quinta-feira, 31 de março de 2011

Produzindo Fruto

Por David Wilkerson

14 de setembro de 1987

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Há um trecho da Bíblia que me condena profundamente. Ele envolve uma grande e terrível responsabilidade que nenhum verdadeiro discípulo de Jesus Cristo pode ignorar. Jesus disse:


“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, à semelhança do ramo, e secará; e o apanham, lançam no fogo e o queimam” (João 15:1,2,5,6).


Tenho lido e relido essas poderosas palavras de Cristo, e não posso escapar à sua força condenatória. Que incumbência solene, junto com uma advertência assustadora, ominosa, é exposta aqui por nosso Senhor. O Espírito Santo me convenceu da importância de entender estas palavras de Jesus: “Meu Pai é o agricultor...Todo ramo que, estando em mim não der fruto, ele o corta”.


Esta questão do cristão produzir fruto não é opcional em nossa relação com Deus. Ele vigia Sua videira e todos os ramos nela enxertados, com grande zelo e interesse. Com paciência Ele espera que os ramos dêem fruto; está ao lado dela com uma tesoura de podar na mão, vigiando com amor a mais leve evidência de corrupção, praga ou doença que possam impedir o crescimento. Deus espera fruto de cada ramo. Sem fruto é impossível honrar e glorificar a Deus - ou ser um verdadeiro discípulo de Cristo. Jesus disse: “Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto, e assim vos tornareis meus discípulos” (João 15:8).


Produzir fruto é de máxima importância para agradar a Deus - e realizar nossa missão em Cristo; para ter nossas orações e petições respondidas. Jesus disse: “Não fostes vós que me escolhestes a mim, mas fui eu que vos escolhi, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo o que em meu nome pedirdes ao Pai, ele vos conceda” (versículo 16). 



Fruto ou Fogo


Pode parecer ríspido ou falta de amor para alguns, mas a verdade é: a mensagem aqui é dar fruto ou ser lançado no fogo! Dar fruto ou ser cortado da videira! Dar fruto ou ser levado embora para secar e morrer!


Os mestres da falsa segurança podem tentar explicar satisfatoriamente as penetrantes advertências que Jesus nos faz aqui; mas recuso-me a mudar uma única palavra do que Jesus declarou de forma clara. Não se pode escapar da advertência de nosso Senhor: “Todo ramo em mim que não dá fruto, ele o corta.” Alguns vão tentar abrandar esta severa mensagem insinuando: “Bem - se forem cortados da vide, na verdade não estavam ligados à ela! Fingiam estar em Cristo.” Mas Jesus está falando de “ramos em mim”. Estão ligados à videira. São participantes da seiva que está na videira.


Ramos estéreis, sem fruto, não são tolerados por muito tempo! Não lhes é permitido permanecer na videira sem dar fruto. São cortados, não pelo diabo, mas pelo Pai celestial. “Ele o corta...ele o poda...” Jesus viu uma figueira estéril e a amaldiçoou. “Avistando uma figueira à beira do caminho, dirigiu-se à ela, mas não achou nela senão folhas. E disse-lhe: Nunca mais cresça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente” (Mateus 21:19). Jesus viu o que nenhum olho humano podia ver - a praga cancerosa sob as folhas - doença por baixo da casca - a força espalhadora da morte que havia nela. Ele não amaldiçoou a decadente vida daquela árvore, mas a morte que operava nela.


O significado disto deveria ser muito mais do que uma mensagem simbólica para Israel; é uma advertência para cada cristão de todas as eras da igreja! Jesus disse que só fazia o que via o Pai fazer - e fazia unicamente a vontade do Pai. Seu Pai viu que não adiantava podar a figueira, não adiantava recuperá-la, porque a corrupção e a morte prevaleciam. Seus ramos foram amaldiçoados para morrerem secos - e terminar no fogo. De novo aqui nosso Senhor nos mostra a seriedade de produzir fruto. Jesus veio procurando fruto. Assim também nosso Senhor se aproxima de nós dia após dia, e a pergunta é: “Onde está o fruto do Pai? Onde está o MUITO FRUTO que você deveria produzir para a Sua glória?”


Quando comecei a ver quão séria era esta questão de dar frutos - arrazoei com o Espírito Santo: Se dar fruto é sinônimo de verdadeiro discipulado; se dar fruto traz glória a Deus, e muito fruto mais glória ainda; se ser estéril, infrutífero traz sobre mim a faca do Agricultor - se eu não produzir fruto poderei ser cortado, lançado fora como ramo seco e espiritualmente morto - então quero saber que fruto é este! Quero efetuar toda mudança em minha vida que for necessária para produzi-lo! Quero que se remova todo obstáculo que impeça o Espírito Santo de expurgar todos os sinais de praga espiritual, apatia, corrupção! 



Motivado por Medo ou por Amor?


Será que estou sendo movido pelo medo? Estas palavras de Jesus me apavoram? Minha resposta é: sou movido tanto pelo temor da Palavra de Deus, quanto por Seu esmagador amor por mim.


Se conheço meu coração, quero produzir muito fruto para meu Pai celestial, pois desse modo Ele é glorificado, e meu coração anseia agradá-Lo. Quero saber que o fruto que Ele deseja é gerado em mim; quero Lhe trazer alegria e contentamento. Quero glorificar o Pai de verdade. Mas também tenho em mim o pavor e o medo de um Deus santo - um Pai que não tolera hipocrisia ou farsa que não passem por julgamento. Alguns pensam no temor de Deus como nada mais do que uma fonte de terror e espanto. Ele é muito mais do que isso.


Isaías teve uma visão da santidade inexprimível de Deus. As colunas da porta do templo moveram-se ao som de Sua voz majestosa. Os serafins não podiam nem mesmo fitar Sua espantosa glória; eles cobriam os olhos com as asas. Isaías sentiu-se esmagado por estar na presença de Sua maravilhosa santidade; clamou: “Ai de mim, que vou perecendo!” (Isaías 6:3-6).


Será que Isaías saiu daquela experiência levando apenas um senso de espanto? Não! Muito mais do que isso! Ele carregou sobre si, daquele dia em diante, um TEMOR E UM PAVOR DOS JUÍZOS RETOS E SANTOS DE DEUS! Isaías disse o seguinte sobre os homens: “Não temais o seu temor, e não vos assombreis” (Isaías 8:12). Mas de Deus, disse: “Ao Senhor dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, e seja ele o vosso assombro” (Isaías 8:13). Isaías disse: “Ouvi a palavra do Senhor, vós, os que a temeis” (Isaías 66:5). Também proclamou estas palavras do Senhor: “É para este que olharei: para o humilde e contrito de espírito, e que treme da minha palavra” (Isaías 66:2).


Na sarça ardente, quando Deus apareceu a Moisés, ele “todo trêmulo, não ousava olhar” (Atos 7:32). Em hebraico a palavra aqui usada sugere “sacudido terrivelmente”.


Jacó teve um sonho em que uma escada se erguia até ao céu, e os anjos de Deus subiam e desciam por ela. Ele viu o Senhor por cima de tudo isso e ouviu-O proferir grandes promessas. Quando despertou, suas primeiras palavras foram: “Na verdade o Senhor está neste lugar; e eu não o sabia”. Ele ficou aterrado pelo temor de Deus, e clamou: “Quão terrível é este lugar! Ele não é outro lugar senão a casa de Deus; esta é a porta dos céus” (Gênesis 28: 10-17).


Daniel era homem de oração. Conhecia a Deus mui intimamente, tendo-lhe sido mostrados segredos dos céus. Foi um homem que se voltou ao Senhor Deus “para o buscar com oração e rogos, com jejum, pano de saco e cinza” (Daniel 9:3). Ouça a descrição que Daniel faz de Deus: “Orei ao Senhor meu Deus, confessei, e disse: Ó Senhor! Deus grande e tremendo” (Daniel 9:4). Davi diz: “O Senhor reina, tremam as nações...Louvem o teu nome, grande e tremendo, pois é santo” (Salmo 99:1, 3).


Tenho acentuado o pavor, o temor de Deus, e o tremor diante da Sua Palavra, pois é isso que está faltando na igreja nestes últimos dias. Se tremermos diante da Sua Palavra - se temermos de fato Seus justos juízos - se crermos que Jesus queria dizer exatamente o que disse - não devemos tirar da mente esta questão de dar fruto!


Esta geração, com exagerada freqüência, pensa em Deus como um tipo de avô indulgente, cheio de amor, um tipo cujo único propósito para existir é adular e abençoar os netos. Eles O vêem como alguém que faz vista grossa ao pecado, que espera só nossos melhores esforços, que faz de conta que não vê certas faltas, e esquece o passado. Não existe tal Deus! Deus é amoroso e misericordioso - bondoso e terno de coração! Mas também é santo. Ele visita a iniquidade com juízo; e quando a Palavra declara que Ele é um agricultor com uma tesoura, que poda e corta, faremos bem em crer no que ela diz! 



Que Fruto o Ramo Deve Produzir?


A resposta está em Filipenses: “Cheios de fruto de justiça, o qual é mediante Jesus Cristo, para a glória e louvor de Deus.” Aqui Paulo ajuda a esclarecer a passagem que se encontra em João - é Deus de justiça esperando em Seu povo! Santidade é fruto que glorifica ao Pai! Quão diferente é nosso conceito de frutífero. Temos sido levados a crer que fruto é sucesso, resultados, mais convertidos, igrejas maiores, finanças sempre em expansão e prosperidade sem fim.


Na realidade, produzir fruto tem que ver com aquilo que nos tornamos, e não apenas com o que fazemos. A Bíblia deixa muito claro que muitos, muitos terão grandes resultados - tendo sucesso em expulsar demônios, curar enfermos, realizar grandes obras em nome de Deus. Mas Deus vê isto como esterilidade, infertilidade, quando o pecado e o orgulho reinam no coração.


Estou dando fruto quando nada há que impeça a seiva da vida de Cristo em mim! Era isso que Jesus tinha em mente quando disse: “Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos tenho falado” (João 15:3). O que Ele diz é isto: “Porque vocês creram na minha Palavra, tremeram por causa dela, deixando-a revelar cada segredo oculto, trazendo à luz cada coisa escura, permitindo que a Palavra de Deus purgue vocês - os obstáculos todos desapareceram!” É por isso que não terei TV em meu lar. Não porque livrar-me dela seja meritório, nem porque sua ausência faz-me mais santo - mas porque ela é um empecilho à circulação da seiva de Cristo, a videira. Ela é uma praga, uma semente de câncer que pode trazer morte espiritual e me levar a ser infrutífero. Este também é o motivo porque me recuso a ser tolerante com bebida, ir ao cinema ir à discotecas ou clubes - ou fazer qualquer coisa que se coadune com o espírito deste mundo. Porque todas estas coisas impedem o crescimento espiritual e trazem morte - são perigosas porque poderiam me custar a capacidade de dar fruto justo!


Alguém vai dizer: “Mas com toda esta abstinência e toda esta separação não está você tentando fazer-se justo? Não procede de Cristo toda a justiça? Não são todas as suas obras trapos de imundícia? Por que este fanatismo de abrir mão de tanta coisa? Por que não confiar apenas em Deus,depositar sua fé na justiça de Cristo, e ficar livre nEle?” É verdade - “O ramo de si mesmo não pode produzir fruto, se não estiver na videira. Tampouco vós podeis produzir fruto, se não permanecerdes em mim...sem mim nada podeis fazer” (João 15: 4, 5). Há, porém, muito mais! 



A Verdade Sobre Permanecer em Cristo


Há multidões de pastores mentindo às suas ovelhas sobre o que significa permanecer em Cristo. Milhões estão indo para o inferno crendo que estão em Cristo, permanecendo pela fé. Há muita conversa sobre fé - pouca conversa sobre fruto! Consequentemente, muitos crentes estão convencidos de que uma vez na videira, sempre na videira. Crêem que não importa quão entupido e enfermo esteja o ramo, a vida de Cristo ainda fluirá através dele, e que há produção de fruto precioso para a glória de Deus.


Isso é impossível! Ouça o que Ele diz: “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor” (João 15:10). Jesus obedecia de maneira fiel a cada mandamento de Seu Pai! E a isso, Ele chamou de PERMANECER! Ele vinculou isto à obediência.


É surpreendente como os cristãos hoje pensam que podem escolher quais os mandamentos de Cristo que irão obedecer! Se não gostam do que está ordenado, simplesmente o ignoram ou explicam sua desobediência com: “Eu não vejo a coisa assim - não acho que seja desta maneira”. Se o Espírito atua sobre um pastor e ele apresenta o chamado de Deus à santidade, à separação, à autonegação - e os paroquianos não gostam disso, eles recolhem suas carteiras, suas fichas de membro, e saem à procura de um pastor que acentue o aspecto positivo. É por isso que a terrível praga da apatia está assolando a religião em nossos dias. Temos tido tanto medo das obras - temos ficado tão irritados acerca do legalismo, que temos dado à obediência um nome desagradável. A igreja chega ao auge da apostasia quando chama a obediência de legalismo.


Como é possível que um ramo nEle não permaneça? Jesus disse: “Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora, como o ramo, e secará; tais ramos são apanhados, lançados no fogo e se queimam” (verso 6). Pode a linguagem ser mais clara? Permanecer inclui descanso e responsabilidade. É possível estar em Cristo, ligado à videira, e não permanecer - não ter a seiva da vida com a qual produzir fruto. Permanecer relaciona-se com obediência absoluta aos mandamentos de Cristo, porque todo ramo tem livre arbítrio - há nele uma força vital. O ramo não é passivo; ele deve extrair a vida da videira! “Se permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós” (verso 7). Isto dá a conhecer que a Palavra é a podadeira do Pai. Como pode algum ramo dar fruto se a Palavra do Senhor é ignorada, desconhecida, negligenciada?


