando Deus não tolerou mais a idolatria e a corrupção da cidade. Então Ele trouxe julgamento, enviando a este cenário corrompido um homem com porção dobrada do Espírito Santo. Eliseu se movimentava com autoridade em Betel, pregando o julgamento contra seu pecado.

Muitos jovens pastores hoje em dia dependem dos mesmos métodos carnais, como aconteceu com a decaída igreja de Betel. Estão trazendo para a casa de Deus a mesma música que inicialmente estimulou a rebeldia e a sensualidade neste país. Estão colhendo opiniões dentro de uma sociedade saturada pelo pecado, para saber como atrair os não crentes para a igreja. E em vez de oferecer adoração, estão encenando peças teatrais humorísticas ou satíricas, festas e concertos de rock. Estão tentando entreter os jovens, em vez de confrontar os seus pecados e o seu vazio com o evangelho puro e simples.

Igualmente, atualmente a igreja enfrenta o mesmo espírito de zombaria que Eliseu enfrentou. Homossexuais militantes escarnecem da palavra de Deus. Museus de prestígio em Nova York orgulhosamente exibem arte blasfema: a cruz de Cristo imersa em um barril de urina; um retrato da virgem Maria manchado de estrume de elefante. Este tipo arrogante de perversidade no passado seria inconcebível.

O pecado tem abundado nestes últimos dias, e tenho tido contato com muitos cristãos piedosos que buscam a Deus. Chamo estas pessoas de “O Time de Elias”; continuam com o Senhor - em intercessão sofrida devido à corrupção da sociedade e da igreja, perseverando por uma maior unção do Espírito. E todos recebem a mesma mensagem do Senhor: o juízo está às portas. Ao ponderar sobre todas as terríveis catástrofes que ocorrem, como inundações, furacões, epidemias mortais por mosquitos - eles sabem que Deus está falando.

Eu, pessoalmente, não fico feliz de sentar e ficar estudando os reavivamentos passados. Quero ver o Espírito Santo operando as obras maiores que Jesus prometeu. Continuarei pregando misericórdia e graça a todos que tiverem ouvidos para ouvir - mas não serei um fraco para me acovardar diante dos zombadores. Chegou a hora de advertir todos os que odeiam a Cristo: o seu tempo se esgotou. Deus vai arruiná-los com julgamentos terríveis. E quando isto acontecer, até os mais endurecidos dirão: “Isto é obra de Deus.”

O Time de Elias não se satisfaz com o status quo ou em recriar reavivamentos antigos. Neste momento estão presos ao Senhor, orando continuamente por mais do poder do Espírito Santo. E preparam seus corações para ver o Senhor realizar coisas novas nestes últimos dias.

Quando Todos Os Recursos Falham. última devocional de David Wilkerson

última devocional de David Wilkerson postada no site de seu ministério, ontem, 27 de abril, quando o Senhor levou esse servo para si, falecido num acidente de carro.

Mas como ele mesmo escreveu nessa devocional: "Verás que tudo era parte de meu plano. Não foi um acidente" O Senhor seja louvado!


Quando Todos Os Recursos Falham.
por David Wilkerson

Crer quando todos os recursos fracassam agrada muitíssimo a Deus e é altamente aceito por ele. Jesus disse a Tomé "Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram." João 20:29

Bem aventurados os que crêem quando não existe evidência de uma resposta a sua oração. Bem aventurados aqueles que confiam mais além da esperança quando todos os meios fracassaram.

Alguém chegou a um lugar de desespero, ao final da esperança e ao término de todo recurso. Um ser querido enfrenta a morte, e os médicos não dão esperança. A morte parece inevitável. A esperança se foi. Orou pelo milagre, porem, esse não aconteceu.

É nesse momento quando as legiões de Satanás se dirigem a atacar sua mente com medo, ira e perguntas opressivas como "Onde está teu Deus? Você orou até não lhe restaram lágrimas, jejuou, permaneceu nas promessas e confiou" Pensamentos blasfemos penetraram em sua mente: "A oração falhou, a fé falhou. Não vou abandonar a Deus, porem não confiarei Nele nunca mais. Não vale a pena!" Até mesmo perguntas sobre a existência de Deus acometem sua mente!

Tudo isso foi dispositivos que Satanás empregou durante séculos. Alguns dos homens e mulheres mais piedosos de todas as eras viveram tais ataques demoníacos.

Para aqueles que passam pelo vale da sombra da morte, ouçam essas palavras: O pranto durará algumas tenebrosas e terríveis noites, mas em meio a essa escuridão logo se ouvirá o sussurro do Pai: "Eu estou contigo. Nesse momento não posso lhe dizer por que, mas um dia tudo terá sentido. Verás que tudo era parte de meu plano. Não foi um acidente. Não foi um fracasso da tua parte. Agarre-se com força. Deixe Eu te abraçar nessa hora de dor"

Amado, Deus nunca deixou de atuar em bondade e amor. Quando todos os recursos falham, Seu amor prevalece: Aferre-se a sua fé. Permaneça firme em Sua Palavra. Não há outra esperança nesse mundo.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

Está na Hora da Colheita

Por David Wilkerson
02 de maio de 2005
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"Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (Mateus 9:36-38).
Jesus declara, "Os campos estão maduros, e a colheita é abundante. Está na hora de começar a colheita". Naquele momento, a grande e última colheita espiritual começou. Começou como colheita dentre os judeus e gentios da geração de Jesus. E essa mesma colheita vai durar até a volta de Cristo.

Quando leio essa passagem me pergunto: o quê Jesus viu naquele tempo que O levou a dizer, "A colheita está pronta, está na hora de colher"? Será que Ele viu um despertamento espiritual em Israel? Estaria havendo um avivamento nas sinagogas? Os sacerdotes estavam se voltando a Deus? Os escribas e fariseus estariam se vendo convencidos de culpa diante de Deus? Que prova havia de que a colheita estava madura?

Os evangelhos não revelam muitas evidências de algum mover espiritual em direção a Deus. Se é que revelam algo, mostram o oposto. Jesus era zombado nas sinagogas; os líderes espirituais do país O rejeitavam, questionando Sua integridade e divindade; uma multidão religiosa tentou lançá-Lo sobre um penhasco. E o próprio Cristo repreendeu as cidades de Israel por não se arrependerem diante de Sua mensagem: "Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida, Tiro, Sidom! Ai de ti, Cafarnaum!".

