segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Fé Sem Intimidade Não É Fé


Por David Wilkerson
25 de junho de 2001
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Sempre pensei na pergunta que Jesus faz em Lucas 18:8: “Contudo, quando vier o Filho do homem, achará, porventura, fé na terra?” O que o Senhor poderia estar dizendo com isso? Olhando para a igreja de Jesus Cristo atualmente, entendo que nenhuma outra geração tem se concentrado tanto na fé quanto a nossa.Parece que todos estão falando sobre fé. Sermões sobre este tópico abundam. Cursos e conferências sobre a fé são organizados pelo país. Livros sobre o assunto cobrem as prateleiras das livrarias cristãs. Multidões de cristãos se reunem para ganharem apoio e encorajamento através de uma mensagem sobre fé.
Hoje há pastores da fé, mestres da fé, movimentos da fé, até igrejas da fé. Claramente, se há um tipo de especialização ocorrendo na igreja nos dias de hoje, é sobre esta área da fé.
Contudo, tristemente, aquilo que a maioria das pessoas considera ser fé hoje, não é fé em absoluto. Na verdade, Deus rejeitará muito do que está sendo chamado e praticado como fé. Ele simplesmente não aceitará isso. Por que? Porque é fé corrompida.
Muitos pregadores atualmente humanizam totalmente o tópico da fé. Eles descrevem a fé como se ela existisse só para ganho pessoal, ou para atender à necessidades pessoais. Ouvi alguns pastores declarando: “Fé não é pedir a Deus o que você precisa. É perguntar a Ele o que sonhar: se você consegue sonhar uma coisa, então pode tê-la”.
A fé que estes homens pregam é material, arraigada neste mundo, materialista. Ela motiva os crentes a orarem assim: “Senhor, me abençoe, me faça prosperar, me dê”. As necessidades de um mundo perdido não são consideradas. Eu não consigo dar a ênfase necessária: este tipo de fé não é o que Deus deseja de nós. Ela não pode ser para ganho desprovido de piedade.
Há uma doutrina de fé particularmente perigosa sendo esposada hoje em dia. Ela sustenta que os crentes mais piedosos são os que “aplicaram a fé” para ganhar uma vida confortável para si. De acordo com esta doutrina, as pessoas que devemos imitar são aquelas que dirigem os carros maiores e mais caros, e possuem as casas maiores e mais lindas.
Isso é heresia total. Se assim fosse, então os crentes mais santificados seriam aqueles que ludibriam financeiramente. Significaria que nosso objetivo diário é agir por todas as maneiras em favor de ganho próprio. Esse simplesmente não é o evangelho de Jesus Cristo.
Porém nesta mensagem não estou focalizando os pregadores da prosperidade, ou doutrinas de ganho pessoal. Quero me concentrar naqueles que verdadeiramente amam Jesus, e que desejam viver pela fé de um modo que O agrade. A minha mensagem para cada um destes crentes é a seguinte: toda fé verdadeira nasce da intimidade com Cristo. O fato é que, se a sua fé não vem a partir desta intimidade, ela não é fé aos Seus olhos.

Hebreus 11 Fala de Um Padrão Bíblico de Intimidade

Quando lemos Hebreus 11, encontramos um denominador comum na vida das pessoas mencionadas. Cada uma tinha uma característica pessoal que denota o tipo de fé que Deus ama. Qual era esse elemento? Era: sua fé havia nascido da profunda intimidade com o Senhor.
O fato é que é impossível possuir uma fé que agrade a Deus sem compartilhar intimidade com Ele. O quê quero dizer com intimidade? Estou falando da proximidade com o Senhor que vem de se desejá-Lo ardentemente. Este tipo de intimidade é um laço de união, comunhão. Vem quando desejamos o Senhor mais do que qualquer coisa na vida.
Vejamos apenas quatro exemplos de servos cheios de fé, que andaram perto de Deus, como mencionado em Hebreus 11:
1. O nosso primeiro exemplo é Abel. As escrituras declaram: “Pela fé, Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício do que Caim; pelo qual obteve testemunho de ser justo, tendo a aprovação de Deus quanto às suas ofertas. Por meio dela, também mesmo depois de morto, ainda fala” (Hebreus 11:4).
Quero observar várias coisas significativas neste versículo. Primeiro, o próprio Deus testificou quanto às ofertas de Abel. (Note que havia mais do que uma oferta. Abel claramente oferecia sacrifícios ao Senhor com freqüência).
Segundo, Abel tinha de edificar um altar ao Senhor, para onde trouxesse os sacrifícios. E ele oferecia não apenas cordeiros sem mácula para o sacrifício, mas também a gordura desses cordeiros. As escrituras nos dizem: “Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste” (Gênesis 4:4).
Qual o significado da gordura aqui? O livro de Levíticos diz; “é manjar da oferta queimada, de aroma agradável. Toda a gordura será do Senhor” (Levit. 3:16). Em resumo, a gordura é alimento para Deus.
Veja, a gordura era a parte do sacrifício que fazia levantar o doce aroma. Essa parte do animal pegava fogo rapidamente e era consumida, produzindo em torno o doce perfume. O Senhor diz o seguinte em relação à gordura: “Estatuto perpétuo será durante as vossas gerações, em todas as vossas moradas; gordura nenhuma nem sangue jamais comereis” (3:17). A gordura é do Senhor.
A gordura aqui serve como tipo de oração ou comunhão aceitável a Deus. Ela representa nosso ministério junto ao Senhor no lugar secreto de oração. E o próprio Senhor declara que esta adoração íntima sobe a Ele como doce perfume.
A primeira menção na Bíblia quanto a este tipo de adoração é por Abel. Abel permitiu que o sacrifício e a gordura fossem consumidos no altar do Senhor. Isso quer dizer que ele aguardou na presença de Deus até que o sacrifício subisse aos céus.
É por isso que Abel é listado no hall da fama de Hebreus 11. Ele é um tipo do servo em comunhão com o Senhor, oferecendo-Lhe o melhor que possuía. Como Hebreus declara, o exemplo de Abel permanece hoje como testemunho de fé real e viva: “mesmo depois de morto, ainda fala” (Hebreus 11:4).
Como Abel obteve tal fé? Imagine as tremendas conversas que este jovem deve ter ouvido de seus pais, Adão e Eva. O casal obviamente falava dos antigos dias no jardim com o Senhor. Sem dúvida mencionaram os grandes momentos de comunhão com Deus, caminhando e conversando com Ele no frescor do dia.
Imagine o que passava pela cabeça de Abel ao ouvir estas histórias. Ele provavelmente pensava: “Como deve ter sido maravilhoso. Meu pai e minha mãe tinham uma relação viva com o próprio Criador”.
Ao refletir sobre isso, Abel deve ter tomado uma decisão em seu coração: ele resolveu que não iria viver fora deste histórico de seus pais. Ele não iria querer se adaptar à uma mera tradição passada a ele. Ele teria de receber o seu próprio toque vindo de Deus.
Pode ser que Abel tenha se dito: “Não quero ficar ouvindo de experiências antigas com o Senhor. Quero conhecê-Lo agora, para mim próprio, hoje. Quero um relacionamento com Ele, ter comunhão com Ele”.
Este é exatamente o tipo de “gordura” que devemos oferecer a Deus hoje. Como Abel, devemos Lhe dar o nosso melhor horário, em nosso lugar secreto de oração. E devemos gastar tempo suficiente lá, em Sua presença, permitindo que Ele consuma as nossas oferendas de adoração e comunhão íntimas.
Agora, compare as ofertas de Abel com as de seu irmão, Caim. Caim trouxe frutas ao Senhor, uma oferta que não exigia altar. Não havia gordura, óleo, nada para ser consumido. Como resultado, não havia doce aroma para subir aos céus.
Em outras palavras, não havia intimidade envolvida, não havia trocas pessoais entre Caim e o Senhor. Veja, Caim trouxe um sacrifício que não exigia que ele permanecesse na presença de Deus, buscando Sua comunhão. É por isso que as escrituras dizem que a oferta de Abel era “mais excelente” que a de Caim.
Agora, não se engane: Deus honrou o sacrifício que Caim Lhe trouxe. Mas o Senhor olha o coração, e Ele sabia que Caim não ansiava estar em Sua presença. Isso ficou claro no sacrifício que Caim escolheu ofertar.
Em minha opinião, Caim representa muitos cristãos de hoje em dia. Estes crentes vão à igreja toda semana, adorando a Deus e pedindo que os abençoe e faça prosperar. Mas não têm o desejo de intimidade com o Senhor. Querem que o Pai celestial responda suas orações, mas não desejam relacionamento com Ele. Eles não buscam Sua face, não desejam ardentemente Sua proximidade, não anseiam por Sua comunhão. Como Caim, eles simplesmente não têm vontade de permanecer em Sua presença.
Em contraste, o servo fiel busca o toque de Deus em sua vida. Como Abel, ele não vai se prender a algo menor do que isso. Este servo diz a si próprio: “Estou resolvido a dar ao Senhor todo o tempo que Ele quer de mim em comunhão. Anseio ouvir Sua voz suave e terna falando comigo. Então vou ficar em Sua presença até que me diga que está satisfeito”.
2. Enoque também desfrutou de íntima comunhão com o Senhor. Em verdade, sua comunhão com Deus era tão íntima, que o Senhor o trasladou para a glória muito antes do que poderia ter sido o fim de sua vida terrena. “Pela fé, Enoque foi trasladado para não ver a morte; não foi achado, porque Deus o trasladara. Pois, antes da sua trasladação, obteve testemunho de haver agradado a Deus” (Hebreus 11:5).
Por que o Senhor optou por trasladar Enoque? As palavras iniciais deste verso nos dizem claramente: foi por causa de sua fé. Além disso, a frase final diz que a fé de Enoque agradava a Deus.
A Bíblia diz que Enoque começou a andar com o Senhor depois de ter gerado seu filho, Matusalém. Enoque tinha sessenta e cinco anos nesta época. Ele então passou os próximos 300 anos em comunhão íntima com Deus. Hebreus deixa claro que Enoque estava tão ligado ao Pai, tão próximo dEle em comunhão à toda hora, que Deus optou por levá-lo para Si. O Senhor disse a Enoque, basicamente: “Não dá para progredir mais contigo dentro dos limites da carne. Para aumentar minha intimidade contigo, tenho de te trazer para o meu lado”. Então Ele rapidamente arrebatou Enoque para a glória.
Segundo as escrituras, foi a intimidade de Enoque que agradou tanto ao Senhor. Tanto quanto sabemos, este homem nunca realizou um milagre, nunca desenvolveu uma teologia profunda, nunca fez grandes obras que merecessem menção nas escrituras. Em vez disso, lemos esta descrição simples da vida deste homem simples: “Andou Enoque com Deus”.
Enoque tinha comunhão íntima com o Pai. E sua vida ainda é um outro testemunho do que significa verdadeiramente andar em fé.
3. O nosso próximo exemplo de um caminhar íntimo de fé com Deus é Noé. Hebreus diz: “Pela fé, Noé, divinamente instruído acerca de acontecimentos que ainda não se viam e sendo temente a Deus, aparelhou uma arca para a salvação de sua casa; pela qual condenou o mundo e se tornou herdeiro da justiça que vem da fé” (Hebreus 11:7).
Quando lemos a história deste homem em Gênesis, descobrimos que “Noé achou graça diante do Senhor” (Gênesis 6:8). O verso seguinte diz como ele achou essa graça: “Noé andava com Deus” (6:9). Noé conhecia claramente a voz de Deus. Toda vez que o Senhor lhe falava, ele obedecia. Repetidas vezes lemos: “disse Deus a Noé...Assim fez Noé, consoante a tudo o que Deus lhe ordenara” (v. 6:13,22; 7:1,5; 8:15, 18).
Tente imaginar o quanto de tempo Noé deve ter passado a sós com Deus. Afinal de contas, ele tinha de receber instruções detalhadas do Senhor quanto a como construir a arca. Porém a intimidade de Noé com Deus foi além da orientação que recebeu. As escrituras dizem que o Senhor compartilhou Seu coração com Noé, mostrando-lhe o mal do coração humano. E revelou a Noé os Seus planos para o futuro da humanidade.
4. Abraão também compartilhou de íntima comunhão com o Senhor. Pense na maneira pela qual o próprio Deus descreveu o relacionamento com esse homem: “Abraão, meu amigo” (Isaías 41:8). Igualmente, o Novo Testamento nos diz: “Abraão creu em Deus...e: foi chamado amigo de Deus” (Tiago 2:23).
Que incrível recomendação, ser chamado amigo de Deus. A maioria dos cristãos tem cantado o conhecido hino “Em Jesus Amigo Temos”. Estas passagens bíblicas nos trazem esta verdade com poder. Ter o Criador do universo chamando um homem de Seu amigo parece além da compreensão humana. Porém isso aconteceu com Abraão. É um sinal da grande intimidade deste homem com Deus.
Em hebraico a palavra aqui usada por Isaías para amigo quer dizer afeição e proximidade. E em grego, a palavra que Tiago usa para amigo quer dizer aliado querido e próximo. Ambas implicam em intimidade profunda.