Vemos os frutos da indiferença brotando por toda a vinha do Senhor - a música diabólica, o adultério, a prostituição, a bebida, as drogas - porque o processo da poda paralisou o crescimento de muitos. A Palavra de Deus é Sua tesoura - uma espada de dois gumes. Hoje, em sua maioria, os cristãos não lêem, não conhecem, nem planejam ler a palavra de Deus! Passam horas e horas ingerindo os detritos de sujeira na TV - mas não têm tempo e não têm desejo de expor-se à Palavra e serem provados por ela.


É impossível produzir o fruto de justiça sem a Palavra de Deus permanente em você! A negligência com relação à Palavra está causando esterilidade - está trazendo uma terrível seca ao povo de Deus.


O crente que permanece é aquele que ama e teme a Deus, que se apavora em face dos justos juízos divinos, que tem fome da Palavra e teme diante do seu poder de condenação. É aquele que se deleita em deixar que a Palavra corte todos os empecilhos, que ora a fim de que a vida e a semelhança de Cristo cresçam nele constantemente, e que se torna amadurecido, cada vez mais em obediência e amor! 



As Horríveis Conseqüências de Ser Cortado da Videira


Cada ramo produz outros ramos menores, outros brotos, e os brotos por sua vez produzem a semente de ramos que não cessam de se expandir. Por exemplo: maridos e esposas são um ramo, porque está escrito: “Os dois serão um”. Aquilo que acontece a mim no plano espiritual atinge minha esposa, meus quatro filhos, seus cônjuges, meus netos. Sou o ramo carregado, e se não houver impedimento em mim, a vida pode fluir livre para cada galho, cada brotinho. A vida produz vida!


Se negligencio a Palavra de Deus, se desobedeço ao Senhor em meu andar diário, ficarei seco. Começarei a definhar; passarei da fase da poda para a fase do corte. Minha alienação espiritual de Deus pode espalhar morte por todos os ramos da minha família. A morte produz morte! A corrupção e a doença espirituais em mim podem espalhar-se como câncer pela vida espiritual de todos quantos estão ligados a mim.


Tragicamente, isso mesmo está acontecendo todos os dias ao nosso redor. Um pastor passa por uma crise de meia-idade e se volta para alguém além de sua esposa em busca de apoio. Ele comete adultério e foge com outra mulher. Destrói o respeito que sua amorosa esposa tinha por ele. A amargura apodera-se dela tornando-a fria e indiferente em relação a Deus. Dois filhos adolescentes que acreditavam que o pai era o homem mais santificado do mundo agora se voltam desesperados para amigos ímpios. A morte espiritual do papai espalhou seu poder maligno por toda a família. A congregação o descarta, e passa a afrouxar sua guarda espiritual. Começam a duvidar da Palavra; suspeitam de outros pastores e agora não querem saber de repreensão da parte de Deus!


Não só o pastor foi cortado da seiva de Cristo da videira - ele perturbou o fluxo de vida que antes fluía tão livremente a todos os que estavam relacionados com ele. Agora ele é um ministro da morte. Tornou-se estéril, e sua vida já não traz louvor e glória ao Pai. Para onde quer que se volte, há morte e decadência. Ele pode se arrepender e ser restaurado, mas não pode reivindicar todos aqueles preciosos raminhos que destruiu.


Uma mãe senta-se diante de seu ídolo chamado TV, sorvendo horas de lixo demoníaco. Seus filhos e marido nunca a vêem lendo a Palavra de Deus. Ninguém a ouve clamando ou orando, ou demonstrando qualquer evidência no lar de ser uma serva do Senhor. Tornou-se seca; vive em um mundo de fantasia. Repetidas vezes perde as estribeiras e discute. Secretamente anseia por livrar-se do casamento, livrar-se de todas as responsabilidades. Está morrendo espiritualmente. O marido pode chegar a deixá-la, e entregá-la à sua idolatria. Não há fruto - apenas esterilidade vazia - e nenhuma semelhança com Cristo! Ela está destruindo o lar porque é ministra da morte. Ela não tem a seiva divina. Obstrui de tal modo cada avenida da vida, que lhe é impossível ser frutífera. Seus filhos, no íntimo, se tornaram iguais à ela - mortos no nível espiritual! Seu marido não pode extrair dela nenhuma força espiritual. Ela está definhando na videira e deve ser lançada fora.


Ela ainda pode arrepender-se e ser restaurada, mas não pode chamar de volta o espírito de morte que espalhou por todo o lar. Talvez um dia ela chore por causa dessas almas perdidas; talvez ela chore por causa de seu mal exemplo do passado; mas o dano não poderá ser de todo desfeito.


O cristão que ama de fato ao Senhor deve parar e deixar que esta Palavra penetre profundamente! Quanto mais fruto de santidade demonstrado em nós - quanto mais plenitude de Cristo revelada em nós - tanto mais inclinados nos tornamos para as coisas do alto - tanto mais da vida de Cristo tocará àqueles com os quais convivemos.


Certa vez vi uma floresta inteira de árvores doentes, de cor marrom, infestadas de parasitas. Mas aqui e ali, no meio de toda esta morte, existiam árvores sadias. Que é que manteve algumas delas verdes, enquanto tudo ao redor definhava? Era um suprimento abundante de vida! A vida venceu a morte! Todo parasita que atacava a folha era repelido pelo poder da vida. Inexistia qualquer sinal de morte nas árvores verdes; não havia nenhum lugar onde a doença pudesse apegar-se.


Quero ser assim: verde, cheio de vida de Cristo que produz fruto - um canal de vida para todos quantos estão dentro do círculo de meu ministério e influência. A Palavra diz: “Que o vosso fruto permaneça.” Isto quer dizer: que você seja sempre produtivo! Que você permaneça na seiva de Cristo - sem nenhum empecilho! Isto significa que todos os que estão com você continuarão crescendo em Cristo.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Você Não Tem de Compreender Suas Aflições - Você Tem a Graça

Por David Wilkerson
6 de novembro de 2000
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Uma querida senhora cristã de nossa lista de correspondência nos escreveu uma carta de partir o coração:

“Em 1972 perdemos um filho com a Síndrome de Down devido à pneumonia. Ele tinha só dezessete meses de idade. Sete anos mais tarde, em 1979, perdemos o nosso filho de quinze anos. Ele foi eletrocutado em nosso quintal enquanto subia numa árvore.”

“Agora o nosso filho de vinte e quatro anos está com diabetes. E eu estou com câncer e recebendo quimioterapia. Eu lhe pergunto sinceramente: é pecado perguntar a Deus, 'Por que?' Será que Ele entende nossas coisas humanas?”

“Pastor David, alguma vez o senhor ficou zangado com Deus por algum tempo? Eu já, e sei que é errado. Envergonho-me destes pensamentos. Mas fico tão confusa tentando compreender por que os cristãos sofrem tanto. Sei que não somos mais merecedores do que os outros. Mas fico abalada com todo sofrimento que estamos enfrentando.”

“Tenho medo e ansiedade. Mas quero substituir todos meus temores por uma fé robusta, apesar do sofrimento. Mesmo assim, fico perguntando: por que tanto sofrimento? Por quanto tempo vai durar?”

Fico só imaginando o horror de se achar o filho caído no chão, morto, eletrocutado. Entendo o choro da mãe: “Ó Deus, por que tive de enterrar mais um filho? Por que dois dos nossos filhos morreram, e o outro está com uma doença mortal? Eu tenho câncer, e me sinto mal por causa da radiação e da quimioterapia. Todos fomos atingidos. Por que tanto sofrimento? Quando vai acabar isto?”

Não sei explicar porque esta família tem enfrentado tantas aflições. Mas posso lhe dizer: não é pecado perguntar por que. Até o nosso bendito Senhor fez esta pergunta, pendurado na cruz, em dores. O próprio Jesus foi chamado: “homem de dores e que sabe o que é padecer” (Isaías 53:3). Eu creio que Cristo entende todo o nosso questionamento, pois Ele se encontra totalmente ligado à nossa angustia humana.

Ele ouve quando clamamos: “Deus, por que o Senhor está me fazendo passar por isso? Sei que não vem da sua mão - porém o Senhor está permitindo o ataque do diabo. Por que tenho de me levantar toda manhã com essa nuvem negra sobre mim? Por que tenho de agüentar esta dor? Quando vai acabar este pesadelo?”

O mundo secular cobra uma explicação para toda dor e todo sofrimento da vida. Muitos não crentes têm me perguntado: “Sr.Wilkerson, se Deus existe - se Ele realmente ama, como o senhor diz - por que Ele permite que as pessoas continuem morrendo de fome? Por que Ele permite que inundações e a fome destruam países pobres, acabando com milhares de uma só vez? Por que Ele deixa que a AIDS mate milhões de pessoas na África? Por que milhares estão sendo aniquilados nos países devastados pela guerra, países que nunca tiveram paz?”

“Simplesmente não consigo crer em seu Deus, reverendo. Eu devo ter mais amor do que Ele - porque se tivesse o poder, eu faria cessar todo este sofrimento.”

Não vou tentar responder por que as nações sofrem, ou por que existe esta fome terrível, ou pestes, inundações, doenças e destruições. Contudo, as Escrituras efetivamente lançam luz quanto ao sofrimento do mundo, através do retrato que traz do povo de Deus, o antigo Israel. Esta nação sofreu calamidades similares: holocaustos, cativeiro, falência econômica, doenças estranhas (das quais algumas atingiram só Israel). Algumas vezes o sofrimento de Israel era tão terrível, que até seus inimigos tiveram pena.

Por que Israel sofreu estas coisas tão terríveis? As Escrituras deixam claro: em todos os casos, eles abandonaram Deus, e se voltaram para a idolatria e a feitiçaria.

Vemos a mesma coisa acontecendo em muitos países hoje. Por exemplo: por duzentos anos, missionários transbordaram na África. Mesmo assim, países africanos inteiros rejeitaram Cristo - perseguindo e matando milhares de missionários e milhões de convertidos. Tragicamente, toda vez que um país rejeita o evangelho - e se volta para a idolatria e o ocultismo - o resultado é pobreza, insanidade, doença e sofrimento indescritível.

Isso é uma realidade no Haiti. Neste instante, o país está literalmente enlouquecido. Recebemos uma carta de um casal de missionários que nosso ministério sustenta lá. Eles dizem que seus vizinhos de cada lado foram assaltados e espancados - e acham que devem ser os próximos. Pediram que oremos por sua proteção.

Por que tanta calamidade no Haiti? Porque o satanismo manda lá, e a feitiçaria na prática é a religião oficial do estado. Observamos isto ao vivo durante uma viagem para pregações que fizemos lá. Falei com feiticeiros e vi o resultado de suas práticas de macumba: pobreza, desespero, medo, doença, fome, corrupção.

O mundo não pode pôr em Deus a culpa por nenhuma destas coisas. É uma obra clara de Satanás - ele quer que toda a influência cristã seja removida da ilha. Sim, o Haiti tem sido evangelizado - mas os haitianos estão rejeitando o evangelho, amando mais as trevas do que a luz. E o trágico resultado é o sofrimento atroz.

Por toda o planeta, os ímpios poluem a terra, o ar e o mar. No entanto o mundo culpa Deus por todas as mudanças atmosféricas que causam enchentes, fome e doenças, afligindo o homem e os animais. As pessoas insistem no direito à promiscuidade e em ter múltiplos parceiros sexuais - e no entanto culpam Deus pela disseminação da AIDS. Os funcionários da ONU recebem zombaria ao tentar ensinar abstinência sexual nos países pobres.

Aqui nos Estados Unidos, um mar de sangue inocente é derramado. Segundo os últimos números, 40 milhões de bebês foram mortos por aborto. No Congresso, está para passar uma lei que diz que se um bebê sobrevive a um procedimento abortivo, a mãe pode optar por deixar que a criança morra. O bebê é simplesmente deixado de lado - sem alimentos ou cuidados, e levado a morrer de fome. Agora em todo o país as enfermeiras estão se manifestando, declarando não conseguir dormir à noite por ouvirem o choro destas crianças mortas.

Esta geração corrupta possui uma desconsideração grosseira pela vida. Ainda assim, parecemos incapazes de atinar o porquê de nossas crianças acabarem matando os colegas de escola. Afirmamos não entender porquê cinco assim chamados adolescentes normais matam o dono de uma lanchonete chinesa por um lanche de menos de quinze dólares. A razão destas tragédias é muito clara: estamos colhendo o que plantamos, ao derramarmos sangue inocente.

Quando o mundo grita: “E onde Deus está que não vê isso?”, eu respondo: “Ele está chorando pelo que a humanidade fez.”

Quero me Concentrar na Aflição e
no Sofrimento do Povo de Deus

Neste exato instante, muitos dos que lêem esta mensagem estão passando por profundo sofrimento: dor física, agitação emocional, tentações insuportáveis - e estão perguntando, “Por que?” Talvez isto lhe descreva. Você já está cansado de sentir-se perdido e condenado; sentir que Deus por alguma razão está zangado com você. Você está esgotado de se auto-examinar constantemente. Está cansado dos maus conselhos recebidos, que só lhe fizeram piorar.