Já as multidões, estavam confusas em caótico desespero. As escrituras nos dizem, "Quando as viu... estavam aflitas e abatidas, como ovelhas sem pastor". Era uma sociedade cheia de medo, opressão, depressão; as pessoas corriam de um lado para o outro como um rebanho disperso, procurando ajuda em qualquer lugar onde pudessem ir. Ainda assim foi nesse tempo de grande aflição que Cristo declarou, "Os campos estão maduros, e a colheita é farta".

Você acha que as palavras de Jesus quanto a uma ceifa madura se aplicam hoje? Onde vemos evidências de os campos estarem brancos e prontos para serem colhidos? As nações estão se arrependendo? Está havendo um grande mover em nossa sociedade? E a igreja organizada está despertando? Os líderes religiosos estão famintos por avivamento, buscando novamente Cristo? Há um grito por santidade nessa geração?

Com poucas exceções, não vejo nada disso acontecendo. Contudo, não foi nenhuma dessas coisas que tocou Jesus em Seu tempo. Antes, Ele foi tocado pela triste situação que via por todo lado. Para todo lado que olhava, as pessoas estavam batidas pela agonia.

Em verdade, ao olhar sobre Jerusalém, Ele chora. Suas lágrimas foram pela dureza e pela cegueira espiritual que viu lá. Lá estava um povo a caminho do juízo, sem paz, só com temor e depressão. E Ele profetizou em cima desta cena, "A sua casa será assolada".

Jesus na verdade nos dá um quadro de como seriam os últimos dias. Ora, esse período começa na Sua ascensão, e acaba somente quando Ele volta. Estamos muito perto disso agora. E Jesus o descreve aos discípulos quando Lhe perguntam quais sinais deveriam buscar. Eles queriam saber a situação das coisas ao se aproximarem aqueles que seriam definitivamente os últimos dias.

Cristo respondeu falando de fomes, terremotos, tribulações, nações divididas. Falsos profetas e falsos cristos enganariam a muitos e levariam multidões a se apostatarem. Os crentes seriam odiados apenas por mencionarem o nome de Cristo. E o amor de muitos esfriaria, com alguns se desviando devido ao ousado crescimento do pecado e da corrupção.

"Haverá...angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobreviverão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados" (Lucas 21:25-26). Resumindo, Jesus está descrevendo aqui o período mais cheio de ansiedade, depressão e pressões de todos os tempos.

Então, estarão Suas profecias acontecendo agora mesmo, diante de nossos olhos? Pense nisso: esta geração está cheia de ansiedade e preocupações. Multidões se atemorizam observando desastres incríveis ocorrendo: furacões, terremotos, tsunamis, desmoronamentos. Nações inteiras tremem de medo diante da ameaça do terrorismo. E a síncope cardíaca é o assassino número um no mundo atualmente. Falsas religiões, falsos profetas, falsos cristos estão desviando a muitos. Milhões de pessoas estão se voltando para o Islamismo, e nação após nação sendo infiltrada pelos muçulmanos. Alguém teria de estar em total negativismo se não visse que tudo que pode ser abalado nesse momento, está sendo abalado.

Em meio à essa reviravolta e agitação, ouço as palavras de Jesus: "Os campos estão brancos. A colheita é abundante". Estou convencido de que Ele está dizendo à igreja: "As pessoas estão prontas para ouvir. Essa é a hora de crer para a colheita. Chegou o momento de você começar a colher".

Cristo é o Senhor da colheita. E se Ele declara que a ceifa está preparada, temos de acreditar. Não importa o quão corrupta esta geração se torne. Não importa o quão poderoso Satanás pareça ter se tornado. O nosso Senhor está nos dizendo: "Pare de se concentrar nas dificuldades ao redor. Pelo contrário, levante os olhos. Chegou a hora de você ver que a colheita é chegada".

Jesus Compreendeu o Coração do Homem,
Sabendo que Nos Esquecemos de Deus em Tempos de Prosperidade
Cristo sabia que em tempos de pressão e calamidades, as pessoas são forçadas a enfrentar a eternidade. Sofrimento, medo e períodos difíceis amadurecem o povo para ouvir e receber o evangelho. Veja o contexto de Suas palavras: "Vendo ele as multidões...porque estavam aflitas ...E então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande" (Mateus 9:36-37, sublinhado meu).

Essa verdade tem sido demonstrada ao longo de toda a história do povo de Deus. Moisés repreendeu sua geração dizendo, "Deus guiou vocês. Aumentou os seus números. E grandemente os abençoou, lhes dando campos verdejantes, mel, manteiga, leite, ovelhas, óleo, frutas. Mas vocês se enriqueceram e se rebelaram. Vocês subestimaram a Rocha da sua salvação, e A desprezaram".

"Mas, engordando-se o meu amado, deu coices; engordou-se...abandonou a Deus, que o fez, desprezou a Rocha da sua salvação" (Deuteronômio 32:15).

As escrituras nos dizem que Israel foi rebaixado após isso. Contudo, na tribulação, eles invocaram o Senhor, e Ele os livrou: "Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações" (Salmo 107:6, sublinhado meu).

Veja também o testemunho de Davi: "Laços de morte me cercaram, torrentes de impiedade me impuseram terror. Cadeias infernais me cingiram, e tramas de morte me surpreenderam. Na minha angústia, invoquei o Senhor, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos" (Salmo 18:4-6, sublinhado meu).

Problemas, angústias e perplexidade sempre geraram gritos de socorro. Esse tem sido o padrão ao longo dos séculos. Você se lembra o que aconteceu após a queda das torres gêmeas em Nova York: as igrejas ficaram abarrotadas. Reuniões de oração foram promovidas no Estádio Yankee. Líderes do Congresso se reuniram nos degraus do Capitólio em Washington, orando e cantando, "Deus Salve a América". Por uma temporada, Deus foi o assunto do país. O medo e a pressão fizeram as pessoas pensar em encontrar a verdade. E isso resume a lei da colheita: QUANTO MAIS NEGROS OS DIAS, MAIS BRANCA É A COLHEITA.

Na Indonésia e no Sri Lanka, muçulmanos radicais tinham se recusado a permitir que qualquer estranho entrasse no território. Mas após a tragédia do tsunami, muitos abriram as portas para obreiros cristãos de apoio. Por que? Porque Deus viu campos que estavam brancos e prontos para a ceifa.