O Resultado da Proximidade com Deus
Não É Só Uma Afeição Íntima pelo Senhor,
Mas Também um Desapego Progressivo Por Este Mundo


Quanto mais nos aproximamos de Cristo, maior se torna nosso desejo de viver inteiramente em Sua presença. E mais, começamos a ver mais claramente que Jesus é o nosso único fundamento real.
A Bíblia diz que Abraão “aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador” (Hebreus 11:10). Para Abraão, nada nesta vida era permanente. As escrituras dizem que o mundo era um “lugar estranho” para ele. Não era um lugar para se fincar raízes.
Contudo Abraão não era nenhum místico. Ele não era um ascético que adotava um aspecto beatificado e vivia confuso espiritualmente. Era um homem com vida terrena, profundamente envolvido em negócios. Afinal de contas, era o proprietário de milhares de cabeças de gado. E tinha servos em número suficiente para formar uma pequena milícia. Abraão devia ser um homem ocupado, dirigindo os servos e comprando e vendendo gado, ovelhas e bodes.
Porém ainda assim, a despeito de seus tantos negócios e responsabilidades, Abraão achava tempo para intimidade com o Senhor. E porque andava perto de Deus, ele ia ficando cada vez mais insatisfeito com esse mundo. Abraão era rico, próspero, com muitas coisas boas para mantê-lo ocupado. Porém, nada nesta vida conseguia desviar a atenção dele do anseio pela pátria celestial no porvir. Cada dia, ele mais e mais ansiava se aproximar deste lugar melhor.
A pátria celestial pela qual Abraão ansiava não é literalmente um lugar. Antes, trata-se de estar no recôndito do Pai. Veja, no original, a palavra para esta expressão “pátria celestial”, é Pater. Vem de uma raíz significando Pai. Então, a pátria celestial que Abraão buscava era, literalmente, um lugar com o Pai.
O que isso significa para nós hoje? Significa que mudar para esta pátria celestial não é só chegar ao céu um dia no futuro. Trata-se de, a cada dia, desejar ardentemente experimentar a presença do Pai agora mesmo.
Hebreus diz que os quatro homens mencionados - Abel, Enoque, Noé e Abraão - morreram na fé (v. Hebreus 11). Cada um deles se desapegou do espírito do seu tempo. E cada um buscava uma nova pátria. O mundo simplesmente não era o seu lar.
Porém, isso não quer dizer que eles ficaram esperando até chegar ao céu para desfrutar da proximidade com o Pai. Pelo contrário, como peregrinos passando por essa vida, eles continuamente buscavam a presença de Deus. Nada no mundo conseguia fazê-los parar de se mover à frente, buscando um caminhar mais profundo e íntimo com o Pai.
Através de seus fiéis exemplos, estes homens diziam: “Busco um lugar mais próximo do Pai. E este lugar está além do que este mundo tem a oferecer. Vejo com carinho as tantas e abençoadas dádivas que Deus tem me dado em meus familiares, e amigos piedosos; nada no mundo poderia substituir o amor que tenho por eles. Mas sei que há um amor ainda maior, a ser experimentado com o Pai”.
Hebreus 11 fala de muitos outros cujo caminhar íntimo de fé agradou ao Senhor. Pela fé, estes servos forjaram grandes milagres, e fizeram muitas coisas impressionantes. E ao examinarmos suas vidas, vemos que eles também compartilharam de um mesmo denominador comum: todos abandonaram este mundo e seus prazeres, para andar intimamente com Deus.
Será que você pode fazer a mesma reivindicação? Será que o seu coração anseia por andar mais próximo do Senhor? Será que está havendo uma insatisfação crescente em você com as coisas deste mundo? Ou, está o seu coração preso à coisas temporais?

Sem Intimidade,
A Sua Fé Não é Verdadeira aos Olhos de Deus


Marcos 4 relata uma história com Jesus e os discípulos, num barco que estava sendo agitado em meio à tempestade no mar. Ao chegarmos à cena, Jesus acaba de acalmar as ondas com uma única ordem. Agora Ele se volta aos discípulos e pergunta: “Como é que não tendes fé?” (Marcos 4:40).
Isso pode soar áspero. É humanamente normal ter medo numa tempestade destas. Mas Jesus não estava os estava desaprovando por essa razão. Não, Ele estava lhes dizendo, “Depois de todo este tempo comigo, vocês ainda não sabem quem Sou. Como é possível vocês terem andado comigo por tanto tempo, e não Me conhecerem intimamente?”
Na verdade, os discípulos estavam atônitos pelo incrível milagre que Jesus havia acabado de operar. As escrituras dizem: “E eles, possuídos de grande temor, diziam uns aos outros: Quem é este que até o vento e o mar lhe obedecem?” (4: 41).
Dá para você imaginar isso? Os próprios discípulos de Jesus não O conheciam. Ele havia chamado pessoalmente cada um destes homens para segui-Lo. E eles haviam ministrado ao Seu lado, á multidões de pessoas. Haviam operado milagres de cura, e alimentado grande quantidade de gente faminta. Mas eles eram ainda estranhos em relação a quem seu Mestre realmente era.
Tragicamente, o mesmo é verdade hoje. Multidões de cristãos têm andado de barco com Jesus, ministrado ao Seu lado, alcançado multidões em Seu nome. Mas realmente não conhecem Seu mestre. Não passam tempo trancados em intimidade com Ele. Nunca se assentaram em quietude em Sua presença, Lhe abrindo o coração, esperando e ouvindo para compreender o que Ele quer lhes dizer.
Vemos outra cena relacionada à fé dos discípulos em Lucas 17. Eles foram até Jesus pedindo: “Aumenta-nos a fé” (Lucas 17:5).
Muitos cristãos hoje fazem a mesma pergunta: “Como vou obter fé?” Mas eles não buscam o Senhor em pessoa para a resposta. Em vez disso, saem correndo para cursos que proclamam ensinar aos crentes como aumentar a fé. Ou, compram pilhas de livros que oferecem dez passos rápidos para aumentar a fé. Ou, viajam centenas de quilômetros para ouvir conferências sobre a fé, feitas por proeminentes evangelistas e mestres.
Posso lhe dizer desprovido de qualquer dúvida: você jamais aumentará de verdade sua fé por nenhuma dessas maneiras. Se você quer aumentar a fé, terá de fazer a mesma coisa que Jesus mandou os discípulos fazerem nesta passagem. Como Ele respondeu aos pedidos por fé? “cinge-te e serve-me, enquanto eu como e bebo” (Lucas 17: 8).
Jesus estava dizendo, em essência: “Ponha o seu traje de paciência. Então venha à minha mesa e ceie comigo. Quero que me alimente aí. Você trabalha feliz para Mim o dia todo; agora quero que tenha comunhão comigo. Sente-se comigo, abra seu coração, e aprenda de Mim. Há tantas coisas que quero falar para a sua vida”.
Não arrume mais explicações teológicas para a fé. Não procure mais passos para tentar obtê-la. Simplesmente fique a sós com Jesus, e deixe que Ele passe Seu coração para você. Fé real nasce no lugar secreto da oração íntima. Então, vá a Jesus e aprenda dEle. Se você passar um período de qualidade em Sua presença, a fé certamente virá. Ele fará nascer fé em seu coração como você nunca conheceu. Acredite, quando ouvir Sua voz suave e terna, a fé explodirá dentro de você.