Talvez há muito você se pergunte o porquê. Então você pergunta: “Senhor, Tu sabes que O amo. Minha fé em Ti é grande. Mas este sofrimento continua sem cessar. Não sei até quando vou agüentar. Até quando o Senhor vai levar isto?”

O apóstolo Paulo diz que a vida dele é um exemplo de como devemos lidar com nossas aflições. Ele escreve: “...por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna.” (I Timóteo 1:16).

Em minha opinião, além de Jesus ninguém sofreu tanto - de tantas maneiras, nas mãos de tanta gente - quanto Paulo. No exato momento de sua conversão, Paulo foi avisado de antemão dos sofrimentos que enfrentaria: “Mas o Senhor lhe disse...pois eu lhe (Paulo) mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu nome” (Atos 9:15-16). O próprio Jesus está declarando aqui: “Mostrarei a Paulo o quanto terá de sofrer por minha causa.” Igualmente, devemos seguir o modelo do exemplo de Paulo.

1. O Modelo de Paulo Começa
com uma Grandeza de Revelações

As provações e os sofrimentos mais profundos são dirigidos aos consagrados servos que recebem revelações provenientes da intimidade do coração de Deus. Paulo testifica: “para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne” (2 Coríntios 12:7).

Se você submeteu seu coração inteiramente a Cristo, se está determinado a conhecê-Lo na intimidade, a buscá-Lo com entusiasmo para que lhe abra Sua palavra - então você será lançado na rota do sofrimento. Você viverá tempos difíceis, profundas agonias, grandes aflições das quais o cristão frio, carnal não tem conhecimento.

Isso foi uma verdade na vida de Paulo. Quando ele se converteu, não ficou satisfeito em aprender sobre Cristo nem mesmo através dos discípulos de Jesus em Jerusalém. Este homem queria conhecer o Senhor intimamente por si mesmo. Logo, Paulo disse: “não consultei carne e sangue” (Gálatas 1:16). Antes, se isolou na Arábia por três anos (v. 1:16-17).

Na verdade, a revelação de Cristo que Paulo recebeu não veio de uma pessoa. O apóstolo testifica: “porque eu não o recebi, nem o aprendi de homem algum, mas mediante revelação de Jesus Cristo” (1:12).

Dou graças a Deus pelos professores bíblicos. Eles nos abrem as Escrituras, revelando muitas maravilhas e segredos da fé. Mas o fato é que a revelação de Jesus Cristo não pode ser ensinada. Tem de ser dada pelo Espírito Santo. E ela chega àqueles que, como Paulo, se fecham na sua própria Arábia, determinados a conhecer Cristo.

Uma qualidade separa os dois tipos básicos de cristãos. Um tipo diz: “Dei meu coração a Jesus” - mas é só isso que podem declarar sobre sua fé. Eles se alegram porque vão para o céu e não para o inferno. Mas não avançam em seu caminhar com Cristo.

O outro tipo diz: “Dei meu coração a Jesus - mas não vou sossegar enquanto não conhecer o Seu coração.” Este servo não descansará enquanto não carregar o fardo de Cristo, andar como Cristo andou, agradar a Deus como Cristo agradou a Deus. Este tipo de determinação simplesmente não pode ser ensinado.

Porém, fique avisado - se você quer realmente que Jesus dê a você o Seu coração, então deve ficar preparado para suportar aflições. Na verdade, a revelação que você receber será acompanhada por sofrimentos e aflições como você nunca viu.

Paulo diz que recebeu revelações de Deus que foram ocultas dos olhos dos homens por séculos: “O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito...” (Efésios 3:5).

Quando Paulo fala de receber revelações (v.2 Coríntios 12:7), a palavra que ele usa quer dizer “retirar a venda, revelar coisas ocultas.” Deus removeu a venda de grandes mistérios da fé - e mostrou a Paulo as maravilhas de Sua palavra salvadora.

Finalmente, Paulo refere-se à uma suprema visão que recebeu catorze anos antes, logo após ter sido salvo. Ele descreve quando foi “arrebatado ao paraíso [céu] e ouviu palavras inefáveis, as quais não é lícito ao homem referir” (2 Coríntios 12:2-4). Em resumo, a Paulo foi dada uma revelação do céu que não se pode falar.

Que incrível grandeza de revelação Paulo recebeu. Ele experimentou um incrível passeio pelo céu, vendo e ouvindo coisas jamais testemunhadas ao mundo. Contudo, assim que Paulo recebeu estas revelações, ingressou em grande sofrimento.

2. O Modelo de Paulo Inclui um Espinho na Carne

“E, para que não me ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-me posto um espinho na carne” (2 Coríntios 12:7).

Há dois tipos de sofrimento entre os crentes. Primeiro, as aflições e as tentações comuns à toda a humanidade. Jesus diz que a chuva cai sobre os justos e os injustos (v. Mateus 5:45). Ele se refere aos problemas determinados pela vida: as lutas dentro do casamento, as preocupações com os filhos, as batalhas contra a depressão e o medo, as pressões financeiras, doenças e morte - coisas igualmente comuns aos santos e aos pecadores.

Contudo há os sofrimentos que afligem só os justos. Davi escreve: “Muitas são as aflições do justo, mas o Senhor de todas o livra”. Veja, Davi não diz que o livramento é súbito ou imediato. Em muitos casos, a cura pode vir com o tempo, através da oração, da confiança e da fé.

Este é o tipo de sofrimento que Paulo enfrentava. As grandes revelações que recebeu, rapidamente o lançaram na rota da grande aflição que duraria toda a vida. Pense bem: no tempo que Paulo escreveu esta carta aos coríntios, ele era cristão por catorze anos - e ainda não havia sido liberto do espinho que descreve. Ele sabia que iria provavelmente viver com esta aflição até morrer.

Não sabemos com exatidão o que era o espinho de Paulo. Estudiosos bíblicos especulam que poderia ter sido um problema ocular, ou um defeito da fala, talvez gagueira. Há um comentarista que se estende para provar que o espinho de Paulo era uma falha no caráter - possivelmente, um temperamento explosivo. Outras especulações vão de paixões carnais, a pensamentos demoníacos que o pressionavam, até mesmo à uma esposa injuriosa. Porém todas estas suposições continuam mera especulação.

De qualquer maneira, Paulo admitia haver uma grande batalha em sua vida. Ele estava dizendo: “Ao sair daquela grande revelação do paraíso, um espinho apareceu na minha carne. Um mensageiro de Satanás me esbofeteou.” A frase “me esbofeteou” aqui quer dizer “deu um tapa em meu rosto.” Paulo está declarando: “Deus permitiu que o diabo desse um tapa em meu rosto.”

Então, o que era este mensageiro de Satanás que esbofeteava Paulo, dando tapas em seu rosto? Não creio que fosse uma mera questão física, como visão fraca ou defeito da fala. E nem acho, como já aconteceu, que o esbofeteamento de Paulo fosse uma tempestade de mentiras e acusações demoníacas destinadas a desencorajá-lo.

Não, acho que temos uma pista na frase de Paulo “para que não me ensoberbecesse” (2 Cor. 12:7). Acho que Paulo está falando aqui da auto-exaltação, orgulho pessoal. Veja, Paulo tinha sido fariseu - e todos os fariseus eram orgulhosos. Dentro deles estava impregnada uma atitude de superioridade: “Estou alegre de não ser como a multidão de pecadores comuns.” Além disso, Paulo tinha razões na carne para ser orgulhoso: era altamente inteligente, bem como abundantemente aquinhoado de dons pelo Espírito Santo.

Acho que o diabo sabia que este orgulho era a fraqueza básica de Paulo - e o atacava com isso. Ele bajulava Paulo, alisava seu ego, e o atingia com um pensamento de orgulho após o outro: “Você é o único que recebeu esta revelação.” Que maior espinho poderia haver que ter Satanás alimentando diariamente seu ponto mais vulnerável? Paulo tinha de ir à cruz constantemente, submetendo à ela seus dons, para mortificar o orgulho.

Satanás também sabia que a inclinação de Davi era a luxúria. Ele alimentou a fraqueza deste homem de Deus colocando uma mulher se banhando bem à frente dos seus olhos. Igualmente, à toda hora, o diabo dá tapas em nosso rosto com oportunidades e tentações que alimentam nosso orgulho, nossa luxúria, ambição, nosso medo - segundo a fraqueza básica que tenhamos.

Mas o diabo não podia esbofetear Paulo sem primeiro obter permissão de Deus. Sabemos, por exemplo, que Deus permitiu que Satanás testasse Jó. E agora Deus tinha um propósito ao permitir o espinho de Paulo. Ele sabia que a maior ameaça ao testemunho de Paulo não era a sensualidade, ou a ganância, ou o elogio dos homens; não, Paulo era desligado das coisas da carne. Antes, sua fraqueza era o orgulho, que veio por receber grandes revelações.

Paulo escreve: “três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim” (2 Cor. 12:8). Está dizendo basicamente: “Busquei com diligência o Senhor, de todo o coração - e Ele se revelou para mim e em mim. Até mostrou-me Sua glória nos céus. Porém, naquele exato momento, comecei a experimentar uma pulsante lembrança da minha fragilidade humana. Implorei ao Senhor: 'Remova isso. Chega desta fraqueza, deste assédio demoníaco. Até quando terei de ser humilhado por estes ataques? Até quando tenho de agüentar este sofrimento? Por favor, Senhor, livra-me.”'

3. O Modelo de Paulo Finaliza
Com a Resposta de Deus.

Deus não se preocupou em explicar coisa alguma a Paulo. E não concedeu o pedido de um fim para seu sofrimento. Nem removeu o espinho ou afastou o mensageiro de Satanás. Contudo, Deus concedeu a Paulo algo muito melhor. Ele revelou como Paulo viveria todos os dias em vitória: “Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza” (2 Cor. 12:9).

Deus estava basicamente dizendo: “Paulo, vou lhe conceder graça para os sofrimentos de cada dia. E isso lhe será suficiente, em tudo que enfrentar. Você não precisa compreender tudo que está enfrentando; então poderia parar de perguntar o por que. Você tem a minha graça - e isso é tudo que precisa.”

Recebemos cartas de pessoas que têm vidas de incrível sofrimento. Jovens escrevem de serem criados em lares cheios de feitiçaria - de serem espancados, abusados, negligenciados. Um moço de dezesseis anos escreve que seus pais o iniciaram nas drogas.

São pessoas que gritam: “Amo a Deus - tenho orado e O buscado. Depositei nEle toda a minha confiança. Mas à cada dia ainda enfrento inimigos poderosos - e não vejo sinal de libertação.”

Não quero desencorajar ninguém. Mas, como Paulo, a sua aflição pode ser do tipo que sobrevem aos mais justos de Deus. Se for assim, você pode ter de viver cada dia apoiado inteiramente na Sua graça. O livramento não será uma experiência súbita, de uma só vez - mas um caminhar dia a dia.

Eu lhe digo outra vez: não é pecado perguntar a Deus o por quê; por que tanto sofrimento, por que esta dor que não acaba. No entanto, também digo: você pode muito bem parar de perguntar - porque Deus não responde este tipo de pergunta. Ele não nos deve nenhuma explicação por nossos sofrimentos.

Davi pergunta com sinceridade, “Por que estás abatida, ó minha alma?...por que te (Deus) olvidaste de mim? Por que hei de andar eu lamentando sob a opressão dos meus inimigos? ...Por que te perturbas (minha alma) dentro de mim?” (Salmo 42:5,9,11). Sabemos que Deus amava Davi. Mesmo assim as Escrituras não mostram nenhum registro de Deus respondendo suas perguntas.

Jesus perguntou: “Por que este cálice não pode passar de mim? Pai, por que me abandonastes?” (v. Mateus 26:39; 27:46). Contudo em nenhum lugar da Bíblia lemos uma resposta de Deus ás perguntas do Seu amado Filho.

Eu pessoalmente tenho feito estas mesmas perguntas a vida toda. Quando eu tinha vinte e oito anos de idade, trouxe minha família para Nova York para trabalhar com as gangues e os viciados. Aí um dia, poucos anos após termos nos mudado, minha esposa Gwen começou a se dobrar de dor. Corremos para um hospital, e ela recebeu uma cirurgia de emergência. E aí ouvimos a terrível palavra: câncer. Ela tinha um tumor no intestino do tamanho de uma laranja.

Lembro-me das minhas perguntas para Deus naquela época: “Por que, Senhor? Deixamos tudo e viemos para cá seguindo sua orientação. Entregamos nossas vidas para ministrar nestas ruas. Então, por que estamos passando por isso agora? O Senhor está zangado comigo por algum a razão? O que eu fiz?”

Fiz as mesmas perguntas mais cinco vezes - toda vez que Gwen foi surpreendida por um outro câncer. Também as fiz em cada uma das vinte e oito cirurgias dela.

Perguntei a Deus outra vez em Houston, Texas, quando nossa filha Debbie jazia em posição fetal, na angústia do câncer. Ela tinha um tumor na mesma região de sua mãe. Eu gritei: “Senhor, Gwen já foi o suficiente; agora, é demais. Por que?”

Perguntei por que outra vez quando nossa outra filha, Bonnie, estava acamada num hospital em El Paso, Texas, recebendo radioterapia contra o câncer. Ela estava cercada por médicos com aventais protetores feitos de chumbo, com o corpo recebendo bombardeamento por três dias de radiação mortal. Os médicos deram à ela 30 por cento de chance de sobreviver. Eu gritei: “Deus, o Senhor tem de estar zangado comigo. Não há outra explicação. Até quando o Senhor acha que vou agüentar?”