O fato é: país algum está fechado para Cristo. E povo algum é inalcançável. Poder religioso algum sobre a terra pode parar a colheita. É por isso que Jesus diz para não temermos, mesmo que os montes caiam no mar.

Pense nos cataclismos ocorridos na história mundial recente. Os comunistas na Rússia acharam que tinham livrado seu país de Deus. Mas Jesus teria lhes dito, "Vocês apenas conseguiram ajudar a colheita". Cristo está vivíssimo e operante hoje na Rússia.

A China também tentou proibir Deus, apenas para amadurecer uma colheita de milhões de crentes. Recentemente, a Ucrânia saiu de mãos corruptas, e está sendo dirigida por um homem que fala de Cristo. O jornal New York Times agora chama a Bielorússia de o país mais dominado por comunistas de toda a terra, contudo os cristãos de lá estão orando para que essa nação seja a próxima. Deus viu todos estes campos como brancos para a ceifa!

Esse Mesmo Princípio Foi Verdadeiro
ao Longo de Toda História de Israel
Quando Moisés disse ao faraó, "Deixe ir o meu povo", foi porque Deus havia anunciado tempo de colheita. Tinha chegado a hora de Israel se libertar do cativeiro. Mas o faraó respondeu, "Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel" (Êxodo 5:2).O faraó representa o sistema demoníaco de Satanás, incluindo as falsas religiões e a opressão que prende o povo em cativeiro.

Antes que Israel pudesse ser liberto, os poderes das trevas teriam de ser abalados. Então Deus atacou o Egito com nove calamidades naturais. Mas essas nove tragédias apenas endureceram o coração do faraó. Finalmente, veio uma calamidade tão devastadora, que todos no Egito - desde o governo até os cidadãos comuns - souberam que não se tratava apenas de a natureza fora de controle. Era Deus falando. O Senhor havia enviado um anjo da morte. E uma noite, o filho mais velho de toda família egípcia morreu. O filho do faraó foi incluído entre eles.

Bem no dia seguinte, Israel desfilou saindo do Egito. Cá estava a ceifa vinda imediatamente antes do juízo. Séculos depois, quando Jesus anunciou a colheita madura em Jerusalém, Ele sabia que o juízo estava preste a vir. Alguns anos após, o general Tito e seu exército invadiriam a cidade, e 1.200.000 pessoas seriam mortas. Muitos seriam presos à cruzes, e a própria cidade seria queimada. É por isso que Jesus advertiu Sua geração: "Vocês dizem que faltam quatro meses para a ceifa. Mas lhes digo, a colheita  tem de começar agora. Vocês precisam estar na vontade de Deus, pois a maior calamidade está às portas. Eu os estou  comissionando para terminarem a Minha obra. O tempo de começar a colheita é hoje".

Como Jesus descreveu a calamidade que viria? "Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, nem haverá jamais" (Mateus 24:21). Porém, antes dessa calamidade chegar, haveria a hora da colheita.

O Conceito de "Colheita" Foi Básico
Para o Movimento de Crescimento da Igreja dos Anos 80

Há mais de duas décadas, os especialistas em crescimento da igreja começaram a se concentrar em novos métodos para produzir a colheita. Declararam, "A igreja deixou de ser relevante para a sociedade moderna. Está muito tradicional, inatingível, e precisa ser atualizada. Temos de nos tornar mais contemporâneos. Não podemos mais nos dar ao luxo de pensar pequeno".
Então os anos 80 foram proclamados como sendo "A Década da Colheita". E a partir daí nasceu o movimento "sensibilidade com aqueles que procuram", das mega-igrejas. Quase da noite para o dia, igrejas enormes começaram a brotar por todo o país. Muitas destas igrejas de repente tinham membros aos milhares ou dezenas de milhares. Algumas construíram dependências lembrando shopping centers, incluindo restaurantes e outras conveniências.

O que era chamado de "pensar pequeno" foi substituído pelo raciocínio  corporativo. Os princípios morais das pessoas não deveriam mais ser desafiados. Pelo contrário, a igreja deveria se tornar "centrada nas necessidades", ministrando às necessidades das pessoas segundo estas indicavam em pesquisas.

Os cultos de adoração incorporaram as tecnologias mais recentes, "modernizando" a música e oferecendo produções teatrais. Os pastores ilustravam os sermões com clips dos filmes mais recentes, alguns destes filmes com restrições a menores de 17 anos segundo a lei americana. Parecia que a grande colheita estava a caminho.

Mas a "Década da Colheita" provou estar sendo construída sobre o alicerce errado. Um pastor chamado William Chadwick dirigia uma igreja que teve sucesso com esses princípios. Mas com o tempo, começou a sentir-se culpado por estar tão concentrado em números. Ele escreveu um livro chamado "Stealing Sheep" (roubando ovelhas), no qual cita estatísticas alarmantes.

O aspecto mais notável foi que, em dez anos, não houve crescimento apreciável entre as igrejas evangélicas. Pelo contrário, as mega-igrejas foram constituídas, em sua maioria de transferências de igrejas menores. As pessoas iam a busca da nova adoração estimulante e moderna, e da  programação alimentar para os bebês. Muitos destes que "mudaram" eram pentecostais.

Pior, o movimento das mega-igrejas teve um efeito terrível sobre as igrejas menores. Estas não tinham os recursos para competir com igrejas gigantescas, que ofereciam todos os tipos de avanços e rebuscamento com sua programação centrada nas necessidades. Lentamente, o número das igrejas menores foi diminuindo, e muitas acabaram fechando as portas.

Um recente estudo feito pelo respeitado Grupo de Pesquisas Barna mostra que a igreja não só está estagnada, como está piorando. Um fato alarmante é que o número de jovens que freqüenta a igreja agora é menor do que antes. Simplificando, o movimento de crescimento da igreja acabou indo para trás em vez de para frente.

Finalmente, há uma estatística que me assusta mais do que qualquer outra. Ou seja, só um número diminuto de cristãos alguma vez ganhou uma alma para Cristo. Isso atualiza as palavras de Jesus de que "os trabalhadores são poucos".

Em toda cidade por onde viajo atualmente, os pastores me perguntam como construir uma igreja forte, que cresça. Olho essas cidades, e vejo vizinhanças pobres, assustadas com as pessoas oprimidas pelo pecado. Sei que Deus promete nos capacitar como ministros, se simplesmente  entrarmos nesses campos de colheita que estão por perto, para colher almas. Pode-se construir uma grande igreja com estes pobres e fracos que estão sendo libertos do cativeiro de Satanás.