A Pátria Celestial --
a Cidade Com Fundamentos,
Buscada por Gerações Antes de Nós --
É o Lugar em Que Vivemos Agora


Aquele lugar, aquela cidade, está em Cristo pela fé. O descanso pelo qual os antigos ansiavam, é encontrado nEle. Recebemos hoje a promessa que eles só podiam antever e abraçar pela fé.
Jesus disse: “Abraão, vosso pai, alegrou-se por ver o meu dia, viu-o e regozijou-se” (João 8:56). Abraão anteviu um dia quando Cristo viria à terra e edificaria o fundamento que previu. E o patriarca se alegrou em conhecer um povo abençoado vivendo neste dia. Ele sabia que viveriam desfrutando de acesso ininterrupto à conversação celestial, e de comunhão com Deus.
Hoje, porém, muitos cristãos estão perdendo totalmente esta promessa. Pelo contrário, vivem em agitação desnecessária. Eles se apressam de lá para cá, tentando produzir uma fé “de resultados”. Estão constantemente presos á uma correria de atividades, fazendo coisas para Deus, que no fim viram apenas fadiga. Eles jamais ficam totalmente descansados em Cristo. Por que? Porque eles simplesmente não se fecham com o Senhor, para ficar horas silenciosas a sós com Ele.
Se está apaixonado por uma pessoa, você quer ficar na presença dessa pessoa. Os dois querem compartilhar a vida, abrindo o coração, e se tornando íntimos. A mesma coisa se aplica a nosso relacionamento com Jesus. Se O amamos, deveríamos constantemente estar pensando: “Quero ficar com o meu Senhor. Quero desfrutar da Sua presença. Então vou me aproximar dEle, e esperar em Sua presença até eu saber que Ele está satisfeito. Vou ficar até ouvi-Lo dizer: ‘Pode ir agora, e alegre-se no Meu amor”’.
Há poucos dias, ouvi a suave e terna voz do Senhor me cochichando algo após minhas orações com Ele. Ele disse: “David, por favor não se vá já. Fique comigo. Há tão poucos que mantém comunhão comigo, tão poucos que Me amam, tão poucos que permanecem para ouvir o Meu coração. E tenho tanto a compartilhar”. É quase um choro, um pedido para que eu ouça Sua voz.
E aí o Senhor me diz: “Quero lhe mostrar aonde vejo sua fé, David. Ela está em você vir até Mim. Está em você Me servir (à mesa), está em você ministrar para Mim, até ouvir e saber o que está no Meu coração”.
“A sua fé está em seu desejo crescente de vir à Minha presença. Está em você ficar ansioso pela próxima vez em que estaremos juntos. Está naquela consciência que você desenvolveu, de que estar a sós comigo é a alegria de sua vida.”
“Já não é trabalho, para você, se aproximar de Mim, não é mais uma coisa trabalhosa. Agora você fica aguardando isso o dia todo. Você sabe que quando sua obra estiver finda, você virá para Mim, para me alimentar e comunicar-se intimamente comigo”.
Isso é verdadeira fé.
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A Reação do Cristão Diante das Calamidades

Por David Wilkerson 
28 de novembro de 2005
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Um programa nacional de rádio que usa o telefone para diálogo com os ouvintes, passou duas horas recentemente concentrando-se no livro do Apocalipse. O locutor trouxe as seguintes perguntas no ar: "Você acha que todas essas recentes calamidades são o juízo de Deus pelos pecados do país? Você acha que o livro do Apocalipse está sendo cumprido? Você acha que estamos no fim dos tempos?".O surpreendente é que esse é um programa secular de rádio. E a maioria das ligações respondeu sim, eles achavam que a sociedade tinha se tornado tão corrupta e imoral, que Deus teria de intervir com atos. Os ouvintes estavam convencidos de que Deus está avisando a nossa sociedade por meio de todas essas recentes tempestades e calamidades.
Por onde se vá parece que ouvimos conversas sobre o Apocalipse e profecias. As pessoas estão dizendo, "Definitivamente alguma coisa está acontecendo. Será que Deus está falando através de tudo isso? Será que essas calamidades significam que Ele esteja julgando as nações?".
Pense nas inúmeras tragédias que têm ocorrido nos últimos anos:
- O continente americano foi atacado pela primeira vez na história, com Nova York e Washington sendo os alvos do terrorismo.
- Furacões maciços atingiram a Florida causando estragos de mais de 20 bilhões de dólares, e deixando multidões sem teto.
- Tsunami atingindo a Ásia, matando centenas de milhares de pessoas, deixando milhões delas sem teto.
- Os furacões Katrina e Rita destruíram uma das maiores cidades americanas, inundando Nova Orleans e causando incrível destruição ao longo da costa do Golfo, deixando milhares de pessoas sem casa.
- Um terremoto intenso atingiu o Paquistão, registrando incríveis 7,6 na escala Richter. Foi o terremoto mais mortífero da idade moderna, matando mais de 70.000 pessoas, e mandando ondas de choque por toda a Índia. Meio milhão de pessoas foram deixadas sem recursos, e outro milhão ficou sem casa.
- Organizações internacionais de saúde estão alertando quanto a uma pandemia gripal, de uma cepa letal de gripe aviaria. Se espalhou da China para o leste em direção à Rússia, Romênia e Turquia. Se houver mutação, poderia matar 2 milhões de pessoas só nos EUA, e incontáveis milhões pelo mundo.
- A fome está irrompendo furiosamente no Zimbabue. O arquibispo católico da região informa que 200.000 pessoas podem morrer nos próximos quatro meses. Já há 700 pessoas morrendo por dia de AIDS, e 700.000 estão ao relento.
- Enquanto escrevo isso, o furacão Wilma ja está espalhando destruição na península do Yucatan no México. Os especialistas do centro nacional de furacões dizem que os computadores, que os meteorologistas usam para avaliar a expansão das tempestades e sua direção, entraram em colapso total, tornando as previsões difíceis.
- Em quarenta países em torno do mundo, células terroristas estão crescendo e ameaçando as nações que as rodeiam.
Lembre-se, não são os cristãos que estão lançando essas previsões sombrias. Elas vêem de cientistas, economistas, especialistas e escritores seculares.
Então, quero lhe perguntar: como cristão, o que você acha de todas estas coisas que estão vindo sobre a terra? Isso seria aquilo ao qual Jesus se referiu quando avisou, "haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobrevirão ao mundo"?


Se Cremos que a Bíblia é a Eterna Palavra de Deus, Então Temos de Crer no Que Pedro Disse 

Se cremos que a Bíblia é a eterna palavra de Deus, então temos de crer no que Pedro disse: "Ora, se Deus não poupou anjos quando pecaram, antes, precipitando-os no inferno os entregou a abismos de trevas, reservando-os para juízo; e não poupou o mundo antigo, mas preservou a Noé, pregador da justiça, e mais sete pessoas, quando fez vir o dilúvio sobre o mundo de ímpios; e, reduzindo a cinzas as cidades de Sodoma e Gomorra, ordenou-as à ruína completa, tendo-as posto como exemplo a quantos venham a viver impiamente" (2 Pe. 2:4-6).
Deus derramou fogo sobre Sodoma e Gomorra, destruindo estas cidades. E enviou o dilúvio para destruir a sociedade ímpia e vil dos dias de Noé. Realmente, têm ocorrido terremotos, fomes e pestes ao longo de toda a história. Ainda assim, me pergunto: será que todas estas coisas aconteciam com a mesma intensidade e repetição que vemos hoje?
Por toda uma geração recente, tem havido muitos profetas avisando quanto a tais calamidades. O interesse aumentou tanto em relação a estes assuntos, que há alguns anos atrás vários livros populares sobre o arrebatamento e os últimos tempos se tornaram bestsellers internacionais. Mesmo assim, para muitas pessoas esse assunto é só mais uma história de horror.
Nos últimos vinte e cinco anos, fui só uma pequena voz em meio a muitas que repetidamente alertaram quanto a um abalo mundial que viria. Mas acredito que a maior parte destas mensagens, incluindo as minhas, praticamente não provocou impacto algum na sociedade secular. Os crentes foram levados a orar e a se preparar, mas os pecadores parece que deram de ombros.
Pense no seguinte: houve alguma menção a Deus na reação dos líderes mundiais diante destas calamidades? Nem pensar que alguém no Congresso chegasse a sugerir que o Senhor possa estar envolvido no abalo de todas as coisas; nem pensar que o Senhor possa estar dizendo algo quanto ao pecado de nossa sociedade. A despeito de todos os claros avisos e abalos, Deus foi deixado totalmente fora da equação.