Finalmente fui sozinho com o meu carro para uma estrada deserta - e por duas horas bradei diante de Deus: “Isso não vai acabar? Dou a Ti tudo que é meu, à cada dia. Porém quanto mais Te busco, mais sofrimento vejo.”

Também sei o que é ser esbofeteado por um mensageiro de Satanás. Tenho sido seriamente tentado e alvo de sedução. Tenho tido inimigos me provocando por todos os lados. Tenho sido caluniado por boatos, recebido falsa acusação, rejeitado por amigos. Nestas horas negras me ajoelho, chorando: “Por que, Senhor? És tudo aquilo que desejo. Por que permites que Satanás me assedie? Até quando vou ter de lutar com essa fraqueza?” Porém, assim como Deus não explicou nada para Paulo, Ele nunca respondeu minhas perguntas.

Creio que uma vez no céu, o Senhor nos explicará tudo. Teremos toda a eternidade para receber nossas respostas. E, assim que tudo nos tiver sido revelado, veremos que cada coisa era parte de um plano perfeito - orquestrado por um Pai amoroso que sabia o que era necessário para nos manter dobrados sobre nossos joelhos, e caminhando em direção a Ele.

Até Chegar Esse Dia, Deus Diz:
“Tenho Toda a Graça Que Você Precisa Para Triunfar”

Sempre ouvimos que a definição de graça é, simplesmente, favor e bênção não merecidos vindos da parte de Deus. Contudo creio que graça é muito mais do que isso. Em minha opinião, graça é tudo aquilo que Cristo significa para nós na hora do sofrimento - poder, força, bondade, misericórdia, amor - para nos conduzir na aflição.

Ao rememorar os anos que se passaram, anos de grandes provações, sofrimento, tentações e aflição, posso testificar que a graça de Deus foi suficiente. A Sua graça cuidou de Gwen. E também cuidou de Debbie e Bonnie. Hoje, minha esposa e minhas filhas estão todas saudáveis e fortes - e agradeço ao Senhor por isso.

A Sua graça também cuidou de mim. E isso é o suficiente para o dia de hoje. Então, algum dia na glória, meu Pai me revelará o belo plano que tinha todo este tempo. Ele me mostrará como obtive paciência através dos sofrimentos; como aprendi a ter compaixão pelos outros; como Seu poder foi aperfeiçoado na minha fraqueza; como aprendi Sua absoluta fidelidade para comigo; como, e com esperança digo isso, me tornei mais semelhante a Jesus.

Ainda podemos perguntar por que - porém tudo continua um mistério. Estou preparado para aceitar isso até que Jesus venha para mim. Não vejo um fim para minhas provações e aflições. Eu as tenho tido por mais de cinqüenta anos, e elas continuam.

Porém, em todas essas coisas, continuo recebendo uma porção sempre crescente do poder de Cristo. Na verdade, as maiores revelações que tive de Sua glória vieram durante os tempos mais difíceis. Semelhantemente, em seus momentos mais fracos, Jesus liberará em você uma medida maior do Seu poder.

Poderemos jamais compreender a nossa dor, nossa depressão e nosso desconforto. Poderemos jamais saber por que nossas orações para cura não foram respondidas. Mas não precisamos saber o porquê. Nosso Deus já nos deu a resposta: “Você tem a minha graça - e, meu filho amado, é só disso que você necessita.”

terça-feira, 29 de março de 2011

Quando Você Está Ferido !

Por David Wilkerson
sem data
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De um jeito ou de outro, todos nos ferimos. Estamos todos no mesmo bote. Até as multidões cheias de riso e de ôba-ôba se machucam. Tentam esconder a dor com bebidas e brincadeiras - mas ela não se vai.

Quem se fere? Os pais de um filho ou uma filha esbanjadores, pródigos. Milhões de pais são feridos profundamente por um filho que rejeita seus conselhos. Pais amorosos sofrem pela decepção e delinqüência do filho, que antes era amoroso e bom.

As vítimas dos lares partidos estão feridos. A esposa abandonada, foi rejeitada pelo marido por outra mulher. O esposo que perdeu o amor da esposa. As crianças que perderam sua segurança.

Outros sofrem de enfermidades. Câncer, problemas de coração e uma multidão de outras doenças humanas. Ouvir do médico: “Você está com câncer - você pode morrer!” é aterrador. Em verdade, muitos dos que estão lendo esta mensagem experimentaram esta dor e esta agonia.

Namorados rompem. Um garoto ou uma garota vai embora, pisando em cima daquilo que já foi um belo relacionamento. Só resta um coração partido, ferido.

E os desempregados? Os desanimados, cujos sonhos morreram? Os presos? O encarcerado? O homossexual? O alcoólatra?

É verdade! De um jeito ou de outro - todos nos machucamos. Cada pessoa na terra carrega sua própria carga de dor e de mágoa.

Não Há Cura Física

Quando a dor é profunda, ninguém nesta terra consegue interromper os medos íntimos e a mais profunda das agonias. Nem o melhor dos amigos pode entender na realidade a batalha que você está enfrentando, ou as feridas que lhe foram impostas.

Só Deus pode deter as ondas de depressão, e a sensação de solidão e de fracasso que caem sobre você. Unicamente a fé no amor de Deus pode libertar a mente ferida. O coração ferido e partido que sofre em silêncio, só pode ser curado por uma obra sobrenatural do Espírito Santo - e nada menor que a intervenção divina realmente funciona.

Deus tem de intervir e assumir o controle. Ele tem de deter o andamento de nossas vidas quando chega o ponto de rotura; e esticando Seus braços amorosos, trazer para a Sua proteção e Seu cuidado, aquele corpo e aquela mente feridos. Deus tem de surgir como Pai cuidadoso, e demonstrar que está presente, fazendo com que as coisas resultem no bem. Ele precisa, através de Seu próprio poder, dispersar as nuvens carregadas, afastar o desespero e a amargura, enxugar as lágrimas - e substituir o sofrimento pela paz de espírito.

Por Que Eu - Senhor?

O que machuca mais é que você sabe que seu amor por Deus é grande - contudo, parece que não dá para entender o que Ele está tentando produzir na sua vida. Você iria entender o porquê de as orações não serem atendidas, se fosse frio em relação ao Seu amor. Caso estivesse fugindo de Deus, provavelmente entenderia porque as provações e os severos julgamentos continuam chegando. Se fosse um pecador derrotado, que despreza as coisas de Deus, você poderia chegar a pensar que merecesse um sofrimento atroz. Mas você não está fugindo; não está rejeitando-O de nenhuma maneira. Você anseia cumprir Sua perfeita vontade; deseja ardentemente servi-lO com tudo que há em você. E é isso que faz com que sua dor seja tão debilitante. Faz você achar que há alguma coisa muito errada consigo. Você questiona a sua profundidade espiritual; e às vezes, até questiona a sua sanidade mental. De algum lugar lá no fundo, uma voz sussurra: “Talvez eu tenha algum defeito! Vai ver que estou sofrendo tanto porque Deus não vê nada de bom em mim! Devo estar tão fora da Sua vontade, que Ele tem de me disciplinar para me tornar obediente.”

Os Amigos Se Esforçam Muito Para Ajudar

Um coração machucado ou partido causa a dor mais lancinante conhecida pelo homem. A maioria das outros sofrimentos humanos são só físicos. Mas um coração ferido, carrega uma dor que é ao mesmo tempo física e espiritual. Os amigos e os queridos podem ajudar a amenizar a dor física de um coração partido. Quando estão lá, sorrindo, amando e cuidando, a dor física se atenua, e há um alívio passageiro. Mas a noite cai, e com ela vem o terror da agonia espiritual. A dor sempre piora à noite. A solidão cai como uma nuvem quando o sol desaparece. O sofrimento explode quando você está sozinho, tentando entender como se confrontar com as vozes e os temores interiores que continuam vindo à tona.

Os seus amigos, que realmente não compreendem o que você está enfrentando, oferecem todos os tipos de solução fácil. Ficam impacientes com você. Estão muito felizes e despreocupados na ocasião, e não entendem por que você simplesmente não “sai dessa”. Suspeitam que você esteja se entregando à autocomiseração. Ficam lembrando que o mundo está repleto de pessoas desanimadas e feridas, que sobreviveram. O mais comum, é que desejem orar aquela oração “que se faz uma única vez, cura tudo, resolve tudo”. Mandam você “liberar a fé, reivindicar uma promessa, confessar a cura, e sair do desespero.”

Tudo isto está certo e é bom, mas é uma pregação que geralmente vem de cristãos que nunca conheceram muito sofrimento em suas próprias vidas. São como as “babás” de Jó, que tinham todas as respostas - mas que não conseguiram aliviar a sua dor. Jó disse o seguinte sobre eles: “vós todos sois médicos que não valem nada”. Graças a Deus pelos amigos bem intencionados, mas se eles experimentassem a sua agonia só por uma hora, iriam mudar a conversa. Se estivessem em seu lugar só um pouquinho, sentindo o que você sente, vivendo a dor íntima que está carregando, lhe diriam: “Como você agüenta? Eu não suportaria isto.”

O Tempo Não Resolve Nada!

E existe a velha frase: “o tempo resolve tudo.” Dizem para você agüentar um pouco, sorrir, e esperar que o tempo anestesie a sua dor. Mas tenho a suspeita de que todas as regras e as frases sobre solidão são cunhadas por pessoas felizes e saudáveis. Soam bem - mas não é verdade. O tempo não resolve nada - só Deus resolve.

Quando você está ferido, o tempo só amplia a dor. Os dias e as semanas se arrastam e a agonia insiste. A dor não cessa, não importa o que diga o calendário. O tempo pode abafar a dor no interior da mente, mas uma mínima lembrança pode trazê-la à tona.

Na verdade, nem ajuda muito saber que cristãos sofreram antes de você, ao longo da história. Você se identifica com o sofrimento dos personagens bíblicos que sobreviveram à terríveis experiências de dor. Mas saber que outros enfrentaram enormes batalhas não acalma a dor do seu peito. Ler como saíram vitoriosos de suas batalhas - e você ainda não conseguiu isto - só aumenta a dor. Faz você achar que eles estavam muito próximos de Deus para receber tamanhas respostas às suas orações. E faz com que se sinta sem valor diante de Deus, pois seus problemas continuam, apesar de todos seus esforços espirituais.

Problema Em Dobro

Raramente as pessoas se machucam só uma vez. A maioria dos feridos pode lhe mostrar outros machucados também. É dor em cima de dor. Um coração partido, geralmente é sensível, frágil. É facilmente magoado porque não é protegido por uma casca dura. A brandura é confundida com vulnerabilidade pelo coração de casca dura. O silêncio é interpretado como fraqueza. Entrega total de si mesmo é tomada por “atitude muito drástica”. O coração que não teme admitir sua necessidade de amor, é mal interpretado como “muito direcionado ao sexo.”

Segue-se, então, que um coração sensível que busca amor e compreensão, em geral é o mais fácil de ser partido. Corações abertos e que confiam, geralmente são mais machucados. O mundo está cheio de homens e mulheres que rejeitaram o amor oferecido por um coração suave e terno. Os corações fortes, cobertos por carapaça dura e que não confiam em ninguém, corações que dão muito pouco - corações que exigem que o amor constantemente lhes seja provado - corações calculistas - corações que sempre manipulam e cuidam só de si - corações que temem correr riscos, estes corações raramente se partem. Não se ferem porque não há o que os fira. São muito orgulhosos e muito egoístas para permitir que alguém os faça sofrer de alguma maneira. Eles saem ferindo o coração dos outros e atropelando as almas frágeis que tocam suas vidas - simplesmente porque são tão compactos e embotados em seus corações, que acham que todos deveriam ser como eles. Corações duros não gostam de lágrimas. Detestam se comprometer. Sentem-se sufocados quando lhes pedem para compartilhar seus próprios corações.

Os Ofensores Não Saem Fácil !

Parte da dor que um coração ferido tem de agüentar é saber que o ofensor, o agressor, sai impune. O coração diz: “Eu fui o ofendido e o ferido, e mesmo assim, tenho de pagar o preço. O ofensor fica livre, em vez de pagar pelo que fez.” Este é o problemas das cruzes - geralmente crucificam a pessoa errada. Mas Deus guarda os livros, e no dia do Juízo, os livros serão avaliados. Mas mesmo nesta vida, os ofensores e os que ferem as pessoas pagam um alto preço. Não importa como tentem justificar seus atos ofensivos, não podem secar o choro daqueles a quem ofenderam. Como o sangue de Abel que clamava da terra, o grito de um coração machucado pode penetrar a barreira do tempo, do espaço, e aterrorizar o mais duro dos corações. As dores geralmente são produzidas por mentiras claras. E todo mentiroso com o tempo é levado à justiça.

Haverá um bálsamo para um coração ferido? Haverá cura para aquelas feridas profundas, interiores? Será que os pedaços podem novamente ser juntados, e o coração se tornar ainda mais forte? Será que a pessoa que conheceu uma dor e um sofrimento tão terrível, pode se levantar das cinzas da depressão e encontrar uma nova maneira de viver, mais poderosa? Sim! Definitivamente sim! Caso não fosse assim, a palavra de Deus seria uma piada e o próprio Deus seria um mentiroso. E não é assim!

Quero compartilhar com você alguns pensamentos simples, sobre como lidar com a sua dor.

1. Pare de Tentar Descobrir Como e Por Que Você Foi Ferido!

O que lhe aconteceu se trata de um sofrimento muito comum na humanidade. O seu caso não é o único. Pertence à natureza humana . Neste ponto, não adianta nada saber se você estava certo ou errado. O importante agora é a sua disposição de prosseguir em Deus, e de confiar em Suas misteriosas operações na sua vida.