Alguns anos atrás, encontrei a colheita madura no gueto. Aconteceu quando fui às redondezas onde viviam os líderes das gangues, os viciados, as viúvas pobres, os alcoólatras e as prostitutas. Agora, alguns dos mais fortes ganhadores de almas que conheço são antigos membros de gangues como Nicky Cruz (http://www.nickycruz.org). Por todo o mundo, eles estão ganhando multidões para Cristo.

Imagine a Cena No Último Dia que Jesus Passou na Terra
Suponhamos que um pouco antes da ascensão de Jesus - ao antever a igreja e a colheita antes de Sua volta - Ele previsse uma queda. Sua alma então sofre, pois vê a apostasia crescente. Em vez da ceifa dos campos brancos, o Seu povo gasta o tempo e a energia procurando o sucesso
do mundo e coisas materiais.

Então Jesus diz ao Pai, "Eles não vão fazer a colheita. Os campos brancos permanecem adormecidos. Enviarei um exército de anjos para fazer a ceifa". O Pai concorda, e subitamente milhares de seres celestiais aparecem na terra, irradiando um brilho sobrenatural. A cena seria tremenda: entes de um outro mundo vestidos de glória, pregando nas igrejas e em público. São vistos sendo entrevistados pelos repórteres dos jornais, do rádio e da TV. Falam da cruz, da ressurreição, da ascensão, do amor de Cristo, e do juízo final que virá. E falam com tanta eloqüência e convicção que todos ficam encantados. Eles são como muitos Jonas buscando e prevenindo o mundo.

Agora suponha que em pouco tempo, estes mesmos anjos radiantes fiquem cativados pelo mundo que os rodeia. Fiquem ligados em alimentos finos, bens materiais, riqueza e segurança. E logo comecem a aspirar e a se esforçar por sucesso, fama e fortuna. Em pouco tempo, ficam com inveja um do outro, mostrando raiva, orgulho, cobiça. Em outras palavras, ficam iguaizinhos à igreja de hoje!

Pergunto, que influência eles teriam no mundo? Como poderiam produzir uma colheita, estando tão presos ao mundanismo? O testemunho deles seria tornado nulo. E seriam esvaziados de todo poder espiritual, e vagariam desencorajados, com medo e dúvidas.

Diga, por que alguém haveria de querer o meu evangelho me vendo nesse estado, estressado e sem alegria? Por que iriam crer na mensagem de que "Jesus é suficiente, o meu tudo, o meu sustentador", se sempre estou temeroso, preocupado, sem paz?

Ninguém iria ouvir uma palavra minha. Antes, se perguntariam, "Que diferença produz o teu Cristo? Ele não parece ser um bom médico, se você está sempre desse jeito".

Amado, o nosso semblante conta. Ouça o que Cristo diz de Sua noiva, em Cantares: "Pomba minha...mostra-me o teu rosto, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e o teu rosto, amável" (Cantares 2:14). Cristo está nos dizendo basicamente, "Quero ver o teu sorriso". Essa é a descrição da tua fisionomia?

Não é Necessário Fazer Suposições
Quanto ao Porque de
Não Vivenciarmos Uma Grande Colheita de Almas
Jesus pôs a coisa de maneira simples: "A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos". Mas, por que há tão poucos trabalhadores? As igrejas agora estão empanturradas de crentes que dizem ser Cristo a razão de suas vidas. Milhões de dólares são gastos na construção de centros de adoração por todo lado.

A verdade é, se não somos capazes de colher almas - se as nossas vidas não refletem o poder transformador do evangelho que pregamos - então já anulamos a nós mesmos como trabalhadores. O nosso caminhar com Cristo deveria oferecer prova ao mundo de que as promessas de Deus são verdadeiras. Como obreiros, somos os instrumentos de ceifa nas mãos do Senhor. Nos dias de Cristo, esse instrumento era uma foice - uma lâmina comprida, curva, e com um cabo longo. Era forjada pelo ferreiro, que a punha no fogo, e a seguir sobre a bigorna onde a golpeava e moldava sua forma. Então todo o processo era repetido várias vezes, até que a lâmina cortante estivesse afiada e dura.

O paralelo é claro. Deus está forjando trabalhadores. Ele não está simplesmente golpeando o pecado. E esse processo de forja explica porque os trabalhadores são poucos. A maioria dos freqüentadores de igreja são como os milhares que foram voluntários a ir com Gideão no Velho Testamento. Deus viu o medo em muitos deles, sabendo que não suportariam o fogo, os golpes, a dureza. E dentre os milhares que seguiram Gideão, só trezentos foram escolhidos.

O mesmo acontece hoje. Os que são verdadeiramente chamados  à colheita são chamados a suportar o refinamento, os fogos usados para dar a forma, e o martelar contínuo. Mas não muitos o conseguem.

Os Discípulos Foram Capacitados Por Deus em Sua Missão
Onde os discípulos começaram o ministério? Segundo essa passagem, Jesus os enviou aos oprimidos, aos pobres, aos dobrados sob o pecado e o cativeiro, sob hábitos que controlavam suas vidas.

Penso no ministério Desafio Jovem para recuperação das drogas e do álcool, com seus 500 centros pelo mundo. E penso nos números de outros ceifeiros que foram para outros países, e têm visto milagres de salvação ao ministrar junto aos mais necessitados, aos mais pobres, às pessoas mais presas ao diabo.

Eles estão começando a ceifar exatamente onde Jesus iniciou Sua colheita: entre as ovelhas perdidas, entre os cativos, os de coração partido, os prisioneiros, os leprosos, os cegos, os pobres, os que choram, os de coração pesado, os oprimidos, os transtornados.

Veja as palavras de Paulo: "Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as cousas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as cousas fracas do mundo para envergonhar os fortes; e Deus escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são...a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus" (I Coríntios 1:26-29).

Prezado santo, Jesus sabia o quê iríamos enfrentar nesses últimos dias: uma geração impregnada de pecado mais do que qualquer outra...estresse e solidão como nunca antes vividos pelo homem...tragédias financeiras, divórcio desenfreado, homossexualismo militante, imoralidade que provocaria rubor até no pior dos pecadores há só trinta anos atrás.
 