Os Ímpios Simplesmente Não Ouvem 

Na devastada cidade de Nova Orleans, o prefeito declarou que quer transformar as áreas inundadas em um sólido bairro semelhante a Las Vegas com gigantescos casinos, e palácios do prazer. Segundo informação recente, as comissões estão agora planejando um dos maiores Carnavais de todos os tempos na cidade. Estão convidando pessoas de todo o mundo a virem e a ajudarem a celebrar.
Tenha certeza de que Nova Orleans voltará. E será mais ativa e pecaminosa do que nunca. Porém tudo isso está acontecendo a despeito das advertências e apelos dos vigilantes de Deus. Dou graças a Deus porque quando os crentes se juntaram nas áreas afetadas para ajudar os refugiados, um bom número de pessoas se voltou para o Senhor. Mas mesmo em meio a tragédia, a multidão secular se recusou a admitir a realidade de Deus e até mesmo a mencionar o Seu nome.
No Apocalipse lemos de calamidades tão devastadoras que "os homens buscarão a morte e não a acharão; também terão ardente desejo de morrer, mas a morte fugirá deles" (Apocalipse 9:6). Lemos de Deus derramando o "vinho da (Sua) cólera" (14:10), seguindo-se desastres ecológicos, calor abrasador, epidemias. Tudo isso depois de Deus já haver enviado vozes e trombetas de aviso. Vêm depois de Cristo se manifestar para avisar e despertar a Sua igreja.
É incrível, mas a Bíblia diz que os "homens, aqueles que não foram mortos por estes flagelos, não se arrependeram...(não) deixando de adorar os demónios e os ídolos de ouro, de prata... nem ainda se arrependeram dos seus assassínios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos" (9:20-21). "Os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus, que tem autoridade sobre estes flagelos, e nem se arrependeram para lhe darem glória...os homens mordiam a língua por causa da dor que sentiam e blasfemaram o Deus do céu por causa das angústias e das úlceras que sofriam; e não se arrependeram de suas obras" (16:9-11).
Que passagens incríveis. As pessoas prefeririam morder a língua e amaldiçoar a Deus a se arrepender, mesmo quando tal convite lhes era disponível.
Amado, se o mundo secular não é tocado por mensagens proféticas, então por que avisá-lo? Por que dizer ao ímpio, "Deus está falando através destas coisas"? Se, depois de todas estas devastações estarem vindo sobre a terra os pecadores ainda levantam os punhos contra Deus, por que falarmos?
A Bíblia nos responde assim: "Certamente, o Senhor Deus não fará cousa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas" (Amós 3:7). Simplificando, Deus é fiel em avisar, essa é a Sua justiça e a Sua misericórdia. Ele pode usar cientistas e outras vozes seculares para lançar avisos, mas não importa os meios, os países e as pessoas ímpias devem ser alertados.


Qual é a Mensagem da Igreja de Jesus Cristo Numa Hora Destas? 

Jesus disse que quando começássemos a ver tais coisas acontecendo, deveríamos olhar para o alto e nos alegrar, por nossa redenção estar próxima . Mas isso é bem diferente de se alegrar pelas calamidades. Se tudo que podemos dizer a um mundo pecaminoso for, "O fim está próximo, o juízo está começando, nós dissemos que isso iria ocorrer", então não estamos oferecendo a eles esperança alguma.
Já vimos que com o aumento das calamidades, quando o mundo parece girar no caos, a desesperança cresce e os corações se tornam endurecidos. Se inexiste uma mensagem de esperança ou redenção, o pecador conclui: "Se isso é a ira de Deus, se isso é o fim e todos nós vamos para o inferno, então vamos partir para a bagunça e nos dopar".
Há mais de trinta anos atrás, escrevi um livro profético chamado "A Visco", no qual previno quanto às dramáticas mudanças de clima que atacariam as nossas costas. Seriam calamidades tão fenomenais, que os especialistas diriam, "Isso está acima da compreensão. São tragédias de proporções bíblicas".
Quando escrevi um livro sobre um futuro holocausto financeiro, busquei a Deus quanto à mensagem que me dera. Fiquei profundamente abatido pensando: "É só isso que existe? Só coisa negativa? Senhor, essa é realmente a palavra que Tu queres que eu traga? Será que vou passar a vida toda só avisando?".
O Espírito Santo me fez uma promessa naquela ocasião. Ele colocou em meu coração, "Quando os abalos piorarem, quando vir tais coisas se sucedendo, você estará entre os que pregarão esperança. Enquanto os outros estarão preocupados e nervosos, Eu te ungirei com uma mensagem de misericórdia, graça e redenção. Num momento em que abunda a desesperança, a tua mensagem abundará com esperança".
O que escrevo a você agora é uma destas mensagens prometidas.


Quando Digo Que a Igreja Agora Precisa Pregar Esperança e Expectativa Santa, Não Estou Falando Só Sobre o Céu 

A mensagem de esperança à qual somos chamados a trazer não pode simplesmente ser uma tentativa de convencer os pecadores quanto às maravilhas do céu no porvir. Não lhes falamos do arrependimento só para que assim possam escapar do caos atual; e ir para o paraíso sem sofrimento.
É claro que creio no céu. Na verdade, é um assunto sobre o qual amo pregar. Fico extasiado contemplando a ideia de estar no paraíso com Cristo pela eternidade. Mas se essa é a única esperança que pregamos ao pecador - ou seja, paz e repouso algum dia, fora deste mundo - ele terá uma reação mais ou menos assim: "Olhe, no momento não estou pensando em eternidade. Não estou preocupado com 'um dia no céu'. Quando você fala de Deus, me diz que em algum lugar, algum dia, vou ter alívio. Isso soa muito bem, mas no momento tenho de descobrir algo para me sustentar mais um dia. Estou apavorado, com uma crise atrás da outra. E estou precisando de esperança ou de um milagre, não amanhã mas hoje".
No momento, o mundo está ansioso, perplexo, descontrolado e com medo. Então, como pregamos esperança aos que vivem em desespero?
Honestamente, fiquei cansado de dizer, "Vou te mostrar do que o mundo está precisando", ou, "Eis o que a igreja precisa fazer". Estou muito velho para iniciar um movimento de "nova esperança", com aparições na TV, publicação de livros, e "convenções da esperança". Eu simplesmente não tenho mais respostas apropriadas. Penso em todos os livros e tapes de sermões que hoje circulam sobre como achar paz, sobre como superar o stress, sobre esperança. Tão poucos deles chegaram a ter impacto sobre o mundo secular.
A única coisa que posso fazer é lhe contar como o Espírito Santo está tratando comigo.


Estou Convencido de Que as Pessoas Perdem a Esperança Porque Perderam a Fé
Por que as pessoas perderam a fé? É porque não conseguiram encontrar nenhuma prova dela no único lugar onde achavam que podiam encontra-la: na igreja de Jesus Cristo. Os pecadores chegam à igreja buscando alguém que persevere em meio às lutas e provações; que, quando tudo está afundando em torno, tenha uma fé sólida, ancorada.
O mundo ouviu muitos sermões sobre fé na televisão e no rádio. Os não crentes ouviram as doutrinas da fé, até leram as doutrinas da fé que nós pastores publicamos. E ouviram cristãos e mais cristãos se jactando de possuírem fé. Mas para todos os lugares para onde olham agora, vêem exemplos de fé naufragando. Cristãos que no passado a sustentaram, agora estão desistindo da confiança em Deus em meio às dificuldades.
Há pouco ouvi um noticiário dizendo, "Estamos vivendo numa sociedade nervosa". Os nova yorkinos estão nervosos com ataques de terrorismo nos metros. E milhões e milhões de pessoas estão preocupadas com toda essa agitação que as cerca.
Então, onde as pessoas vão buscar esperança? Onde encontram exemplos de fé inabalável?
O Espírito trouxe uma palavra clara a mim: "Você precisa ancorar tua fé, David. Determine em teu coração confiar em Deus em todas as coisas, em todo o tempo. Assegure-se que tua fé não oscile".
"Determinar" nossa fé quer dizer "estabilizar, tornar inabalável, criar raízes, pôr pilares por baixo, dispor alicerces". As escrituras dizem que fazer isso está dentro de nossa capacidade. Tiago registra: "O que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não suponha esse homem que alcançará do Senhor alguma coisa" (Tiago 1:6,7).
Nessa passagem, o Senhor deixa toda a responsabilidade sobre o crente. Deus está dizendo basicamente: "Quando o mundo olha para o Meu povo nestes dias de medo e ansiedade, tem de ver fé. Enquanto tudo está sendo abalado, a fé é o que precisa-se manter sólida e inabalável. Então, você, crente, ancore a sua fé. Você, cristão, assuma uma postura rígida. E nunca desista desta posição".
Estou convencido de que o mundo não precisa de mais sermões sobre fé. Eles precisam ver um sermão ilustrado: a vida de um homem ou de uma mulher que esteja vivendo sua fé diante do mundo. Precisam ver servos de Deus atravessando as mesmas calamidades que eles mesmos enfrentam, mas não são abalados por elas. Só então os pecadores estarão face a face com o testemunho poderoso da fé que não duvida.
Davi descreve isso quando fala dos "que em ti confiam na presença dos filhos dos homens" (Salmo 31:19). Ele estava falando dos crentes cuja sólida fé e cujas vidas fiéis são raios de esperança aos das trevas.


Quando Você Determinar Tua Fé
Trazendo Toda a Carga e Provação a Cristo, Deixando Tudo Aos Seus Pés e Descansando em Fé, Você Será Seriamente Testado