A Bíblia diz: “Amados, não estranheis o fogo ardente que surge no meio de vós, destinado a provar-vos, como se alguma cousa extraordinária vos estivesse acontecendo; pelo contrário, alegrai-vos na medida em que sois co-participantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vos alegreis exultando” (I Pedro 4: 12-13).

Deus não prometeu um modo de vida desprovido de dor. Prometeu “um escape” (livramento). Prometeu ajudar a tolerar a sua dor; força para novamente lhe colocar em pé, quando a fraqueza lhe deixa tonto.

Muito provavelmente, você fez o que era preciso. Moveu-se dentro da vontade de Deus - seguindo o coração com honestidade. Você ingressou nela de coração aberto, desejando dar-se de si. O amor foi a sua motivação. Você não interrompeu a vontade de Deus - outra pessoa o fez. Se isto não fosse verdade, você não seria a pessoa que está sofrendo tanto. Você está sofrendo por tentar ser honesta.

Você não consegue entender porque as coisas explodiram na sua cara, quando parecia que Deus estava guiando tudo. O seu coração fica perguntando: “Prá começar, por que Deus permitiu que eu entrasse nesta, sabendo que nunca iria dar certo?” Mas a resposta é clara. Judas foi chamado pelo Senhor. Estava destinado a ser um homem de Deus. Foi escolhido à mão pelo Salvador. Poderia ter sido poderosamente usado por Deus. Mas Judas abortou o plano de Deus. Partiu o coração de Jesus. Aquilo que havia se iniciado como um belo e perfeito plano de Deus, terminou em desastre, porque Judas escolheu os seus próprios caminhos. O orgulho e a teimosia destruíram o plano de Deus em ação.

Então, lance fora as suas culpas. Pare de se condenar. Pare de ficar tentando descobrir o que fez de errado. O que conta realmente para Deus é o que você está pensando neste instante. Você não errou - o mais provável é que simplesmente tenha dado em excesso. Como Paulo, você deve dizer: “...(Eu) amando-vos cada vez mais, seja menos amado” (2 Coríntios 12:15).

2. Lembre-se de Que Deus Sabe Exatamente
o Quanto Você Pode Agüentar -
E Não Permitirá Que Chegue
ao Ponto de Explodir!

O nosso Pai amoroso diz: “Não vos sobreveio tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que sejais tentados além das vossas forças; pelo contrário, juntamente com a tentação, vos proverá livramento, de sorte que a possais suportar” (I Coríntios 10:13).

A maior das blasfêmias é imaginar que Deus esteja por trás do seu sofrimento e da sua dor; que se trata da disciplina do Pai celestial; que Deus ache que você precisa de mais um ou dois ofensores antes que esteja pronto para receber Suas bênçãos. Não é assim!

É verdade que Deus corrige a quem ama. Mas essa correção é só por um período, e não deve nos machucar. Deus não é o autor da confusão em sua vida. Nem você. É a falência humana. É o inimigo semeando ervas daninhas no campo do seu esforço. Trata-se do engano dentro de outra pessoa perto de você, pessoa essa que perdeu a fé em Deus. O inimigo tenta nos agredir através dos outros seres humanos, assim como tentou agredir Jó através da esposa incrédula.

O seu Pai celeste cuida de você com um olho que não pisca. Cada movimento é acompanhado. Toda lágrima é pesada. Ele Se identifica com cada uma de suas dores. Sente cada machucado. E sabe quando você foi exposto à excessiva perturbação por parte do inimigo. Intervém e diz: “Chega!” quando o ferimento e a dor deixam de levá-lo mais próximo do Senhor - quando, em vez disto, começam a rebaixar sua vida espiritual. Deus assume. Não permitirá que um confiante filho seja rebaixado devido ao excesso de dor e agonia na alma. Quando a mágoa começa a agir em favor de uma desvantagem sua, quando começa a atrasar o seu crescimento, Deus age para colocá-lo acima das batalhas por um tempo. Nunca permitirá que você se afogue em lágrimas. Não permitirá que a dor deteriore sua mente. Ele promete chegar na hora certa, para enxugar as suas lágrimas e lhe dar alegria em lugar do pesar. A palavra de Deus diz: “Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã” (Salmo 30:5).

3. Quando a Dor Chegar ao Máximo,
Vá ao Seu Lugar Secreto
e Derrame Todas as Lágrimas do Desespero

Jesus chorou. Pedro chorou - amargamente! Pedro carregava consigo a dor de negar o próprio Filho de Deus. Ficou andando só pelas montanhas - chorando de tristeza. Aquelas amargas lágrimas produziram nele um suave milagre. Ele voltou para abalar o reino de Satanás.

Uma senhora que sofrera uma mastectomia escreveu um livro intitulado: “First You Cry” (Primeiro Você Chora). Há pouco conversei com um amigo que acabara de ser informado de ter câncer terminal. “A primeira coisa que você faz”, disse, “ é chorar até acabar todas as lágrimas. Aí, você começa a chegar mais perto de Jesus, até que sabe que Seus braços estão lhe abraçando apertado.”

Jesus jamais afasta o olhar de um coração que chora. Ele diz: “...a um coração quebrantado...não desprezarás (não desprezarei)” [Salmo 51:17]. Nem uma vez o Senhor dirá: “Vire-se! Vá lá tomar seu remédio! Cerre os dentes e seque as lágrimas.” Não! Jesus guarda todas as lágrimas em Seu recipiente eterno.

Você está ferido? Gravemente? Então vá em frente e chore! E fique chorando até as lágrimas pararem de correr. Mas deixe que estas lágrimas se originem só da dor - e não da incredulidade ou da autocomiseração.

4. Convença-se de Que Vai Sobreviver -
You Você Vai Sair Desta -
Convença-se de que, Vivo ou Morto, Você Pertence ao Senhor!

A vida continua. Você fica surpreso do quanto se pode agüentar quando Deus ajuda. Felicidade não é o viver sem dor ou mágoas. De jeito nenhum. A felicidade verdadeira é aprender como viver um dia de cada vez, a despeito de todo sofrimento e da dor. É aprender como se alegrar no Senhor, não importando o que tenha acontecido no passado.

Você pode sentir-se rejeitado. Pode sentir-se abandonado. A sua fé pode ficar débil. Você pode achar que chegou ao fim. Pesar, lágrimas, dor e vazio podem lhe devorar às vezes - mas Deus ainda está em Seu trono. Ele ainda é Deus!

Você não pode se ajudar! Não consegue interromper a dor e o sofrimento. Mas o nosso bendito Senhor lhe buscará - e colocará Sua mão amorosa sob você e o elevará para se assentar outra vez nos lugares celestiais. Ele lhe livrará do temor da morte. Revelará Seu infinito amor por você.

Olhe para cima! Encoraja-se no Senhor. Ao ficar coberto pelo nevoeiro, quando não vê saída para o seu dilema, deite-se nos braços de Jesus e simplesmente confie nEle. Ele é Quem tem de fazer tudo! Ele quer a sua fé - a sua confiança. Ele quer que você grite alto: “Jesus me ama! Ele está comigo! Ele não vai falhar! Ele está resolvendo tudo neste instante! Não serei rejeitado! Não serei derrotado! Não serei uma vítima de Satanás! Não vou perder o juízo e nem o rumo! Deus está do meu lado! Eu O amo - e Ele me ama!”

O ponto principal é a fé. E a fé repousa nAquele que é Absoluto - “Toda arma forjada contra ti não prosperará” (Isaías 54:17).

segunda-feira, 28 de março de 2011

O Testemunho do Senhor às Nações!


Por David Wilkerson
31 de maio de 1999 
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“E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as gentes, e então virá o fim” (Mateus 24:14).

Muitos na igreja atual tentam determinar a proximidade da volta de Cristo lendo os sinais dos tempos. Vemos tais sinais em acontecimentos específicos - por exemplo, o regresso dos judeus a Israel. No entanto, uma das declarações mais claras que Jesus fêz acerca da segunda vinda está contida no versículo acima: o fim virá somente depois que o evangelho for pregado à todas as nações - como testemunho.

A palavra que Jesus usa para “testemunho” no versículo é aquela do original grego. Significa literalmente, “prova do fato”. Cristo está falando aqui em não apenas pregar o evangelho, mas em apresentá-lo como testemunho. Resumindo, Ele diz: o evangelho que pregamos é eficiente somente se apoiado em uma vida que testifica sua realidade.

Você pode achar que nos Estados Unidos, uma nação repleta de milhares de igrejas evangélicas, haja um forte testemunho do evangelho. Somente em uma grande cidade do sul, há mais de 2000 igrejas evangélicas, uma delas com mais de quinze mil membros.

Mas muitas destas igrejas comprometeram o verdadeiro evangelho de Cristo. O divórcio está desenfreado em suas congregações. E muitos dos jovens solteiros levam vidas permissivas, ativas sexualmente. Como pode ser isto? você perguntaria. O fato é que, mesmo com toda pregação evangélica em muitas destas mega-igrejas, há muito pouco testemunho do senhorio de Cristo na vida das pessoas para respaldá-lo. Não são verdadeiras testemunhas para a cidade ou para a nação.

Claro, há exceções. Na cidade em particular na qual estou pensando, sei de um punhado de jovens ministros que começaram a passar muito do seu tempo com seus rostos no chão, diante do Senhor. Agora, quando trazem a palavra de Deus, falam com poder e autoridade. O evangelho que pregam está respaldado por um testemunho de intimidade com Cristo e um caminhar santo. E estão começando a presenciar diferenças nas vidas dos congregados.

Também penso em um pastor batista que certa vez planejou construir um enorme edifício paroquial. A congregação estava se expandindo rapidamente, e ele começou a estudar o movimento de crescimento da igreja. Mas sua esposa foi movida a orar e buscar o Senhor, e logo o pastor estava fazendo o mesmo. Rapidamente acabou deixando seus sonhos de grandes números, e começou a ser um testemunho daquilo que pregava.

Em um recente sermão, o pastor preparou uma grande tela na frente da igreja. Disse à congregação, “o Espírito de Deus tem me falado acerca dos pecados desta igreja. E hoje vamos vê-los diante dos nossos próprios olhos!”.

Então o pastor mostrou na tela pecado após pecado - fornicação, adultério, alcoolismo, uso de drogas, pornografia. E aí começou o sermão: “Não vamos ainda começar a construir uma grande igreja. Temos que consertar o tabernáculo vivo de Cristo antes de fazermos qualquer outra coisa. Temos que primeiro viver este evangelho!”.

Hoje o Espírito de Deus está se movendo poderosamente nessa igreja. As pessoas estão afluindo em massa ao Senhor, endireitando suas vidas - porque estão ouvindo um evangelho com um testemunho que o respalda!

Fico assombrado e perplexo com a quantidade de ministros, jovens e velhos, que percorrem o mundo todo buscando estratégias para produzir crescimento nas igrejas. Hoje, muitos pregadores assistem a cursos, convenções e “depósitos de idéias”, onde jovens profissionais de ministério usam gráficos e pesquisas para mostrar como construir igrejas grandes. Outros ministros participam de “campanhas de avivamento”, esperando aprender novos métodos de como fazer com que o Espírito Santo caia sobre suas congregações.

Agora mesmo, associações missionárias estão enviando mais obreiros do que nunca. O clamor desses grupos passou a ser: “Temos que conseguir mais mão-de-obra no campo missionário! São necessários mais homens e mulheres qualificados para ganhar nações para Cristo”.

Mas muitos dos missionários enviados acabam regressando em poucos anos. Vencidos, desanimados, abatidos pelas forças demoníacas das nações estrangeiras. Por que? Porque suas vidas não se encaixavam com o evangelho que pregavam! Nunca desenvolveram, por experiência própria, o conhecimento do senhorio de Cristo ou da plenitude do Espírito Santo.

Amado, são necessárias mais que novas idéias ou estratégias para alcançar as nações para Cristo. Todos os nossos planos são em vão se Jesus não está no trono de cada área de nossas vidas!

Isto é Uma Tragédia 
Num Tempo Em que as Forças do Anticristo Estão Alcançando
Tamanho Poder !


Nunca na história houve tamanha investida selvagem dos espíritos demoníacos, jorrando das entranhas do inferno. A injustiça varre a terra, com nação levantando-se contra nação. E tudo está acontecendo porque Satanás liberou suas hordas demoníacas numa guerra final contra os santos!

Contudo, Deus nunca é pego desprevinido em nada que se passa em nosso mundo. Ele não está surpreso com a terrível calamidade das drogas, ou com o banho de sangue dos abortos. Assim, qual é a reação dEle neste tempo de desordem e depravação? O quê Ele propõe como antídoto à apostasia e ao poder demoníaco crescente? O quê Deus vai fazer nessa hora de tanta ruína?

Sua resposta é a mesma de sempre - produzir a vitória de Cristo de uma maneira renovada. Deus sempre respondeu levantando um remanescente vigoroso de homens e mulheres que serão um testemunho puro de Seu poder salvador e santificador. E o mesmo é verdade para os nossos dias. Seu plano é trazer a esse cenário de atividade do anticristo um corpo de vencedores separados, cheios de Cristo - homens e mulheres piedosos que viverão em total submissão ao Seu governo e senhorio!
Vemos Esse Padrão por Toda a Extensão da Bíblia !