É por isso que Cristo busca trabalhadores que tenham se submetido aos fogos e tenham sido forjados. Ele quer um povo que se levante diante do mundo e proclame: "Deus está comigo! Satanás não pode me deter. Dê só uma olhada para a minha vida; passei por um fogo após outro, moído inúmeras vezes. Mas em tudo isso fui mais do que vencedor através de Cristo, que vive em mim. O que tenho pregado funcionou para mim. Sou uma prova viva de que Jesus é totalmente suficiente!".

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Implacável Amor de Deus

Por David Wilkerson
7 de abril de 2003

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Quero lhe falar a respeito da palavra implacável. Significa: não diminuido em intensidade ou empenho - sem concessões, indefectível, imperecível, incapaz de ser mudado ou persuadido por argumentos. Ser implacável é estar fixado em um determinado curso.

Que maravilhosa descrição do amor de Deus. O amor de nosso Senhor é absolutamente implacável. Nada pode impedir ou diminuir sua amorosa perseguição em busca tanto de pecadores, quanto dos santos. Davi, o salmista, o expressa dessa maneira: "Tu me cercas por trás e por diante...Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face? Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também" (Salmo 139: 5,7-8).

Davi está falando dos grandes altos e baixos que enfrentamos na vida. Está dizendo: "Há épocas em que sou tão abençoado, que me sinto nas alturas com tanta alegria. Outras vezes, parece que estou dentro do inferno, condenado e indigno. Mas não importa onde eu esteja, ó Senhor - não importa o quão abençoado me sinta, ou qual seja a minha situação - Tu lá estás. E não consigo fugir do Teu implacável amor. E não consigo afastá-lo. Tu nunca aceitas os meus argumentos relacionados à minha indignidade. Até mesmo quando desobedeço - pecando contra a Tua verdade, assumindo que Tua graça já me é garantida - Tu nunca cessas Teu amor por mim. O Teu amor por mim é implacável!".

Num momento em que sentia-se derrubado, Davi ora: "Senhor, Tu assentastes minha alma em lugares celestiais. Me destes luz para compreender Tua palavra. Tu a tornastes lâmpada para os meus pés. Mas caí tanto, que não vejo como me recuperar. Fiz minha cama no inferno. E mereço ira, punição. És demasiadamente alto e santo para me amar na situação que estou".

Davi havia pecado seriamente. Este é o mesmo homem que desfrutava da retaguarda espiritual dada por conselheiros piedosos; era monitorado por homens justos da parte de Deus; era ministrado pelo Espírito Santo. Ele recebia revelações da palavra de Deus. Mesmo assim, a despeito de tantas bênçãos e de sua vida consagrada, Davi desobedeceu completamente a lei de Deus.

Tenho certeza que você conhece a história do pecado de Davi. Ele cobiçou a esposa de um homem, e a engravidou. A seguir tentou cobrir seu pecado embriagando o esposo, na esperança de que este iria dormir com a esposa grávida. Quando isso não deu certo, Davi assassinou o marido. Combinou enviar este homem à uma batalha perdida, sabendo que este morreria.

As escrituras dizem: "isto que Davi fizera foi mal aos olhos do Senhor" (2 Samuel 11:27). Deus chamou os atos de Davi de "grande mal". E enviou o profeta Natã para lhe dizer: "deste motivo a que blasfemassem os inimigos do Senhor" (12:14).

O Senhor então disciplinou Davi, dizendo que ele sofreria graves conseqüências. Natã profetiza: "também o filho que te nasceu morrerá" (12:14). Davi orou dia e noite pela saúde de seu bebê. Mas a criança morreu, e Davi sofreu profundamente pelas terríveis coisas que havia causado.

No entanto, a despeito do pecado de Davi, Deus manteve-se perseguindo-o em amor. Enquanto o mundo zombava da fé deste homem caído, Deus deu a Davi um sinal de Seu implacável amor. Bate-Seba agora era esposa de Davi, e ela deu à luz outra criança. Davi "deu o nome de Salomão; e o Senhor o amou" (12:24). O nascimento e a vida de Salomão foram uma bênção para Davi, algo totalmente imerecido. Mas o amor de Deus por Davi jamais se reduziu, até mesmo na hora de sua maior vergonha. Ele buscou Davi implacavelmente.

Considere também o testemunho do apóstolo Paulo. Quando lemos a vida de Paulo, vemos um homem disposto a destruir a igreja de Deus. Paulo era como um louco em seu ódio pelos cristãos. Ele respirava ameaças de morte contra todos os que seguissem Jesus. Ele buscou autorização do sumo sacerdote para caçar os crentes, poder atacar suas casas, e arrastá-los à prisão.

Após se converter, Paulo testifica que mesmo durante aqueles anos cheios de ódio - enquanto estava cheio de preconceitos, matando cegamente os discípulos de Cristo - Deus o amava. O apóstolo registra: "Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores" (Romanos 5:8). Ele diz basicamente: "Mesmo eu não tendo consciência disso, Deus estava me buscando. Ele continuou me perseguindo em amor, até o dia em que literalmente me fez cair do cavalo. Esse é o implacável amor de Deus".

Ao longo dos anos, Paulo foi se tornando cada vez mais convencido de que Deus o amaria fervorosamente até o fim, em meio a todos seus altos e baixos. Ele declara: "Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as cousas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor" (8:38-39). Ele estava declarando: "Agora que estou em Deus, nada pode me separar do Seu amor. Nenhum diabo, nenhum demônio, nenhum principado, nenhum homem, nenhum anjo - nada pode fazer Deus parar de me amar".

A maioria dos crentes lê esta passagem vez após outra. Ouviram-na sendo pregada há anos. Contudo acredito que a maioria dos cristãos acha que as palavras de Paulo são impossíveis de serem cridas. Toda vez que a maioria de nós peca e falha com Deus, perdemos todo o senso da verdade do Seu amor por nós. Então, quando algo de mal nos acontece, pensamos: "Deus está me chicoteando". Acabamos pondo a culpa em Deus por qualquer problema, luta, doença e dificuldade.

Na realidade, estamos dizendo que "Deus parou de me amar, porque falhei com Ele. Eu O desagradei, e Ele está zangado comigo". De repente nós paramos de compreender o implacável amor de Deus por nós. Esquecemos que Ele está continuamente indo em busca de nós o tempo todo, não importanto qual seja a nossa condição. Contudo, a verdade é que não podemos enfrentar a vida com todos os seus terrores e sofrimentos, sem nos agarramos à essa verdade. Temos de estar convencidos do amor de Deus por nós.