Uma vez, quando eu estava no processo de determinar uma fé persistente, quando verdadeiramente deixei minhas cargas sobre o Senhor, recebi um telefonema com notícias que me abalaram. Por um curto momento, uma onda de medo me invadiu. Mas o Espírito Santo suavemente me cochichou, "Mantenha a posição de tua fé, David. Não desista. Tenho tudo sob controle. Simplesmente fique firme. Você não deve nunca, jamais, abrir mão de tua postura de fé e confiança. Deixe tudo comigo".
Nunca me esquecerei da paz que me atravessou naquele momento. E ao fim do dia, o meu coração ficou cheio de júbilo ao reconhecer, "Oh, Senhor, confiei em Ti. Não duvidei. Obrigado".
No Salmo 78, lemos sobre Efraim, a maior tribo de Israel. Efraim era a tribo mais favorecida dentre todas: numerosa, poderosa, hábil no uso de armas, e bem equipada para a batalha. Mesmo assim, quando Efraim saiu para encontrar o inimigo, lemos isso: "Os filhos de Efraim, embora armados de arco, bateram em retirada no dia do combate" (Salmo 78:9).
Essa forte tribo tinha marchado mais bem armada e poderosa que o inimigo. Mas por alguma razão, quando Efraim viu a oposição, a tribo desistiu e recuou. Eles haviam resolvido lutar e vencer, mas assim que ficaram cara a cara com sua crise, desistiram.
Efraim nessa passagem representa os inúmeros crentes que foram abençoados e favorecidos pelo Senhor. Aprenderam muito, são equipados com um testemunho de fé e estão armados contra qualquer batalha que possa vir. Mas assim que o inimigo aparece e começa a ameaçá-los -- na hora que as lutas e os problemas vão se sucedendo e parecem muito grandes e impossíveis de se resolver -- eles recuam, desistem, e deixam a fé de lado.
As escrituras dizem que Efraim questionou a fidelidade de Deus:
"Falaram contra Deus, dizendo: Pode, acaso, Deus preparar-nos mesa no deserto? Com efeito, feriu ele a rocha, e dela manaram águas, transbordaram caudais. Pode ele dar-nos pão também? Ou fornecer carne para o seu povo?" (Salmo 78:19-20). "Não creram nas suas maravilhas...nem foram fiéis à sua aliança" (78:32,37). Finalmente, eis o resultado: "(Eles) duvidaram do Santo de Israel" (78:41). A falta de fé e a covardia de Efraim abalaram as outras tribos de Israel. Imagine o efeito negativo quando os outros viram o que aconteceu: "Essas pessoas tão capacitadas não conseguiram aguentar. Se os que dizem vestir a armadura de Deus e empunhar a espada da Palavra de repente se quebram na hora dos problemas, que esperança temos nós?".
Amado, não ousemos condenar Efraim, porque podemos ser mais culpados do que eles. Pense no seguinte: nós recebemos mais luz. Temos o exemplo deles para nos prevenir. Temos o Espírito Santo habitando em nós. E temos a Bíblia, a palavra de Deus inteiramente revelada, com maiores promessas.
Quanto a mim sou culpado de um dos pecados de Efraim. No passado, eu avançava totalmente armado, determinando, "Dessa vez o meu coração vai estar preparado. E não vou ter medo. Não vou ouvir as dúvidas e os temores da carne. Não vou duvidar, e nem recuar. Não vou fazer cara feia, nem ter medo e nem ter prazer na auto comiseração". Ainda assim, tantas vezes, a incredulidade me roubou a vitória.
Ainda hoje não posso me jactar. Tenho tanto ainda para aprender quanto a "determinar a minha fé". Mas experimentei o sabor da vitória que vem quando confio no Senhor em todas as coisas, quando de forma resoluta lanço todas as minhas cargas em Cristo e prossigo descansado.


Em Hebreus Lemos:
"Pela fé, os antigos obtiveram bom testemunho"
(Hebreus 11:2)

Em grego a palavra "obtiveram" aqui significa "testemunharam, se tornaram um testemunho". Os nossos ancestrais no Senhor tinham uma fé determinada, sem oscilação, ancorada, e ela se tornou um testemunho da fidelidade de Deus nos períodos difíceis.
Primeiro, eles possuíam um testemunho interior de que Deus se agradava deles. Haviam confiado nEle nas inundações, nas zombarias, nas algemas, nas cadeias, torturas, combates, nas covas dos leões, no fogo. E após tudo isso, sabiam da alegria do Senhor lhes sorrindo e dizendo: "Muito bem! Você creu e confiou em Mim".
"Sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam" (Heb. 11:6). Toda vez que sustentamos nossa postura de fé em meio às dificuldades, temos a mesma afirmação do Espírito Santo: "Muito bem. Você é um testemunho de Deus".
Quando posso descansar no meio das tempestades, quando lanço todo o peso sobre Cristo e sustento minha postura de fé, então obtenho "boa nota". E estou me tornando um farol de esperança aos que me cercam. Os que observam a minha vida em casa, no trabalho, e no quarteirão podem não reagir abertamente. Mas saberão que há esperança e redenção disponíveis a eles.
Eles podem me olhar em minha hora de crise e dizer: "Há esperança! Ele é uma pessoa que não perdeu a fé em Deus. Há um batalhador que não desiste. Ele confia em Deus".

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Um Clamor Sem Voz


Por David Wilkerson
19 de agosto de 2002
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Em Marcos 7, vemos Jesus realizando um grande milagre. Toda a dramática cena ocorre em apenas cinco versículos:

“De novo, se retirou das terras de Tiro e foi por Sidom até ao mar da Galiléia, através do território de Decápolis. Então, lhe trouxeram um surdo e gago e lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre ele. Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva; depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá!, que quer dizer: Abre-te! Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se lhe soltou o empecilho da língua, e falava desembaraçadamente” (Marcos 7.31-35).

Imagine a cena. Quando Jesus chegou aos termos de Decápolis, encontrou um homem que era ao mesmo tempo surdo e gago. O homem conseguia falar, mas suas palavras não eram compreensíveis. Cristo levou o homem à parte, separado da multidão. Ali diante daquele homem, Jesus colocou os dedos nos próprios ouvidos. Depois cuspiu, e tocou em Sua própria língua. Falou duas palavras: “Abre-te”. No mesmo instante, o homem conseguiu ouvir e falar claramente.

Pouco antes desta cena, Jesus havia libertado a filha endemoninhada de uma mulher. Simplesmente proferindo uma palavra, Ele expulsou o espírito maligno da moça. Pergunto: por que estes dois milagres estão registrados nas Escrituras? Foram incluídos como apenas mais duas cenas da vida do Senhor na terra?

A grande maioria dos cristãos acredita que tais histórias foram preservadas nas Escrituras porque nos revelam muitas coisas - seu propósito é revelar o poder de Deus sobre Satanás e a doença; são prova da divindade de Jesus, para estabelecer o fato de que Ele era Deus em carne; e têm a finalidade de encorajar nossa fé, e mostrar-nos que Deus pode operar milagres.

Eu acredito que estas histórias foram registradas por todos estes motivos, e muito mais. Jesus nos diz que cada palavra que Ele profere veio do Pai. Ele não dizia nem fazia algo por conta própria, mas por orientação do Pai. Além disso, cada evento da vida de Jesus contém uma lição para nós, sobre quem “os fins dos séculos têm chegado” (vide 1 Coríntios 10.11).

Este milagre de Marcos 7 não é só sobre a cura de um homem que viveu há muitos séculos. Como cada evento registrado da vida de Jesus, isto tem um significado especial para nós hoje. E, como a parábola de Jesus sobre o tesouro escondido no campo, a nossa tarefa é cavar até encontrar este significado.


Creio Que Este Milagre Revela
a Misericórdia e a Compaixão Insondáveis de Cristo
Pela Geração Atual

Já há algum tempo, tenho ficado perplexo com questões sobre a atual geração de jovens. Essas perguntas ardem dentro de mim, e me deixam confuso. Mas creio que a história desse milagre contém uma revelação que responde a muitas destas perguntas.

Primeiro, quero perguntar quem era este homem que levaram a Jesus: “um surdo e gago” (Marcos 7:32). Não sabemos o seu nome. Mas creio que sabemos quem ele representa para nós hoje. Ele é um exemplo daqueles que “têm ouvidos e não ouvem” (Salmo 115.6). Evidentemente, este versículo refere-se à uma condição espiritual. Descreve um estado de surdez espiritual, uma incapacidade de ouvir e compreender a verdade de Deus.

Estou profundamente impressionado achando que este homem surdo e gago é como a grande maioria dos jovens de hoje. Creio que isto se aplica especialmente aos filhos de lares cristãos. Muitos simplesmente não parecem ter a capacidade de ouvir e assimilar a Palavra de Deus.

Estou falando dos bons garotos: os que são respeitosos, obedientes, não farristas. Não estão envolvidos com drogas, bebida, sexo ou imoralidade. Mas são extremamente passivos em relação a Deus. Em todos os meus anos de ministério, nunca vi tanta ausência de envolvimento com as coisas de Deus como nesta geração.

Tenho encontrado vários destes jovens espiritualmente surdos em muitos lugares do mundo. E durante anos tenho perguntado por que tantos jovens bons, especialmente aqueles criados por amorosos pais cristãos, podem ficar passivos em relação a Jesus. Ouvem mensagens ungidas, receberam um evangelho de amor, mas continuam não respondendo.

Tenho sofrido muito por ver esta situação com alguns dos meus próprios netos. Eles têm ouvido meus sermões, me ouviram pregar com lágrimas nos olhos e com a autoridade do Espírito. Mas não demonstram qualquer reação visível. Às vezes penso: “Talvez hoje seja o dia que o Espírito Santo vai derreter essa mornidão, essa passividade. Talvez verei uma lágrima para dar uma evidência de que Deus está tocando este coração jovem”.

Fico me perguntando: “Será que são inteiramente surdos? Ou será que rejeitaram a Deus? Será que fecharam os ouvidos para que não ouçam?”. Luto com estes pensamentos, porque sei que são garotos bons, que não rejeitaram Jesus. Mas simplesmente não possuem paixão. E Cristo mesmo adverte que pessoas boas acabarão no inferno, se forem mornos (ver Apoc. 3:16).

Vejo a mesma situação com muitos maridos cristãos. São homens bons, maridos fiéis, pais amorosos, provedores responsáveis. Quando vêm à igreja com as esposas, eu sei que elas estão orando: “Talvez hoje Deus tocará o coração do meu marido”. Mas no fim, ele apenas dá um sorriso e diz: “Gostei do culto de hoje. Volto com você qualquer dia desses”. Estes homens não rejeitaram Jesus. Não são ímpios, sensuais ou imorais. Mas se continuarem apenas admirando Cristo, estarão perdidos.

Tenho vários amigos que são assim também. Gostam muito de mim, e fariam qualquer coisa em meu benefício; de vez em quando, vêm à Igreja de Times Square e sempre elogiam minha pregação. Mas a Palavra de Deus nunca os alcança, nunca faz efeito. Eles sabem falar sobre a morte de Cristo, Seu sepultamento e ressurreição, porque já ouviram pregações sobre isto inúmeras vezes. Mas são passivos. Saem da presença de Deus da mesma forma como entraram: sem transformação.