Considere a situação ruim de Israel no Egito. A nação de Deus estava numa ruína inacreditável, com apostasia disseminada. Satanás tinha Israel sob o calcanhar, manipulando os poderes políticos da época para fazerem leis contra os judeus e persegui-los. O inimigo estava ridicularizando e zombando do testemunho de Deus na terra.
Era um momento de trevas na história de Israel. E com o passar do tempo o desânimo cresceu no meio do povo. Começaram a se desviar, entregando-se aos prazeres e à sensualidade do Egito. A idolatria e a fornicação se tornaram abusivas. A situação de Israel parecia sem esperança. A fé da nação estava morrendo lentamente.

Qual foi a resposta de Deus a este poder crescente das trevas? Levantou Ele os impérios vizinhos para agirem como Sua vara contra o Egito? Incitou uma guerra civil entre os egípcios? Enviou anjos vingadores? Não - Deus não fez isso. Ele tinha um plano totalmente diferente. Ao contrário, impôs Sua mão sobre um único homem, levantando Moisés!

Moisés era um homem de oração, totalmente entregue a Deus. Disse não aos prazeres, ao conforto e às tentações do Egito, vivendo, ao invés, sob o total controle do Espírito Santo. Não tinha nenhum projeto pessoal, ou ambição para si próprio. Despojou-se de toda a habilidade humana, confiando no grande EU SOU como sua única provisão e fonte de recursos. E retornou do solo santo com visão, por experiência própria - da santidade de Deus.

Então, na hora mais negra da história de Israel, quando parecia que o povo de Deus sucumbiria ao inimigo, o Senhor levantou, em meio a tudo isso, um homem que atuaria como testemunho. E este homem derrubou uma nação inteira enquanto levantava outra. Deus fez tudo através de um único homem!

Vemos Este Mesmo Plano
Personificado em Samuel

Vemos aqui uma outra geração apóstata, depravada e desviada. Na época, a arca (da lei) tinha sido levada de Israel. Eli, o sumo sacerdote da nação, era preguiçoso e complacente, permitindo que seus filhos corrompessem o sacerdócio. Sob a liderança deles, o adultério e a fornicação estavam desenfreados no templo. Mas Eli estava tão acostumado à sua vida de comodidade, que não fazia nada para detê-los.

Em um dado momento, o Senhor escreveu a palavra “Ichabode” sobre todo o sistema religioso significando que, “o Espírito do Senhor tinha se afastado”. Mais uma vez as forças satânicas haviam se levantado com grande poder. E numa visão comum, a obra de Deus tinha perdido tanto terreno, que a possibilidade de recuperação parecia improvável.

Mas o Senhor tinha um homem escolhido desde o começo - um menino chamado Samuel. Enquanto todos os ministros ao seu redor cediam à fornicação e à gulodice, Samuel estava aprendendo a ouvir a voz de Deus. E na medida em que se tornava mais e mais íntimo com Deus, o Espírito Santo o enchia com a palavra profética. Ele se tornou um testemunho - uma prova viva do poder de Deus!

A escritura diz que enquanto Samuel crescia, nenhuma de suas palavras caia por terra - significando que, de modo consistente, falava com poder e autoridade. E por causa de sua autoridade divina, nenhuma nação foi capaz de levantar a mão contra Israel por mais de quarenta anos.

Novamente, o Senhor levantou um único homem como testemunho à uma nação inteira. Deus não precisou de exército, de nenhuma organização humana, de nenhuma “novidade”. Tudo o que precisou foi de um homem justo -- alguém cujo ministério estivesse totalmente comprometido com Seus santos caminhos!
Vemos Este Mesmo Modelo nos Tempos de Neemias


Nos dias de Neemias, os muros de Jerusalém estavam em ruínas, a cidade era literalmente um monturo de pedras. E a igreja estava totalmente desviada, não sobrando nenhuma testemunha. Os poderes malignos ao redor de Israel lhe perseguiam severamente, escarnecendo de todo trabalho que tentavam empreender.

Como Deus respondeu nesta época de ruína? Será que enviou um exército bem treinado de Shushan para lhes ajudar? Será que enviou um guarda do palácio para golpear os preeminentes inimigos? Não - novamente Deus levantou um único homem - Neemias.

Eis um homem com a responsabilidade de Deus no coração. Neemias passava o seu tempo orando, jejuando e lamentando, porque se encontrava quebrantado pela situação de Israel. Ele também estudava contínua e arduamente a palavra de Deus, agarrando-se à profecia e movendo-se no Espírito.

Embora Neemias servisse na corte do rei Artaxerxes como copeiro, ele se manteve separado de toda a iniqüidade que o rodeava. Em meio à toda sensualidade, imoralidade e impiedade que ocorria em Israel, ele manteve um caminhar santo com o Senhor. E, por outro lado, todos os que ouviam sua pregação eram purificados na alma.

Logo um reavivamento de santidade varreu a terra. “E purificaram-se os sacerdotes e os levitas; e logo purificaram o povo, e as portas, e o muro” (Neemias 12:30). A casa de Deus também foi purificada, com todas as coisas da carne sendo expulsas. Neemias enviou trabalhadores ao templo, dizendo-lhes, “Quero cada pedaço de imundície fora daqui. Não deixem nada que tenha a ver com idolatria ou sensualidade. Tirem tudo daqui e queimem-no!”.

Amado, este é o conceito de avivamento para Deus! É varrer dos nossos corações tudo que é impuro e não santificado. Ele não quer que sobre nada escuro!

Aonde Neemias obteve tal autoridade espiritual, que fazia tremer os contemporizadores, e que devolveu o temor piedoso ao templo? Não foi dada pelo rei. Nem por nenhum bispo da igreja. Não aprendeu a tê-la em nenhuma escola bíblica.

Não, Neemias conseguiu autoridade sobre seus joelhos - chorando, quebrantando-se, querendo conhecer o coração de Deus. E porque era um homem de oração, pôde confessar os pecados da nação inteira: “...para ouvires a oração do teu servo, que eu hoje faço perante ti, de dia e de noite...e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel...também eu e a casa de meu pai pecamos. De todo nos corrompemos contra ti e não guardamos os mandamentos...” (Neemias 1:6-7)
Há um Relato Chocante de Apostasia e Decadência
no Tempo de Ezequiel --
E em Tais Épocas, Deus Busca Alguém Que Se Torne Sua Testemunha !


Israel nos dias de Ezequiel era obsceno e orgulhoso. Os homens cometiam abominações com as esposas dos vizinhos, e até corrompiam suas noras. Os profetas, que no passado eram santos, se desviavam, tornando-se amantes do dinheiro - e já não discerniam entre o santo e o profano. E os líderes da nação tornaram-se lobos vorazes, buscando lucros desonestos, derramando sangue, falando mentiras e humilhando os pobres. Tudo isto soa tão familiar com os nossos tempos!

Israel se esqueceu tanto dos caminhos de Deus, que o Senhor lhes disse, “a casa de Israel chegou a ser como escória para mim!”. A nação ficou tão fragilizada, mundana e impotente que Deus a tornou motivo de riso no mundo secular. Ele disse, “...por isso eu te fiz o opróbrio das nações e o escárnio de todas as terras” (Ezequiel 22:4).

Que acusação marcante! Deus estava dizendo a Israel, “Vocês desprezaram tanto as coisas santas, se entregaram tanto à luxúria, que lhes despojarei do seu testemunho!”.

O profeta Ezequiel era um ancião neste tempo, prestes a sair de cena. Assim, como Deus tratou da situação? Disse a Ezequiel, “busquei dentre eles um homem que estivesse tapando o muro, e estivesse na brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei” (v.30)

Imagine - o destino de Israel dependia de Deus encontrar pelo menos um homem justo do qual dependeria. Ainda assim, diz a Ezequiel, “...porém a ninguém achei. Por isso eu derramei sobre eles a minha indignação” (vs.30-31).

Deus disse o mesmo ao profeta Jeremias. “Percorram as ruas de Jerusalém... procurem... vejam se encontram um homem que pratique a justiça ou busque a verdade; e eu lhe perdoarei" (Jeremias 5:1). Deus disse ao profeta, “Perdoarei a nação inteira se Eu encontrar um único homem que se coloque na brecha. Tudo o que preciso é de uma alma totalmente rendida à Minha vontade!”.

Amado, hoje ouvimos uma Babel de vozes na igreja clamando por meios mais significativos e contemporâneos de se alcançar o mundo. E tantos programas bizarros e carnais têm sido experimentados. Mas em meus muitos anos de ministério, tenho visto estes tipos de programas virem e irem. Sustentam-se totalmente na busca de tranqüilidade para a carne; nada têm a ver com a cruz. As multidões que atraem vivem vidas vazias e sem preenchimento, nunca tendo sido expostas ao evangelho da separação do mundo e de suas cobiças. O mundo ridiculariza estes programas, reconhecendo-os todos como simples tolices.

Qualquer ministro ou promotor de eventos pode desenvolver essa brincadeira. Uma pessoa pode até viver como um demônio, e implementar programações aparentemente piedosas. Em verdade, só se precisa de uma mente brilhante e das estratégias de uma diretoria para se construir uma mega-igreja. No entanto, se isso for feito à parte de Deus -- sem a Sua justiça ou santidade -- será apenas mau cheiro às Suas narinas. Será um evangelho não respaldado por testemunho real. Não terá poder!

Também tenho notado com o passar dos anos que quanto mais desviado se torna um pastor, mais ele se volta para o evangelho de entretenimento e "novas obras" para trazer as multidões. E confia em números e nas finanças para julgar o próprio sucesso. Mas inexiste um testemunho acompanhando essas obras - porque elas são de um outro evangelho, um outro Jesus!

Um pastor verdadeiramente piedoso tem um só alvo no ministério: não dar descanso à alma enquanto não coroar Jesus como Senhor de todas as áreas de sua vida -- e levar a si próprio e as suas ovelhas à submissão à autoridade do Espírito Santo!

Toda Pessoa Cuja Vida é um Testemunho
do Poder Guardador do Evangelho
Se Tornará Alvo Prioritário da Ira de Satanás !

Se você tem fome e sede da plenitude de Cristo, Satanás lhe declarará guerra total. Quando ele vir provas de que a sua entrega é real - o seu cuidado com a oração, a sua negação de si próprio - ele usará todas as armas do inferno para tentar destruir o seu testemunho. Por que? Porque esse testemunho é a resposta de Deus à apostasia e à ruína!

É disso que trata a fornalha de fogo - da história de Daniel. Satanás elaborou um plano para destruir o único testemunho do poder de Deus que havia sobrado na Babilônia. Culminou num forno que chegava a brilhar de tanto calor, programado para matar toda prova viva da verdade do evangelho de Deus.

Três jovens israelitas piedosos trabalhavam em altos postos do governo na Babilônia -- homens que eram testemunhos visíveis do evangelho que pregavam. Haviam se separado do estilo de vida sensual de Babilônia, entregando-se à oração. Estes três jovens não eram profetas ou sacerdotes, mas meros leigos. E permaneceram fiéis a Deus e puros de coração em meio às multidões idólatras.

É claro que isso despertou a ira de Satanás, e ele entrou no coração do corrompido rei da Babilônia. Imediatamente este erigiu uma enorme estátua de ouro e a declarou deusa oficial da nação, um objeto de adoração. Ele então convocou os oficiais e servos de todos os países que estavam sob o poder de Babilônia, para lhes apresentar a nova religião. Quando a música cerimonial começasse, todos deveriam se curvar à essa nova deusa.

Satanás também incitou o rei a erigir uma enorme fornalha, e a alimentá-la a ponto de as chamas brilhantes serem vistas por todos. Eu lhe pergunto -- por que Satanás fez isso? É claro que ele sabia que não havia nenhum governador, juíz ou delegado em qualquer lugar na Babilônia que resistiria ao decreto. Estes não precisavam ser seduzidos ou ameaçados.

Na verdade, todos eles devem ter ficado quietinhos, pensando: "Opa, quem vai querer complicar? Até aqui tudo tem sido ótimo -- a gente tem prosperidade, comida, bebida, vida boa. E essa religião nova é moleza para a alma. Quem vai querer perder tudo isso?".

Então, por que a fornalha ardente? Foi tudo obra de Satanás - uma manipulação dirigida por ele para destruir os três jovens leigos. Ele queria matar o único testemunho remanescente de Deus na Babilônia!

O diabo chegou ao ponto de corromper um rei e todo um governo só para chegar aos três homens. Ele criou uma situação tão séria, um perigo tão intenso, que ninguém em sua capacidade humana - nem mesmo os piedosos jovens - poderia enfrentar isso sem se desmanchar em pedaços.

Mesmo assim aos primeiros sons da música, eles não se curvaram. Satanás ficou injuriado com isso! Aí, da boca do rei vieram estas terríveis palavras, "E quem é o deus que vos poderá livrar das minhas mãos?" (Daniel 3:15). "...ordenou que se acendesse a fornalha sete vezes mais do que se costumava" (v.19).

Agora o diabo tinha os servos de Deus nas mãos, e ameaçava: "Quem vocês pensam que são, que podem escapar do destino que preparei para vocês? Vou lhes derrubar, e destruirei completamente o seu testemunho!".

Igualmente hoje, o calor que enfrentamos é muitas vezes mais quente do que era uma geração atrás. Por exemplo, Satanás manipula inteiramente a tecnologia do nosso tempo -- corrompendo-a com sedução, sensualidade, lascívia e tentação. Por que enfrentamos tamanha fornalha ardente de tentações hoje? Por que a luxúria e o sexo estão sendo usados para vender todo e qualquer tipo de produto que se possa imaginar? Por que há centenas de sites pornô na Internet? Quem é o alvo desse dilúvio de imundície?