Conheço muitos ministros que falam muito do amor de Deus, e livremente o oferecem aos outros. Mas quando o inimigo chega bramindo como uma inundação para dentro de suas próprias vidas, eles são levados. Caem numa poça de desespero, incapazes de confiar na palavra de Deus. Eles não conseguem acreditar que Deus ainda os aceite, por estarem convencidos de que Ele desistiu deles.

Paulo chega a esse assunto crucial a todos nós, através de um único versículo. Ele havia escrito duas cartas aos coríntios. E escolheu terminar a última com essa prece: "A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós" (2 Coríntios 13:14).

Talvez você reconheça esse versículo. Ele é muitas vezes usado nos cultos da igreja como bênção. Geralmente é dito como hábito pelo pastor, e poucos ouvintes alcançam o seu enorme significado. No entanto esse verso não é só uma bênção. É o resumo de tudo que Paulo ensina aos coríntios quanto ao amor de Deus.

Esse versículo trata com três questões divinas: a graça de Cristo, o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo. Paulo estava orando para que os coríntios se apossassem destas verdades. Creio que se nós também compreendermos estas três questões, nunca mais duvidaremos do implacável amor de Deus por nós:
1. Primeiro, Paulo Considera a Graça de Jesus Cristo
O quê exatamente é graça? Quanto a isso sabemos o seguinte: seja a graça o quê for, Paulo diz que ela nos educa para que, "renegadas a impiedade e as paixões mundanas, vivamos, no presente século, sensata, justa e piedosamente" (Tito 2:12).

Como chegar a esse ponto, onde poderemos ser ensinados pela graça? E qual o ensino que a graça oferece? De acordo com Paulo, a graça nos educa a renegar a impiedade e as paixões mundanas, e a ter vidas puras e santas. Se é assim, então necessitamos que o Espírito Santo faça brilhar em nossas almas a verdade fundamental desta doutrina.

Encontramos o segredo da declaração de Paulo quanto à graça em 2 Coríntios 8:9. Ele afirma: "Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos". Paulo não está falando de riqueza material aqui, mas de riquezas espirituais. (Inúmeras passagens provam isso. Em todas as suas cartas, Paulo fala das riquezas da glória de Cristo, riquezas de sabedoria, riquezas de graça, de ser rico em misericórdia, fé e boas obras. Igualmente, o Novo Testamento se refere à riquezas espirituais como opostas à enganosa riqueza do mundo.)

Paulo está nos dizendo: "Aqui está tudo que você precisa saber quanto ao significado da graça. Chega a nós através do exemplo do Senhor. Em termos simples, Jesus veio abençoar e edificar os outros às Suas próprias custas. Essa é a graça de Cristo. Apesar de ser rico - em nosso favor se tornou pobre, para que através de Sua pobreza nos pudéssemos tornar ricos".

Jesus não veio para se mostrar grande ou para trazer glória para Si mesmo. Ele abriu mão de todos os direitos em relação à palavra "eu", objetivando toda ênfase sobre "os meus". Cristo deixou passar todas as oportunidades para ser o maior dentre os homens do Seu tempo. Pense nisso: Ele nunca orou pedindo bênçãos para Si próprio, para que fosse conhecido ou aceito pelos outros. Ele não ficou mostrando o Seu peso divino para ganhar poder ou reconhecimento. Ele não se exaltou às custas dos pobres, ou dos menos capazes. E não se glorificou em Seu próprio poder, habilidade ou resultados. Não, Jesus veio para edificar o corpo. E provou isso glorificando-se nas bênçãos de Deus para com os outros.

Quando Cristo andou pela terra, Ele não competia com ninguém. Certamente ouvia Seus discípulos glorificando os Seus poderosos feitos. No entanto, em toda humildade, Jesus respondia: "Voces farão mais do que Eu. Acreditem: vocês realizarão obras maiores do que as Minhas". Posteriormente, quando Lhe chegaram notícias de que os discípulos estavam operando exatamente estas obras, expulsando demônios e curando pessoas, Ele dançou de alegria.

Quantos de nós podem declarar tal tipo de graça? Segundo vejo, isso dolorosamente falta em muito da igreja. Poucos cristãos verdadeiramente se rejubilam quando vêem seus irmãos ou irmãs sendo abençoados por Deus. Isso é especialmente verdadeiro quanto a pastores. Quando vêem um outro ministro colhendo as bênçãos de Deus, eles pensam unicamente na situação deles mesmos. Eles dizem: "Há anos que luto em oração. Mas agora esse pastor jovem chega na cidade, e Deus começa a derramar bênçãos sobre ele. E eu?".

Cá esta o implacável amor de Deus: alegrar-se ao ver outros abençoados mais do que nós mesmos. Paulo escreve: "O amor seja sem hipocrisia (dissimulação)...Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros" (Rom. 12: 9-10). Eis uma graça que deseja se conservar humilde, mesmo quando se alegra nas bençãos dos outros.
Na Primeira Carta de Paulo aos Coríntios,
Ele Descreve Ter Visto Muito Pouco Desse Tipo de Graça
Paulo encontrou os cristãos coríntios em competição entre si. A igreja estava cheia de auto-exaltação, auto-promoção. Homens e mulheres se glorificavam em seus dons espirituais, se chocando em busca de status e posições. Eles competiam ate à mesa de comunhão. Crentes importantes desfilavam seus alimentos exóticos, enquanto os pobres não tinham o que trazer. Outros eram tão orgulhosos, que não achavam nada de mais processar judicialmente o outro para resolver as disputas.

Tudo isso era contrário à graça que Paulo pregava. Esses coríntios tinham um imenso "Eu" carimbado sobre si. Com eles a coisa era ganhar e pegar, em vez de dar. Ainda hoje a palavra "coríntio" traz a conotação da carnalidade e do mundanismo deles.

Paulo diz a estes crentes: "Eu, porém, irmãos, nao vos pude falar como a espirituais e sim como a carnais, como a crianças em Cristo...não é assim que sois carnais e andais segundo o homem?" (I Coríntios 3:1,3). Pense no que Paulo está dizendo. Crianças buscam satisfazer unicamente as suas necessidades. Eles choram para se trocar as fraldas. E os coríntios eram infantis exatamente assim. Eram pessoas tolerantes com o pecado, alguns se entregando a fornicação e até ao incesto.

Ao pensarmos nestes crentes, a palavra "santamente" não nos vem a mente. Contudo, apesar de toda carnalidade, Deus direcionou Paulo a escrever à essas pessoas como "igreja de Deus...aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos...graças a vos outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (1:2.3).