Estou dizendo: todos eles têm ouvidos, no entanto não ouvem. São espiritualmente surdos.


Há Uma Única Esperança na Terra
Para Uma Pessoa Assim Ouvir e Falar

A única esperança do homem surdo e gago era chegar a Jesus. Precisava de um encontro pessoal com Ele.

Quero destacar que este homem não era como aqueles que Paulo descreve: “como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvidos à verdade” (2 Timóteo 4:3,4). Ele também não tinha “espírito de entorpecimento... ouvidos para não ouvir” (Rom. 11:8). Não era como aqueles descritos em Atos 28:27: “com os ouvidos ouviram tardiamente e fecharam os olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos”. E também não era como os que estavam presentes no apedrejamento de Estêvão, pessoas que “taparam os ouvidos” (Atos 7:57).

O fato é que este homem queria ouvir. Ele queria desesperadamente ser curado. Entretanto, lemos no texto que “lhe trouxeram um surdo e gago” (Marcos 7:32, ênfase minha). Este homem não chegou a Jesus por conta própria. Teve de ser levado a Ele. Sem dúvida, deve ter ouvido falar sobre Jesus, e sobre o Seu poder de curar; além disso, sabia como se comunicar, através de gestos ou pela escrita. E conseguia andar por aí sozinho. Mesmo assim, nunca fez o esforço de chegar a Jesus por si mesmo. “Eles” tiveram de trazê-lo.

Quem eram “eles” neste versículo? Só posso especular: podem ter sido os familiares do homem, ou seus amigos, pessoas que se importavam o suficiente para levá-lo a Jesus. Creio que esta cena tem tanto a ver com a situação dos nossos jovens hoje. Eles não vão a Jesus por conta própria. É preciso que sejam levados pelos pais, amigos, pessoas da família da fé. Como os pais do surdo, nós também precisamos levar nossos filhos e queridos a Cristo. “Como?”, você pergunta. Através de oração confiante e diária.

Pense sobre isto. Suponha que foram os pais do homem surdo que o levaram a Jesus. Eles sabiam o quanto seu filho precisava de um encontro pessoal. Afinal, não podiam suplicar que rapaz ouvisse. Seria tolice insistir com ele, ou ficar bravo. E seria cruel fazê-lo sentir-se condenado por não conseguir verbalizar os pensamentos do coração.

No entanto, muitos pais cristãos, incluindo a mim mesmo, conseguem ser muito cruéis com seus próprios filhos exatamente desta forma. Como? Ficamos aborrecidos com eles porque não conseguem nos dizer por que ainda não vieram a Jesus. Não conseguimos entender por que não são capazes de colocar em palavras os pensamentos do coração. A verdade é que são espiritualmente gagos.

Não dá nem para começar a imaginar como o mundo está afetando a geração atual. Os jovens de hoje têm suportado mais do que qualquer geração anterior. Experimentaram o terror do dia 11 de setembro de 2001; viram chacinas em escolas; ouviram de escândalos sexuais na presidência do país; viram evangelistas conhecidos sendo expostos como pecadores pervertidos. E agora estão acompanhando presidentes e diretores de grandes empresas sendo flagrados por terem trapaceado para satisfazer sua ganância egoísta. Seria de se admirar que estejam confusos sobre quem Deus é, e onde Ele situa-se nas suas vidas?

De fato, não importa por que nossos filhos chegaram à esta situação. É inútil tentar descobrir por que estão tão surdos à Palavra de Deus, tão incapazes de expressar o clamor de seu coração. Afinal, as escrituras não dizem como este homem surdo e gago chegou à esta situação. Nenhuma palavra menciona se nasceu assim. Isto simplesmente não importa. Da mesma forma, não há propósito algum em os pais cristãos investigarem o que podem ter dito ou feito de maneira errada na criação dos filhos. Não devemos ficar olhando para o passado, fazendo suposições, levantando culpas.

A verdade é que nenhum pai ou amigo íntimo pode levar um jovem surdo a ouvir - por meio de aconselhamento. Você não pode fazer um gago falar claramente, simplesmente por amá-lo. Não vai funcionar. E não há pastor, conselheiro, ou líder da mocidade que possa convencer o jovem a ouvir a verdade. Isto não acontece pelo amor, por condenação, ou aconselhamento. Eles simplesmente são surdos.

Só há uma cura, uma esperança, para nossos filhos e queridos poderem ouvir a verdade. E isto é um encontro pessoal com o próprio Jesus. “E lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre ele” (Marcos 7.32). Em grego a palavra que foi traduzida “suplicaram” aqui, significa imploraram, clamaram. Estes pais imploraram a Jesus: “Por favor, Senhor, toca o nosso filho. Coloca Tua mão sobre ele”.


Qual Foi a Primeira Coisa que Jesus Fez
Quando o Homem Foi Levado a Ele?

“Jesus, tirando-o da multidão, à parte...” (Mc 7.33). Jesus soube imediatamente o que o homem surdo queria. Ele ansiava por seu próprio toque pessoal, sua própria experiência. Não dava para se contentar com algo que “eles” tinham encontrado. Tinha de ser real para ele. O homem queria que Jesus abrisse os ouvidos e soltasse sua língua. E tinha de acontecer entre ele e Jesus.

Você pode estar dizendo: “Você não está entendendo. Eu vi meu filho entregar o coração a Jesus há alguns anos. Ele se ajoelhou diante do Senhor e orou. Depois disso, afastou-se, mas já voltou correndo para Jesus arrependido. Ainda é um moço correto, sem imoralidade e bondoso, mas agora ficou morno. Parece não se importar com as coisas de Deus. O que aconteceu? Por que não se entrega completamente? O que o impede de se comprometer por completo?”.

A resposta é: ele ainda não teve seu próprio encontro com Jesus. Ele foi a Cristo baseado na experiência do pai, da mãe, ou do amigo. Entregou sua vida por causa da insistência de outra pessoa. Ou, talvez, tenha ouvido uma mensagem tão forte sobre o inferno que ficou com medo e correu para Jesus.

Há inúmeras razões por que a experiência não durou para seu filho. O que quero dizer é que ele não encontrou Jesus por si próprio. Pode ser que conheça a verdade por observar Cristo na vida dos outros. Mas não experimentou Jesus de forma pessoal. Ainda não foi tirado da multidão, e levado à parte, para receber seu próprio toque individual. A revelação precisa vir quando ele está a sós com o Senhor.

Se você já serviu a Deus durante muitos anos, quero lhe fazer uma pergunta: não é fato que você pode voltar ao passado e lembrar do dia ou do momento quando teve um encontro sobrenatural com Jesus? Ele o tocou, e você soube disso. Não foi uma experiência que recebeu por causa de outra pessoa. Não foi implantada em sua vida porque ouviu alguém pregar sobre isso. Você experimentou Jesus por si mesmo. É por isto que está confiante no que tem com Ele.

Jesus sabia que o homem surdo precisava deste tipo de encontro. Por isto comunicou-se com ele na sua própria linguagem: a linguagem dos sinais. “Pôs-lhe os dedos nos (próprios) ouvidos e lhe tocou a língua com saliva” (Marcos 7:33). Vejo Jesus colocando os dedos nos próprios ouvidos, apontando ao surdo e fazendo sinais com a boca. “Vou abrir teus ouvidos”. Então, pôs Sua língua para fora, tocou nela e cuspiu (provavelmente porque o gago não conseguia cuspir). Estava querendo mostrar: “Vou soltar os laços que amarram sua língua. E você será como todos os outros homens”.

Você consegue imaginar o que passava pela mente do homem surdo? Ele deve ter pensado: “Ele está falando a minha linguagem. Ele não está pedindo que eu O compreenda. Ele quer mostrar que me compreende! E levou-me à parte para não me envergonhar. Ele sabe como sou acanhado, e não quer fazer uma demonstração pública".

“Ele não está me questionando, nem me acusando. Sabe exatamente o que tenho passado. Sabe que não O rejeitei. Sabe que quero ouvir Sua voz, e falar com Ele. Sabe que meu coração deseja louvá-Lo. Mas não consigo fazer nenhuma dessas coisas, se não receber Seu toque sobrenatural. Ele deve saber que é isso que quero”.

Nosso Salvador demonstra o mesmo tipo de compaixão aos nossos queridos não salvos. Ele não fará espetáculo público com ninguém. Pense de como foi paciente e compassivo para com Saulo de Tarso. Este homem muito conhecido teria um encontro milagroso com Jesus. E Cristo poderia ter chegado a ele a qualquer momento. Ele poderia tê-lo derrubado enquanto Estêvão estava sendo apedrejado, diante das multidões. Poderia ter feito da conversão de Saulo um exemplo público. Mas não o fez.

Ao invés disso, Jesus esperou que Saulo estivesse praticamente sozinho no deserto, montado no seu cavalo, “à parte da multidão”. Foi lá que Jesus chegou a Saulo, tocando-o de modo sobrenatural. E durante anos Saulo, que depois foi chamado Paulo, recontava a história daquele dia. Jesus lhe deu seu próprio toque sobrenatural, abrindo seus olhos cegos.

Você não precisa ir à frente numa igreja para ter um encontro com Jesus. A melhor obra dEle é feita em secreto. É por isto que ele nos diz: “Quando você for orar, vá para seu quarto, em secreto, longe da multidão. Então, busque-Me em particular. Eu o recompensarei em público”.


À Sós com Este Homem, Jesus Faz Algo Extremamente Incomum
“Erguendo os olhos ao céu, suspirou” (Marcos 7.34). A palavra “suspirar” aqui significa um gemido audível. Aparentemente, Jesus fez uma expressão de dor e um gemido saiu do Seu coração. É claro que o homem não ouviu, porque era surdo. Mas por que este gemido?

Já li vários comentários sobre esta cena. Mas nenhum menciona nada a respeito do que o Espírito Santo está falando comigo através deste texto. Estou convencido de que Jesus estava olhando para o céu e comunicando-se com o Pai. Estava chorando baixinho em Sua alma em relação à duas coisas. Primeiro, chorava em relação à algo que só Ele podia ver neste homem. E segundo, chorava por algo que vê ainda hoje, trancado no coração de tantas pessoas, especialmente nos jovens.