Certamente não são as multidões dos ímpios -- os que já são filhos de Satanás, segundo as escrituras. Não é o mundo secular, que já foi seduzido. Não, o alvo de Satanás não é nenhum desses. Pelo contrário, ele tem manipulado a mídia para enlaçar o coração dos cristãos triunfantes. Ele quer enfraquecer e destruir o testemunho do evangelho!

Nesse momento a fornalha está sendo aquecida numa intensidade sete vezes maior na vida de muitos crentes. Satanás tem criado situações nos lares, em seus trabalhos e em seus relacionamentos, que são mais intensas do que nunca. E muitos cristãos antes valorosos estão desistindo, abandonando Deus. Eles pararam de orar pedindo socorro. Em vez disso, pensam, "A luta é muito forte para eu sobreviver!".

Louvado Seja Deus,
Os Três Homens Mantiveram Seu Testemunho
e Esmagaram o Plano de Satanás !

Deus tornou o esquema do diabo uma oportunidade de expor toda a nação da Babilônia a Seu testemunho. Porque os três jovens leigos não se curvaram, o Senhor os livrou. E eles trouxeram à nação uma manifestação clara do Senhor Jesus Cristo!

O rei da Babilônia testifica, "...Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo?...Eu, porém, vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano; e o aspecto do quarto é semelhante a um filho dos deuses" (Daniel 3:24-25).

Subitamente, o rei anula o primeiro decreto de adoração do ídolo. E rapidamente institui esse novo: "Portanto, faço um decreto pelo qual todo povo, nação e língua que disser blasfêmia contra o Deus de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego seja despedaçado, e as suas casas sejam feitas em monturo; porque não há outro Deus que possa livrar como este" (v.29).

Amado, tudo aconteceu por causa do testemunho dos três homens - homens justos e apaixonados por Deus que estavam dispostos a oferecer suas vidas em fé. Estes três humildes trabalhadores foram responsáveis pela mudança das leis da terra!

Sim, as coisas vão se esquentar economicamente, fisicamente, mentalmente, espiritualmente e em todos os demais sentidos. Mas Deus já pôs Suas mãos sobre homens e mulheres piedosos, separados - em todos os lugares. E o Seu evangelho será pregado como testemunho.

Então o Senhor virá!

domingo, 27 de março de 2011

Pegando a Toalha!

Por David Wilkerson
7 de agosto de 1995
__________

Em uma famosa passagem em João 13, Jesus tomou uma toalha, uma bacia e lavou os pés de Seus discípulos. Ele lhes disse:

“Ora, se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós devíeis lavar os pés uns dos outros” (João 13:14).

Alguns devotados cristãos vivem, literalmente, este versículo. É costume haver cerimônias de “lava pés”, o que é meritório - mas, se permanecer somente como um rito, o verdadeiro significado da lavagem dos pés se perde.

Depois que Jesus lavou os pés dos discípulos, colocou novamente Suas vestes, se sentou, e lhes perguntou: “Sabeis o que lhes fiz?” Em outras palavras: “Entenderam o significado espiritual da lavagem dos pés?”

Creio que esta pergunta do Senhor é dirigida, hoje em dia, a nós também. Certamente, algo muito poderoso e profundo estava acontecendo; Cristo estava ensinando a Sua igreja uma das mais importantes lições. Mas será que nós entendemos a profundidade do que Jesus fez ao lavar os pés dos discípulos?

Jesus não estava instituindo um ritual para ser exercido ao longo dos séculos da igreja, tais como a Santa Ceia ou o batismo nas águas. Se fosse assim, Ele o teria instituído no início do treinamento dos discípulos. E Ele mesmo teria se submetido à lavagem de Seus próprios pés, como fez com o batismo nas águas.

Li minuciosamente os comentários bíblicos de que disponho para verificar o que os pais da igreja disseram sobre esta cena. Quase sem exceção, escreveram que seu significado está no exemplo de humildade dado por Jesus. Ele assumiu uma posição inferior para mostrar como sermos humildes. Contudo, acredito que esta interpretação omite totalmente o significado da passagem. Afinal Jesus já havia dado um exemplo de humildade ao tomar a forma humana - colocando de lado Sua glória e vindo ao mundo como servo.

Não, esta passagem nos diz muito mais do que isto! Creio que Jesus estava dando um exemplo do tipo de manifestação física que Ele mais deseja: a de “pegar a toalha”.

Hoje, quando falamos de manifestações, pensamos nas pessoas que nas reuniões da igreja caem no chão. Para muitos, este tipo de manifestação parece estranho. No entanto, quando se estuda a palavra de Deus, aprende-se que Jesus falou bastante de inusitadas manifestações físicas.

Jesus não falou sobre cair no chão. Mas falou de cair no solo e morrer - para dar frutos! Ele falou da manifestação de tomar a cruz, de cortar uma mão ofensiva, de arrancar um olho ofensivo, e de andar a segunda milha.

Mas de todas as manifestações, uma das mais inusitadas que Cristo falou é a do seu chamado para pegar a toalha. Durante meus anos de ministério, muitas pessoas me perguntaram: “Por que não lavamos os pés uns dos outros na igreja, como Jesus nos chamou a fazê-lo? Ele disse: ‘Se Eu o fiz, vocês também deveriam fazê-lo.”’

Eu geralmente respondia: “O que Jesus está dizendo é primordialmente uma coisa espiritual, e não meramente física”. Mas ao dizer isso, eu não tinha um conceito do significado espiritual da lavagem dos pés.

Nós encobrimos certas verdades da Bíblia porque não compreendemos seus significados - e por muitos anos temos perdido o poder destas passagens. Por exemplo, a escritura nos diz:

“...sede, antes, servos uns dos outros, pelo amor” (Gálatas 5:13).

E:

“(Sujeitando-vos) uns aos outros no temor de Cristo” (Efésios 5:21).

Quantos de nós realmente sabem o que significa servir uns aos outros em amor? E como devemos nos sujeitar uns aos outros no temor de Cristo? É fácil compreender como uma esposa deve submeter-se à autoridade espiritual de um esposo santificado. E o mesmo é verdade para os filhos de submeterem-se aos pais santificados. Mas de que formas práticas servimos e nos submetemos uns aos outros na casa de Deus?

Creio que se entendermos o que Jesus fez quando lavou os pés de Seus discípulos, entenderemos os conceitos de serviço e submissão. Veja que servir uns aos outros com amor, e submeter-se uns aos outros no temor santo, significa muito mais que receber ordens ou subordinar-se à uma autoridade superior. Antes, estas verdades gloriosas são reveladas unicamente dentro do contexto de “pegar a toalha”.

Recentemente, enquanto orava, o Espírito Santo me deu três palavras para abrir meu entendimento sobre o que significa “pegar a toalha”. As três palavras são sujeira, consolação e unidade. Espero que ao examinar estas palavras, o Espírito Santo nos revele Sua verdade:

1. Comecemos Com o Tema
da Sujeira que Gruda em
um Irmão ou Irmã em Cristo!
Os doze discípulos eram homens amados de Deus, preciosos aos Seus olhos, cheios de amor por Seu Filho, de coração puro, em completa comunhão com Jesus. Mas tinham os pés sujos!

Jesus, em essência, estava dizendo a estes homens: “Seus corações e mãos estão limpos, mas seus pés não estão. Eles ficaram sujos em seu caminhar diário comigo. Não é necessário lavar o corpo inteiro, somente os pés.”

A sujeira mencionada aqui por Jesus não tem nada a ver com a sujeira natural. Diz respeito ao pecado - nossas falhas e fracassos, nosso cair em tentação. E não importa quão empoeirados e sujos eram os caminhos na antiga Jerusalém, nenhuma época foi tão imunda como a nossa!

Me pergunto quantas serão as pessoas, que agora mesmo lendo esta mensagem, têm alguma sujeira grudada nelas. Quem sabe na semana passada caiu em tentação ou desagradou a Deus de alguma forma. Não é que tenha dado as costas ao Senhor. Ao contrário, ama o Salvador com mais paixão do que antes. Mas caiu, e agora está aflito, porque seus pés estão sujos!

A escritura nos diz:

“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrige-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas também tentado” (Gálatas 6:1).

A palavra grega para “falta” significa aqui: “deslize, pecado, transgressão.” Temos que que corrigir, restaurar, todo cristão que cai em pecado, se houver um coração arrependido.

E a lavagem dos pés, em seu mais profundo significado espiritual, tem a ver com nossa atitude acerca da sujeira que vemos em nosso irmão ou irmã. Então eu lhe pergunto: “O que é que você faz quando está cara a cara com alguém que pecou ou transgrediu?”

O que você faz com a sujeira que está no seu irmão ou irmã, tem a ver com o ministério que Jesus descreve como “pegar a toalha.” Está totalmente relacionado com o servir aos outros com amor e com o submeter-se aos outros em temor de Deus.

Deixe-me dizer claramente: os cristãos podem ser muito cruéis! De fato, os crentes freqüentemente são mais perversos e destrutivos que os depravados da rua. E Jesus sabia disso. Ele sabia como reagiríamos ao ver sinais de sujeira em alguém - como nos colocamos em atitude de mais santidade que os outros, julgando, criticando e difamando. De fato, os cristãos carnais se deleitam ao depararem-se com a sujeira dos outros. Mas o divulgar a sujeira é o pecado mais sujo de todos!

Recentemente, tenho tentado encorajar um jovem pastor que demitiu-se de sua igreja depois de confessar uma transgressão moral. Este querido homem, ama o Senhor. É dedicado às pessoas e apaixonado pela palavra de Deus. Mas seus pés se sujaram! Contudo, está totalmente arrependido.

Tão logo ouvi acerca de sua queda e demissão, o Espírito Santo me instruiu a entrar imediatamente em contato com ele. Eu sabia que este jovem pastor continuava sendo um homem bom. Ele não virou ímpio de repente. Seu coração não se encontrava endurecido pelo pecado.

Contudo seus melhores amigos o desampararam. Aqueles que declaravam amá-lo mais, agora o ignoravam, como se tivesse uma doença infecciosa. Para completar, os líderes de sua denominação lhe pediram que fizesse um vídeo da confissão - dando cada vívido detalhe de sua transgressão.

Liguei para este querido irmão - e peguei uma toalha comigo. Deixei uma mensagem em sua secretária eletrônica, dizendo: “Irmão, quero que saibas que te amo. Deus não terminou Sua obra em ti. Se tens um coração arrependido, o Senhor te restaurará. E vou estar contigo!”

Amado, tomar uma toalha é uma atitude, um compromisso. Significa fazer tudo o que está ao nosso alcance para limpar a sujeira dos pés de nosso irmão. Significa dizer: “Me comprometo a te ajudar a limpar a sujeira - para restaurar tua reputação, tua família - fazer de tudo para manter-te vivo em Cristo!”

Um amigo deste pastor me ligou mais tarde e disse: “David, não sabes o que tua ligação significou para o meu amigo - o quanto ele foi abençoado, encorajado e consolado. Ninguém havia se aproximado dele. Tuas palavras lhe deram nova esperança.”

A escritura claramente afirma que toda vez que um irmão ou uma irmã for surpreendido em pecado, devemos restaurá-lo - tratando-o com amor, submetendo-se a ele no temor de Deus. Não obstante, resta a pergunta: como faremos isto? Temos que pegar a toalha da misericórdia de Deus e ir até aquele que está caído. No amor especial de Jesus, temos que renunciar à todas as nossas inclinações humanas de ignorá-lo, julgá-lo, expô-lo, admoestá-lo e de encontrar falhas nele - e, em vez disto, devemos nos comprometer a ser seu amigo. Temos de ajudá-lo a lavar seus pecados, compartilhando a corretiva, curativa, purificadora e consoladora palavra de Deus.

Isto não significa deixar passar ou fazer vista grossa ao pecado. Nem chamar o mal de bem. Estamos falando de santos caídos com corações arrependidos, mas que estão sem esperança. Sabem que ofenderam o Senhor - e vivem em temor, culpa e em rejeição.

É uma questão inteiramente diferente daqueles que foram advertidos duas ou três vezes e que ainda persistem em pecado. A Bíblia diz que devemos repreender severa e publicamente tais crentes, de modo que outros temam a Deus. Muitas vezes devem ser, temporariamente afastados, até demonstrarem arrependimento santo. Mas aqueles que reconhecem seu pecado - que o confessam e abandonam - precisam de alguém que lhes traga a toalha da misericórdia, para purificá-lo e curá-lo.

Poucos anos atrás, um pastor ajudante de uma imensa igreja me telefonou aos prantos. Me disse: “Irmão David, não consigo manter minha cabeça erguida, estou destruído.” Descreveu-me a dor que experimentara quando sua filha adolescente engravidou fora do matrimônio. O pastor principal da igreja exigiu que este pastor ajudante fosse diante da congregação contar o que sua filha havia feito.

Este querido homem fez exatamente isto - e isto arruinou a vida da filha. Partiu o coração da família. Mas a congregação se deleitou com todos os detalhes do pecado da pobre adolescente.

Então, um ano depois, a filha adolescente do pastor principal engravidou. Mas desta vez, ele fez tudo quanto estava ao seu alcance para encobrir o fato.

Deus, tenha misericórdia de nós - pois destruímos pessoas que estão com os pés sujos! Quando aprenderemos a pegar a toalha da misericórdia, aprenderemos a nos comprometer a limpar e restaurar, em vez de atirar sujeira ao vento e destruir almas preciosas?