Isso foi um erro? Será que Deus estava fazendo vistas grossas diante da permissividade da igreja? Nao, nunca. Deus sabia tudo que se referia à situação dos coríntios. E Ele nunca fingiu não ver esses pecados. Não, esse endereçamento cheio de graça que Paulo traz à essas pessoas é um retrato do implacável amor de Deus. Tente imaginar o quanto os coríntios ficaram atônitos ao ouvirem a carta de Paulo sendo lida na igreja. Cá estavam crentes cheios de si, tentando ser o número um do grupo. Ainda assim, escrevendo sob inspiração divina, Paulo se dirige a eles como "santos" e "santificados em Cristo". Por que? Deus estava protegendo essas pessoas. Eu explico.

Se Deus nos julgasse segundo a nossa condição, seríamos salvos num minuto e condenados no outro. Seríamos convertidos dez vezes no dia, e nos desviaríamos dez vezes diariamente. Todo cristão honesto tem de admitir que a sua condição, na melhor das hipoteses, é de luta. Todos nós ainda estamos lutando, ainda tendo de depender da fé nas promessas de misericórdia de Deus. Isso porque ainda temos fraquezas e fragilidades em nossa carne.

Graças a Deus, Ele não nos julga segundo a nossa situação. Em vez disso, Ele nos julga segundo a nossa posição. Veja, mesmo sendo fracos e pecaminosos, demos os nossos corações a Jesus, e pela fé o Pai nos assentou com Cristo no celestial. Esta é a nossa posição. Portanto, quando Deus olha para nós, Ele nos vê não segundo a nossa condição pecaminosa, mas segundo nossa posição celestial em Cristo.

Por favor não entenda mal. Quando digo que Deus dá segurança ou protege o Seu povo em graça, não estou falando de uma doutrina que permite que os crentes continuem na promiscuidade pecaminosa. A Bíblia deixa claro que é possivel a qualquer crente se afastar de Deus e rejeitar o Seu amor. Tal pessoa pode endurecer o coração tão repetidamente, e com tanta rigidez, que o amor de Deus não penetrará mais nas muralhas que ela erigiu.

Neste instante, você pode estar numa condição como a dos coríntios. Mas Deus vê a sua posição como estando unicamente em Cristo. Foi assim que Ele tratou com os coríntios. Quando Deus olhou para eles, Ele sabia que não tinham recursos para mudar. Eles não tinham nenhum poder em si próprios para subitamente se tornarem piedosos. É por isso que Ele inspirou a se dirigir a eles como santos santificados. O Senhor desejava que eles conhecessem a segurança da sua posição em Cristo.

Você luta contra uma fraqueza? Se é assim, saiba que Deus nunca será impedido em Seu amor por você. Ouça-O lhe chamando "santo", "santificado", "aceito". E apodere-se da verdade que Paulo descreve: "Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou da parte de Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção" (I Coríntios 1:30).

2. Paulo a Seguir Fala do Amor de Deus
Na primeira epístola de Paulo ao coríntios, ele dirige-se à necessidade da graça de Deus. Isso devido às quedas desse povo. Mas em sua segunda carta, Paulo se concentra no amor de Deus. Ele sabia que o implacável amor de Deus era o único poder capaz de transformar o coração de alguém. E a segunda carta de Paulo prova que Deus escolhe usar o Seu amor, como maneira de mostrar o Seu poder.

Primeiro Coríntios 13:4-8 nos dá uma poderosa verdade quanto ao implacável amor de Deus. Sem dúvida, você ouviu essa passagem muitas vezes, tanto em sermões como em casamentos: "A caridade [amor] é sofredora, é benigna; a caridade não é invejosa; a caridade não trata com leviandade, nao se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade nunca falha".

A maioria de nós pensa: "Esse é o tipo de amor que Deus espera de nós". É verdade, de certa maneira. Mas o fato é que ninguém pode corresponder a essa definição de amor. Não, essa passagem é toda relacionada ao amor de Deus. O verso 8 prova isso: "A caridade [amor] nunca falha". O amor humano falha. Mas aqui está um amor que é incondicional, que nunca desiste. Ele opõe-se e resiste à qualquer falta, a qualquer desapontamento. Ele não exulta com os pecados dos filhos de Deus; pelo contrário, sofre com estes pecados. E ele resiste a todos os argumentos de que somos mui pecadores e indignos para sermos amados. Em resumo, esse tipo de amor é implacável, e nunca pára em sua perseguição ao amado. Isso só pode descrever o amor do Deus Todo-Poderoso.

Veja como esse poderoso amor afetou Paulo. Em sua primeira carta aos coríntios, o apóstolo tinha todas as razões para desistir da igreja. Ele tinha vários motivos para estar zangado com eles. E ele poderia facilmente tê-los excluido, no desespero devido à infantilidade e à pecaminosidade deles. Ele poderia ter iniciado a carta desta maneira: "Lavo as mãos com vocês. Vocês são totalmente incorrigíveis. Esse tempo todo eu me desmanchei em favor de vocês; porém, quanto mais os amo, menos vocês me amam. Então é isso: eu os deixo a vontade. Vão em frente e briguem entre si. O meu trabalho com vocês está acabado".

Paulo nunca poderia ter escrito isso. Por que? Porque ele havia sido cooptado pelo amor de Deus. Em I Coríntios, lemos de ele entregar um homem a Satanas, para a destruição da carne desse homem. Isso soa áspero. Mas qual era o propósito de Paulo? Era que a alma desse homem pudesse ser salva (v. I Coríntios 5:5). Tambem vemos Paulo reprovando, corrigindo e admoestando duramente. Mas ele fez tudo isso em meio à lagrimas, com a ternura de uma ama.

Como os coríntios carnais reagiram à mensagem de Paulo que falava do amor triunfante de Deus? Eles se derreteram diante de suas palavras. Paulo posteriormente lhes disse: "vós...segundo Deus, fostes contristados!...agora, me alegro não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus, para que, de nossa parte, nenhum dano sofresseis. Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação" (2 Corintios 7:11, 9-10). Paulo estava dizendo: "Vocês se purificaram, ficaram indignados com seus pecados, e agora estão plenos do zelo e temor de Deus. Vocês se mostraram puros e limpos".