O que Jesus viu, tanto naquele dia como hoje? O que Ele estava ouvindo, tanto no coração do homem surdo, como no coração de tantas multidões hoje? ELE ESTAVA OUVINDO UM CLAMOR SEM VOZ. Era um clamor de coração, abafado, incapaz de ser expresso. Agora o próprio Jesus gemia com um clamor que não conseguia ser expresso. Ele estava dando voz aos clamores de todos aqueles que não conseguem se fazer ouvir.

Pense quantas noites este homem chorou até pegar no sono, porque ninguém o entendia; nem mesmo sua mãe ou seu pai podiam compreender o que falava. Quantas vezes quis explicar o que estava sentindo, mas tudo que saía eram sons doídos, desajeitados. Ele deve ter pensado: “Se eu conseguisse falar, pelo menos uma vez. Se minha língua ficasse solta por um minuto; eu diria aos outros o que se passa na minha alma. Eu gritaria: ‘Não sou um idiota. Não estou debaixo de maldição. E não estou fugindo de Deus. Só estou confuso. Tenho problemas, mas ninguém consegue me ouvir’”.

Mesmo assim, Jesus ouviu os pensamentos do coração deste homem frustrado. Ele compreende cada gemido interior que não consegue sair para fora. A Bíblia diz que nosso Senhor se comove com os sentimentos das nossas enfermidades. E Ele sentiu a dor da surdez deste homem, e da sua incapacidade de falar.

Creio que Jesus estava expressando a dor do Pai sobre cada clamor inaudível do coração. Era Deus encarnado, gemendo por todo clamor que provém do coração e não consegue achar uma voz: “O que está errado comigo? Eu não estou com raiva de Deus. E sei que Jesus é real. Eu O amo e quero servi-Lo. Mas estou confuso. Por que não consigo falar tudo isso que está abafado no meu coração?”.

Tenho onze netos, e todos os dias oro por cada um deles. Nestes dias estou orando diligentemente por alguns em especial, levando-os a Jesus através da oração intercessória. São garotos bons, obedientes, com pais amorosos. Todos confessam sua fé em Jesus, e têm corações sensíveis. Porém, vejo passividade neles.

Recentemente, tenho procurado encontrar tempo para falar com cada um em particular. Falo com eles: “Você sabe que estou orando por você; você sabe que seus pais estão orando por você, também. Sabemos o quanto você ama ao Senhor, lá no íntimo do seu coração. Mas por que está tão passivo? Nunca vejo você falar sobre as coisas de Deus. Não sei se você lê sua Bíblia ou se ora. Por favor, fale comigo sobre o que se passa no seu coração. Há alguma coisa atrapalhando?".

A princípio, apenas dão com os ombros. Depois me dizem: “Vovô, não sei. Não estou bravo com Deus. Só estou confuso. Acho que não sei explicar”.

E aí fico perplexo. Tenho que perguntar para Deus. “O que está acontecendo? Ouço um clamor, um som meio confuso, um anseio. Mas não conseguem colocar isso em palavras para mim. Parece que querem me dizer algo, mas não conseguem”.

Estou convencido que multidões de outros jovens estão na mesma situação. Se pudessem explicar seu clamor, seria mais ou menos assim: “Já vi tanta hipocrisia na igreja. Agora estou vendo isso também no mundo dos negócios, na escola, em todo lugar. Tenho problemas sentimentais, problemas com os amigos. Tá tudo acumulando em cima de mim. Mas não consigo falar com ninguém. Meus pais são abertos, mas parece que não consigo tirar para fora".

Não ouvimos este clamor. Nenhum ser humano consegue ouvi-lo; nem podemos esperar compreendê-lo. Então, o que devemos fazer? Sabemos que conversas a sós não abrem ouvidos surdos. Creio que só temos uma opção


Temos de Levar os Nossos Amados à Jesus, de Joelhos
Precisamos pedir a Cristo que lhes dê sua própria experiência. Temos de levá-los a Jesus, assim como os pais do homem surdo fizeram, para que recebam seu próprio toque pessoal. “... lhe suplicaram que impusesse as mãos sobre ele” (Mc 7:32). Devemos orar: “Senhor, encontre-os sozinhos. Envia o teu Espírito Santo para despertar e conquistar seus corações. Revela-Te a eles. Dá-lhes sua própria experiência”.

Há pouco tempo, um moço veio à frente durante uma reunião de oração. Ele estava abalado e chorando. Contou-me que era de outro estado, e que entrara ali no templo por acaso. Depois saiu, foi para um concerto, mas também não conseguiu ficar naquele evento. Agora estava de volta na igreja, e queria oração. Perguntei: “Seus pais são cristãos?” Ele respondeu: “Sim, estão sempre orando por mim”.

Pergunto a você: Foi apenas “por acaso” que este moço entrou em nossa igreja? Dificilmente. Ele estava tendo seu próprio encontro com Cristo. Ninguém o havia empurrado, nem insistido com ele. Entretanto, indiscutivelmente, foi levado a Jesus. Como? Minha convicção é que foi por intermédio das orações de seus pais.

“Depois erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá!, que quer dizer: Abre-te! Abriram-se-lhe os ouvidos, e logo se lhe soltou o empecilho da língua, e falava desembaraçadamente” (Mc. 7:34-35).

Jesus realizou um milagre em particular, só para este homem. E a primeira voz que o surdo ouviu foi a voz de Cristo. Certamente Jesus falou com ele, para provar-lhe que agora podia ouvir. Oh, como aquele homem deve ter conversado. De sua boca deve ter jorrado anos de sentimentos sufocados. Agora podia expressar aquele clamor interior que antes não tinha voz.

Imagino-o caindo nos braços do Senhor, chorando: “Jesus, o Senhor ouviu a voz do meu clamor” (veja Salmo 5.2). Considere a pungência e o poder do Salmo 5 para este homem curado: “Escuta, Rei meu e Deus meu, a minha voz que clama, pois a ti é que imploro. De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã te apresento a minha oração” (5: 2,3). O amor que este homem tinha por Jesus agora era uma experiência dele. Ele tivera um encontro com o Senhor.

Amado, quando você orar por parentes ou pessoas queridas, lembre-se que Jesus geme por eles. Ele não gemeu apenas por um homem em Decápolis. Estava chorando pelos clamores abafados e íntimos dos seus filhos, de seus parentes não convertidos, e dos meus. Talvez você precise mudar a maneira de orar por eles. Ore para que o Espírito Santo vá atrás deles, conquiste-os e os atraia, despertando e sacudindo-os com um novo desejo por Jesus.

Ore “Senhor, leve meu filho, meu parente, meu amigo, para longe da multidão. Faze com que fique isolado, sozinho conTigo. E dá-lhe o Teu toque. Faze com que tenha um despertamento particular e pessoal. Que seja uma experiência profunda e sobrenatural conTigo.”

Quero terminar com uma advertência: você está espiritualmente surdo para a Palavra de Deus? Está impedido de falar, incapaz de falar com intimidade a respeito de Jesus? Então não tem desculpa. Você sabe como chegar a Jesus. E sabe que Ele ouve o seu clamor. Ele está esperando que você encontre um lugar a sós com Ele. Esta é a hora de chegar-se a Cristo, para que Ele possa chegar-se a você (ver Tiago 4.8).

Em Lucas 18, lemos a respeito de um homem que foi à igreja orar. Ele ficou lá atrás sozinho, separado da multidão. Estava tão desesperado que a única coisa que conseguia fazer era olhar para baixo e bater no peito (ver Lc. 18:13). Estava usando linguagem de sinais, para dizer: “Senhor, ouve o clamor do meu coração. Estou cansado do meu vazio. Preciso de um encontro conTigo. Quero saber, eu mesmo, quem Tu és. Só Tu compreendes o que está no meu coração. E só Tu sabes o que estou passando. Não consigo orar, porque estou todo amarrado. Preciso do Teu toque, Jesus. Tem misericórdia de mim, pecador” (v. Lc. 18:13).

Jesus disse o seguinte a respeito dele: “Digo-vos que este desceu justificado para sua casa ... porque ... o que se humilha será exaltado” (Lc 18:14). Que seja assim para você também. 