2. Estes Que Pegam a Toalha São
os Verdadeiros Consoladores Que
o Espírito Santo Usa!
Você sabe o que é estar descalço e ter de andar no barro? A sujeira que gruda em seus pés pode realmente ser terrível. Você sente-se muito melhor quando os pés estão lavados e limpos.

Quando Jesus lavou a sujeira dos pés de Seus discípulos, eles foram consolados. Mas espiritualmente falando, Jesus estava ensinando o consolo de se ter as transgressões removidas!

Em I Coríntios 5 lemos sobre um homem da igreja que cometera o terrível pecado de incesto. Evidentemente o homem não havia se arrependido, e Paulo orientou a igreja a entregá-lo a Satanás para a morte da carne (isto é, para a salvação de seu espírito). Paulo não estava dizendo que o homem estava perdido e que iria para o inferno. Não - ele somente queria afastá-lo da comunidade e entregá-lo aos ataques de Satanás, para que chegasse ao seu limite, e fosse levado ao arrependimento.

Posteriormente, em 2 Coríntios 2, Paulo descobriu que o mesmo homem havia se arrependido, e que a igreja o havia perdoado. Satanás o havia levado ao desespero, e a concupiscência de sua carne havia sido destruída. O homem se arrependera. E aí Paulo escreve aos coríntios:

“De modo que deveis, pelo contrário, perdoar-lhe e confortá-lo, para que não seja o mesmo consumido por excessiva tristeza. Pelo que vos rogo que confirmeis para com ele o vosso amor” (2 Coríntios 2:7-8).

Paulo sabia que este homem estava totalmente esmagado pelo sofrimento e pela dor. Os membros da igreja viram seu quebrantamento e humildade, e foram tomados por um espírito de misericórdia. Encorajaram-no, foram compassivos com ele, e lavaram seus pés. Agora ele estava limpo - e estava sendo reintegrado ao corpo de Jesus Cristo. Que cena maravilhosa!

Existem muitos cristãos hoje em dia que estão na mesma condição deste homem, depois de terem sido surpreendidos por um pecado. Dizem a si mesmo: “Desacreditei meu Salvador. Envergonhei o Seu nome!” No entanto, o que eles experimentam não é nada comparado ao que 2 Coríntios descreve.

Quero mostrar-lhe uma passagem de um livro que recebi recentemente. Foi escrito pela filha de um pastor surpreendido em pecado há vários anos atrás. E por todos estes anos a família tem suportado um inferno de pesadelos. Ela diz:

“...(A imprensa) invadiu nossos lares. Recebemos telefonemas de famosos jornais sensacionalistas, oferecendo-nos vultuosas quantias pela história. Finalmente conseguimos tirar papai de casa e o levamos até um restaurante, e até ali constatamos que éramos tema das conversas. Foi horrível.”

“Mas o Reverendo__________nunca sentiu-se envergonhado em se identificar conosco. Papai literalmente sentava-se perto do telefone esperando sua ligação; estava mergulhado na culpa e na vergonha...entrou em depressão profunda. Pessoas para quem tanto se deu, eram as que duramente se voltaram contra ele.”

“Novos rumores eram espalhados diariamente. Ministros se correspondiam, espalhando notícias. Somente uns poucos se revelaram leais, mostrando amor e restauração cristãos, ligando para a gente e se lembrando de nós nas orações.”

Conheço este homem que a filha está descrevendo. É um homem de Deus dedicado, um bom pai e pastor cuidadoso. Seu coração ainda está ardentemente enamorado de Jesus. De fato, ele foi restaurado e está pastoreando uma igreja em crescimento.

Mesmo assim, você pode imaginar como ele se sentiu por todos estes anos? Todos a quem ministrou se voltaram contra ele - incluindo aqueles que ele ganhou para Cristo! Ele estava arrasado, dominado pela dor. A tal ponto de sua filha propor ao marido que tirasse da casa do pai a arma que ali havia, temendo que na crise depressiva ele fosse tomado por pensamentos suicidas.

Este homem desesperado e só, ficava aguardando ao lado do telefone por uma chamada de seu fiel e amigo pastor. O compassivo amigo foi a única pessoa disposta a trazer uma toalha para o amigo - um pequeno consolo, uma palavra de alento, um breve momento de descontração.

Pode você condenar um pastor arruinado e abatido, por querer, simplesmente, um pouco de alívio depois de tantos anos de dor infligida pelo povo de Deus e por outros ministros?

O Mundo Fora da Igreja se Tornou
Endemoniado Com o Espírito de Ódio -
Assassinato de Caráteres, Difamação,
Destruição de Reputações e de Famílias
Tão logo um político declara concorrer a um cargo, logo a imprensa o transforma em alimento para abutres, pesquisando arduamente sua vida passada, de forma a encontrar alguma sujeira. E quando encontram algo, estampam isso nas manchetes, para que o país todo chafurde nelas.

Nosso país enlouqueceu com tanta difamação! A TV está cheia de programas exibindo mexericos, a intimidade das pessoas e zombarias. O perverso usa as emoções para destruir pessoas, famílias e boas reputações. E quanto mais sombria a sujeira, mais as pessoas gostam.

Mas este tipo de coisa não cabe na casa de Deus. A igreja deve ser diferente. Deve ser uma casa de purificação!

Os gentios em Éfeso honravam o povo de Deus chamando-o “Chrestians”, que significa “bom coração”. Eles tinham visto quanto estes crentes tinham de bom coração pelos outros.

“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou” (Efésios 4:32).

Se deseja ser de bom coração, tome a toalha para restaurar um irmão ou uma irmã - não é necessário saber os detalhes de como esta pessoa se sujou. Jesus não perguntou aos discípulos “Como foi que vocês ficaram com os pés tão sujos?” Ele quis simplesmente limpá-los - retirar a sujeira deles. Seu amor por eles era incondicional.

Do mesmo modo, aqueles que caminham na plenitude de Jesus Cristo devem também ter esta atitude de amor com os que têm os pés sujos. Não devemos perguntar detalhes. Antes, devemos dizer: “Vamos dar um jeito nesta sujeira!”

Mas, freqüentemente, não é o que acontece. Muitos cristãos querem se aprofundar em todos os detalhes sangrentos. Aproximam-se de um crente que tem os pés sujos, dizendo “Eu quero lavar seus pés. Mas, diga-me - o que aconteceu? como ficou assim tão sujo?”

Então, em algum ponto da história de fracasso, o curioso consolador compreende: “Oh! isto é pior do que eu pensava. Não vou me envolver nisso. Não dá para eu controlar.” E depois de dois minutos de detalhes, ele atinge o fim de sua débil compaixão humana. Ele julga a pessoa tão pecadora, sem salvação - e prefere ignorá-la. Deixa cair a toalha e segue seu caminho.

Amado, você não pode lavar os pés com vestes de juiz! É preciso despir sua roupa farisaica - sua atitude de ser mais santo que os outros - antes de fazer qualquer limpeza. Como Jesus, você tem que abandonar seus trajes exteriores e cingir-se em amor. Tire toda hipocrisia - todo orgulho, toda impressão de que jamais chegaria assim tão baixo! Você deve ter uma atitude que diga: “Não interessa o que fizestes. Se estás arrependido e queres ouvir a palavra de Deus, serei bondoso e compassivo contigo!”

Não obstante, você pergunta, o que fazer se a pessoa suja diante de você é um Judas - alguém que o traiu? Minha resposta para você é: Judas estava na sala com os outros discípulos, e Jesus também lavou seus pés. Cristo se abaixou para limpar a sujeira de Judas, apesar de Satanás já ter posto a traição em seu coração.

Na verdade, os Judas modernos de nossos dias podem ser salvos por causa da cruz. Muitas vezes pensamos em certos pecadores, tal como os homossexuais ou lésbicas, como estando irremediavelmente perdidos. Achamos que nunca poderão ser libertos. Contudo, Paulo diz sobre eles:

“Ou não sabeis que os injustos não herdarão o reino de Deus? Não vos enganeis: nem impuros, nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus.”

“Tal fostes alguns de vós, mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus” (I Coríntios 6: 9-11).

Assim éramos alguns de nós - mas nossos pés foram lavados por Jesus! Eu lhes pergunto: se Jesus está desejoso de justificar todos os pecadores, por que não estaremos dispostos a lavar os pés destes pecadores? Paulo diz que devemos ser amáveis e pacientes com todas as pessoas:

“Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente; disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a verdade, mas também o retorno à sensatez, livrando-se eles dos laços do diabo, tendo sido feito cativos por ele, para cumprirem a sua vontade” (2 Timóteo 2: 24-26).

Paulo está dizendo: “Tu tens que ter um coração amável para com todos, estar disposto a lavar seus pés. Deus ainda pode ter misericórdia deles - e os libertar do pecado!”

Nossa igreja já despendeu cerca de trinta semanas orando por avivamento da cidade de Nova York. Contudo, não importa a quantidade de oração da igreja. Deus não plantará novos crentes, se neste lugar tiverem de lutar no meio de um monte de cristãos críticos e egocêntricos.

Veja, cada novo crente vai sujar os pés antes de se firmar na fé. E ele necessitará de pessoas dispostas a dirigir-se até ele, rapidamente, para lavar seus pés e restaurá-lo. O reavivamento verdadeiro reflete este espírito de bondade - um espírito que esteja disposto a tomar a toalha para limpar e restaurar crentes sujos!

3. Finalmente, Chegamos à Palavra Unidade!
Creio que quando Jesus lavou os pés dos discípulos, Ele estava ensinando uma profunda lição sobre como obter unidade de participação no corpo de Cristo.

Quando Jesus aproximou-se de Pedro para lavar seus pés, o discípulo recuou.

“...e Pedro lhe disse: Senhor, tu me lavas os pés a mim?” (João 13:6).

Pedro perguntou espantado: “ O Senhor não vai lavar os meus pés, vai? Nunca, nunca!”

Jesus contestou:

“...Se eu não te lavar, não tens parte comigo” (verso 8).

Jesus estava basicamente dizendo: “Pedro, se lavo os teus pés, teremos uma base preciosa para o companheirismo, uma base para a verdadeira unidade.” Igualmente, nenhum pastor pode trazer unidade à uma igreja simplesmente implementando programas, ou através de sua pregação inflamada. Não - a unidade vem de pegar a toalha!

Depois que Jesus lavou os pés dos discípulos, lhes perguntou: “Compreendem vocês o que lhes fiz?” Se tivessem entendido a importância espiritual do que Ele acabara de fazer - de tirar a mancha e a culpabilidade de seu pecado - isto produziria neles gratidão.

Eu lhe pergunto: o que Jesus fez por você quando o limpou? Ele lavou todas as suas faltas e toda a sua culpa - Ele limpou os últimos remanescentes do pecado - e lhe deixou completamente limpo. Ele colocou em sua alma gratidão, ações de graças e alegria. Ele o encheu de tanto amor para com Ele, que você O seguiria a qualquer lugar, e faria tudo por Ele. Tudo que você queria, era ter comunhão com Ele, por causa do que fez por você.

Amado, este é o segredo da unidade! Quando você pega a toalha da misericórdia, para um irmão ferido que caiu, você o encoraja ao abraçá-lo em sua dor - submetendo-se em temor santo, lavando seus sentimentos de falta de valor, angústia e desespero, dando-lhe amor e cuidado.

Não obstante, o que você fez por aquela pessoa lavando seus pés? Você construiu um alicerce firme para a verdadeira unidade e para gloriosa comunhão. Vocês são um, devido à uma experiência em comum - ou seja, a lavagem pela água da palavra!

Falando em gratidão: esse cristão será seu amigo por toda a vida! Ele o defenderá, o amará, fará qualquer coisa por você. Lhe dirá: “Você esteve comigo em meus maus momentos - agora não deixarei que nada lhe cause dano!”

Você pode imaginar uma igreja cheia de pessoas com tanto interesse e cuidados assim? Que se negam a escutar uma só palavra da sujeira dos outros; que sofrem quando o outro sofre; que reanimam cada irmã ou irmão desesperado, carregado de culpa, com uma palavra de amor e de esperança? É por isso que transferimos nosso ministério para Nova York - para levantar um remanescente santo, disposto a criar uma base de unidade forte de consoladores - pessoas que levem a toalha nas mãos!

Você pode perguntar: “Mas como encontrarei pessoas cujos pés necessitem ser lavados?” Minha resposta é: “Da mesma forma como as encontrou quando fofocava sobre elas!”

Agora, quando escutar alguma coisa negativa sobre alguém, pergunte somente: “De quem está falando? Só o nome, por favor!” Então vá rapidamente à esta pessoa ferida, com a sua toalha de misericórdia - e comece a lavar seus pés! Diga ao caído: “Eu me preocupo contigo. E quero orar por ti - mas não preciso saber detalhe algum. Quero simplesmente que saibas que ainda te amo - e vou estar do teu lado!”

Esta mensagem é para mim, como é para qualquer outra pessoa. Só recentemente cheguei ao conhecimento do que realmente significa a lavagem dos pés. E, pela graça de Deus, pegarei a toalha da misericórdia juntamente com os outros e buscarei aqueles que estão feridos, cujos pés precisem ser limpos.

Jesus disse:

“Ora, se eu sendo o Senhor e o Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros... Ora, se sabeis estas cousas, bem-aventurados sois, se a praticardes” (João 13: 14,17).

Agora que “sabemos estas coisas”, como Jesus disse, podemos praticá-las. Eu lhes pergunto: você está disposto a praticá-las? está preparado para pegar a toalha em amor?

Aleluia!