Digo-lhe o seguinte: esses coríntios foram transformados pelo poder do implacável amor de Deus. Ao lermos a segunda carta de Paulo para eles, descobrimos que o grande "Eu" nessa igreja havia desaparecido. O poder do pecado havia sido rompido, e o egoísmo tinha sido digerido pelo pesar piedoso. As pessoas não estavam mais amarradas em dons, sinais e maravilhas. A ênfase delas agora era dar em vez de receber. Elas juntaram ofertas para serem enviadas a crentes que haviam sido atacados por uma grande fome. E a mudança veio pela pregação do amor de Deus.

Eu pessoalmente me vejo convencido por essa verdade. Quando era mais jovem, eu pregava mensagens sobre o mal nas igrejas. Eu me desesperava diante do estado deplorável de tantos dentro o povo de Deus. E me dispus a corrigir essas coisas com uma espada e um martelo. Eu atacava as concessões e contemporizações, e esmagava tudo à vista. E no processo, coloquei sob condenação pessoas que nunca deveriam estar lá.

Se Paulo tivesse pregado desse jeito em Corinto, ele certamente teria esmagado a carnalidade, derrubado os fornicadores, e parado com o hábito de processarem uns aos outros na justiça. Mas aquela igreja teria se dissolvido. Não sobraria gente para Paulo reprovar. Uma pregação assim "na cara" é má direcionada pelo zelo humano. Freqüentemente é resultado de um pastor não ter tido íntima revelação pessoal do amor de Deus por ele.

3. Finalmente, Paulo se Concentra na Comunhão do Espírito Santo
A frase em grego que Paulo usa se traduz: "a comunhão do Espírito Santo". Inicialmente, os coríntios nada conheciam quanto à essa comunhão. O corpo da igreja explodia em individualismo. Paulo diz o seguinte deles: "Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo" (I Coríntios 1:12).

Esse individualismo caminhava com os dons espirituais das pessoas. Aparentemente, os coríntios vinham à igreja só para se edificarem a si próprios. Um vinha com o dom de línguas, outro com uma profecia, um outro com uma palavra de sabedoria - contudo estavam usando seus dons para servirem a si próprios. Todo mundo queria ir embora dizendo: "Dei uma palavra de profecia hoje", ou, "Falei poderosamente no Espírito". E isso estava causando desordem total. Paulo faz um chamado explícito à ordem, instruindo-os: "Aprendam a manter a paz. Deixem os outros falarem. Busquem edificar o corpo, e não só a vocês próprios".

A obra mais profunda do Espírito Santo trata com mais do que dons espirituais. Sinais, maravilhas e milagres são necessários, e têm o seu lugar. Mas a obra mais preciosa do Espírito de Deus é unir o corpo de Cristo. Ele procura estabelecer comunhão entre o povo de Deus, pelo Seu poder unificador. Contudo, freqüentemente hoje em dia, quando falamos da comunhão do Espírito Santo, ainda tendemos a pensar individualmente. Pensamos em termos de "eu e o Espírito Santo", dizendo, "O Espírito e eu desfrutamos intimidade em Cristo".

Paulo junta comunhão e unidade aos dois pontos que já mencionamos: a graça de Cristo e o amor de Deus. Ele diz, basicamente: "Para entender verdadeiramente estes dois pontos, eles têm de juntar essas partes na sua vida. É assim que você pode medir a graça de Cristo e o amor de Deus em sua vida. É determinado pela sua vontade de estar em plena unidade e unicidade com todo o corpo de Cristo".

O que quer dizer ter unidade e unicidade? Quer dizer remover toda inveja e competição, e deixar de se comparar aos outros. Em vez disso, cada um se alegrar quando o irmão ou irmã é abençoado. E todos estarem ansiosos para dar em vez de receber. Unicamente esse tipo de comunhão verdadeiramente revela a graça de Cristo e o amor de Deus.
Essa Mensagem Reduz-se a Um Ponto:
Eu Estou Querendo Mudar ?
A pergunta é: "Eu realmente quero deixar o Espírito Santo me mostrar onde preciso mudar?". Veja, há um propósito por trás do amor implacável de Deus. É esse: há poder no amor de Deus para solucionar todos os problemas através de sua transformação.

Se você me diz que é uma pessoa de bem - boa, caridosa, perdoadora, lavada no sangue de Cristo - eu respondo: o amor de Deus concede mais do que perdão. Você pode ser uma pessoa boa e perdoada, mas continuar governada e escravizada por sua natureza pecaminosa. Todos nascemos com a natureza de Adão, a tendência para o pecado. Em verdade, é essa natureza em nós que nos torna facilmente provocáveis, invejosos, lascivos, zangados, não perdoadores. Essa mesma natureza em nós é que ama o dinheiro, planta sementes de destruição, e não consegue se alegrar quando os outros são abençoados.

Se você tem lutado contra a sua natureza de pecado, está travando uma batalha perdida. Tal natureza não pode ser mudada. Ela sempre será carne e sempre resistirá ao Espírito Santo. A nossa natureza carnal está além da redenção, e portanto ela precisa ser crucificada. Isso significa admitir o seguinte: "Jamais conseguirei agradar a Deus por mim mesmo. Sei que a minha carne nunca poderá me auxiliar".

Todos temos de receber uma natureza nova, e essa natureza é exatamente a natureza de Cristo. Não se trata de refazer a nossa velha natureza, ou de uma re-elaboração da nossa carne. O que é velho tem de partir. Estou falando é do nascimento de uma natureza totalmente nova. E a Nova Aliança concede recursos para isso: "Pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas, para que por elas vos torneis co-participantes da natureza divina" (2 Pedro 1:4).

O amor de Deus nos diz: "Quero lhe assegurar de sua posição em Cristo. Você precisa desistir de tentar mudar a natureza da sua carne, e me deixar lhe dar a natureza do meu Filho. Há senão uma condição para que isso ocorra: simplesmente crer. Essa transformação na natureza vem unicamente pela fé. Você precisa crer que serei Deus para você".

Amado, todo crente pode se tornar como Jesus tanto quanto ele ou ela deseje. Se você pode simplesmente dizer: "Creio que Deus me ama de verdade", está confessando que Ele lhe ofereceu poder para ser transformado.

Torne sua essa oração hoje: "Santo Espírito, sei que não tenho muito da graça sobre a qual Paulo fala. Mostre onde preciso mudar. Creio que o meu Pai me ama implacavelmente. E esse amor me deu recursos para que eu assuma a natureza dEle . Sei que me foi concedido o poder para ser transformado por Ti. Dê-me a Tua natureza, Jesus".