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Está na Hora da Colheita

Por David Wilkerson
02 de maio de 2005
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"Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara" (Mateus 9:36-38).
Jesus declara, "Os campos estão maduros, e a colheita é abundante. Está na hora de começar a colheita". Naquele momento, a grande e última colheita espiritual começou. Começou como colheita dentre os judeus e gentios da geração de Jesus. E essa mesma colheita vai durar até a volta de Cristo.
Quando leio essa passagem me pergunto: o quê Jesus viu naquele tempo que O levou a dizer, "A colheita está pronta, está na hora de colher"? Será que Ele viu um despertamento espiritual em Israel? Estaria havendo um avivamento nas sinagogas? Os sacerdotes estavam se voltando a Deus? Os escribas e fariseus estariam se vendo convencidos de culpa diante de Deus? Que prova havia de que a colheita estava madura?
Os evangelhos não revelam muitas evidências de algum mover espiritual em direção a Deus. Se é que revelam algo, mostram o oposto. Jesus era zombado nas sinagogas; os líderes espirituais do país O rejeitavam, questionando Sua integridade e divindade; uma multidão religiosa tentou lançá-Lo sobre um penhasco. E o próprio Cristo repreendeu as cidades de Israel por não se arrependerem diante de Sua mensagem: "Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida, Tiro, Sidom! Ai de ti, Cafarnaum!".
Já as multidões, estavam confusas em caótico desespero. As escrituras nos dizem, "Quando as viu... estavam aflitas e abatidas, como ovelhas sem pastor". Era uma sociedade cheia de medo, opressão, depressão; as pessoas corriam de um lado para o outro como um rebanho disperso, procurando ajuda em qualquer lugar onde pudessem ir. Ainda assim foi nesse tempo de grande aflição que Cristo declarou, "Os campos estão maduros, e a colheita é farta".
Você acha que as palavras de Jesus quanto a uma ceifa madura se aplicam hoje? Onde vemos evidências de os campos estarem brancos e prontos para serem colhidos? As nações estão se arrependendo? Está havendo um grande mover em nossa sociedade? E a igreja organizada está despertando? Os líderes religiosos estão famintos por avivamento, buscando novamente Cristo? Há um grito por santidade nessa geração?
Com poucas exceções, não vejo nada disso acontecendo. Contudo, não foi nenhuma dessas coisas que tocou Jesus em Seu tempo. Antes, Ele foi tocado pela triste situação que via por todo lado. Para todo lado que olhava, as pessoas estavam batidas pela agonia.
Em verdade, ao olhar sobre Jerusalém, Ele chora. Suas lágrimas foram pela dureza e pela cegueira espiritual que viu lá. Lá estava um povo a caminho do juízo, sem paz, só com temor e depressão. E Ele profetizou em cima desta cena, "A sua casa será assolada".
Jesus na verdade nos dá um quadro de como seriam os últimos dias. Ora, esse período começa na Sua ascensão, e acaba somente quando Ele volta. Estamos muito perto disso agora. E Jesus o descreve aos discípulos quando Lhe perguntam quais sinais deveriam buscar. Eles queriam saber a situação das coisas ao se aproximarem aqueles que seriam definitivamente os últimos dias.
Cristo respondeu falando de fomes, terremotos, tribulações, nações divididas. Falsos profetas e falsos cristos enganariam a muitos e levariam multidões a se apostatarem. Os crentes seriam odiados apenas por mencionarem o nome de Cristo. E o amor de muitos esfriaria, com alguns se desviando devido ao ousado crescimento do pecado e da corrupção.
"Haverá...angústia entre as nações em perplexidade por causa do bramido do mar e das ondas; haverá homens que desmaiarão de terror e pela expectativa das cousas que sobreviverão ao mundo; pois os poderes dos céus serão abalados" (Lucas 21:25-26). Resumindo, Jesus está descrevendo aqui o período mais cheio de ansiedade, depressão e pressões de todos os tempos.
Então, estarão Suas profecias acontecendo agora mesmo, diante de nossos olhos? Pense nisso: esta geração está cheia de ansiedade e preocupações. Multidões se atemorizam observando desastres incríveis ocorrendo: furacões, terremotos, tsunamis, desmoronamentos. Nações inteiras tremem de medo diante da ameaça do terrorismo. E a síncope cardíaca é o assassino número um no mundo atualmente. Falsas religiões, falsos profetas, falsos cristos estão desviando a muitos. Milhões de pessoas estão se voltando para o Islamismo, e nação após nação sendo infiltrada pelos muçulmanos. Alguém teria de estar em total negativismo se não visse que tudo que pode ser abalado nesse momento, está sendo abalado.
Em meio à essa reviravolta e agitação, ouço as palavras de Jesus: "Os campos estão brancos. A colheita é abundante". Estou convencido de que Ele está dizendo à igreja: "As pessoas estão prontas para ouvir. Essa é a hora de crer para a colheita. Chegou o momento de você começar a colher".
Cristo é o Senhor da colheita. E se Ele declara que a ceifa está preparada, temos de acreditar. Não importa o quão corrupta esta geração se torne. Não importa o quão poderoso Satanás pareça ter se tornado. O nosso Senhor está nos dizendo: "Pare de se concentrar nas dificuldades ao redor. Pelo contrário, levante os olhos. Chegou a hora de você ver que a colheita é chegada".


Jesus Compreendeu o Coração do Homem, 
Sabendo que Nos Esquecemos de Deus em Tempos de Prosperidade 

Cristo sabia que em tempos de pressão e calamidades, as pessoas são forçadas a enfrentar a eternidade. Sofrimento, medo e períodos difíceis amadurecem o povo para ouvir e receber o evangelho. Veja o contexto de Suas palavras: "Vendo ele as multidões...porque estavam aflitas ...E então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande" (Mateus 9:36-37, sublinhado meu).
Essa verdade tem sido demonstrada ao longo de toda a história do povo de Deus. Moisés repreendeu sua geração dizendo, "Deus guiou vocês. Aumentou os seus números. E grandemente os abençoou, lhes dando campos verdejantes, mel, manteiga, leite, ovelhas, óleo, frutas. Mas vocês se enriqueceram e se rebelaram. Vocês subestimaram a Rocha da sua salvação, e A desprezaram".
"Mas, engordando-se o meu amado, deu coices; engordou-se...abandonou a Deus, que o fez, desprezou a Rocha da sua salvação" (Deuteronômio 32:15).
As escrituras nos dizem que Israel foi rebaixado após isso. Contudo, na tribulação, eles invocaram o Senhor, e Ele os livrou: "Então, na sua angústia, clamaram ao Senhor, e ele os livrou das suas tribulações" (Salmo 107:6, sublinhado meu).
Veja também o testemunho de Davi: "Laços de morte me cercaram, torrentes de impiedade me impuseram terror. Cadeias infernais me cingiram, e tramas de morte me surpreenderam. Na minha angústia, invoquei o Senhor, gritei por socorro ao meu Deus. Ele do seu templo ouviu a minha voz, e o meu clamor lhe penetrou os ouvidos" (Salmo 18:4-6, sublinhado meu).
Problemas, angústias e perplexidade sempre geraram gritos de socorro. Esse tem sido o padrão ao longo dos séculos. Você se lembra o que aconteceu após a queda das torres gêmeas em Nova York: as igrejas ficaram abarrotadas. Reuniões de oração foram promovidas no Estádio Yankee. Líderes do Congresso se reuniram nos degraus do Capitólio em Washington, orando e cantando, "Deus Salve a América". Por uma temporada, Deus foi o assunto do país. O medo e a pressão fizeram as pessoas pensar em encontrar a verdade. E isso resume a lei da colheita: QUANTO MAIS NEGROS OS DIAS, MAIS BRANCA É A COLHEITA.
Na Indonésia e no Sri Lanka, muçulmanos radicais tinham se recusado a permitir que qualquer estranho entrasse no território. Mas após a tragédia do tsunami, muitos abriram as portas para obreiros cristãos de apoio. Por que? Porque Deus viu campos que estavam brancos e prontos para a ceifa.
O fato é: país algum está fechado para Cristo. E povo algum é inalcançável. Poder religioso algum sobre a terra pode parar a colheita. É por isso que Jesus diz para não temermos, mesmo que os montes caiam no mar.
Pense nos cataclismos ocorridos na história mundial recente. Os comunistas na Rússia acharam que tinham livrado seu país de Deus. Mas Jesus teria lhes dito, "Vocês apenas conseguiram ajudar a colheita". Cristo está vivíssimo e operante hoje na Rússia.
A China também tentou proibir Deus, apenas para amadurecer uma colheita de milhões de crentes. Recentemente, a Ucrânia saiu de mãos corruptas, e está sendo dirigida por um homem que fala de Cristo. O jornal New York Times agora chama a Bielorússia de o país mais dominado por comunistas de toda a terra, contudo os cristãos de lá estão orando para que essa nação seja a próxima. Deus viu todos estes campos como brancos para a ceifa!


Esse Mesmo Princípio Foi Verdadeiro 
ao Longo de Toda História de Israel

Quando Moisés disse ao faraó, "Deixe ir o meu povo", foi porque Deus havia anunciado tempo de colheita. Tinha chegado a hora de Israel se libertar do cativeiro. Mas o faraó respondeu, "Quem é o Senhor para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir a Israel" (Êxodo 5:2).O faraó representa o sistema demoníaco de Satanás, incluindo as falsas religiões e a opressão que prende o povo em cativeiro.
Antes que Israel pudesse ser liberto, os poderes das trevas teriam de ser abalados. Então Deus atacou o Egito com nove calamidades naturais. Mas essas nove tragédias apenas endureceram o coração do faraó. Finalmente, veio uma calamidade tão devastadora, que todos no Egito - desde o governo até os cidadãos comuns - souberam que não se tratava apenas de a natureza fora de controle. Era Deus falando. O Senhor havia enviado um anjo da morte. E uma noite, o filho mais velho de toda família egípcia morreu. O filho do faraó foi incluído entre eles.
Bem no dia seguinte, Israel desfilou saindo do Egito. Cá estava a ceifa vinda imediatamente antes do juízo. Séculos depois, quando Jesus anunciou a colheita madura em Jerusalém, Ele sabia que o juízo estava preste a vir. Alguns anos após, o general Tito e seu exército invadiriam a cidade, e 1.200.000 pessoas seriam mortas. Muitos seriam presos à cruzes, e a própria cidade seria queimada. É por isso que Jesus advertiu Sua geração: "Vocês dizem que faltam quatro meses para a ceifa. Mas lhes digo, a colheita  tem de começar agora. Vocês precisam estar na vontade de Deus, pois a maior calamidade está às portas. Eu os estou  comissionando para terminarem a Minha obra. O tempo de começar a colheita é hoje".
Como Jesus descreveu a calamidade que viria? "Porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo até agora não tem havido, nem haverá jamais" (Mateus 24:21). Porém, antes dessa calamidade chegar, haveria a hora da colheita.


O Conceito de "Colheita" Foi Básico 
Para o Movimento de Crescimento da Igreja dos Anos 80


Há mais de duas décadas, os especialistas em crescimento da igreja começaram a se concentrar em novos métodos para produzir a colheita. Declararam, "A igreja deixou de ser relevante para a sociedade moderna. Está muito tradicional, inatingível, e precisa ser atualizada. Temos de nos tornar mais contemporâneos. Não podemos mais nos dar ao luxo de pensar pequeno".
Então os anos 80 foram proclamados como sendo "A Década da Colheita". E a partir daí nasceu o movimento "sensibilidade com aqueles que procuram", das mega-igrejas. Quase da noite para o dia, igrejas enormes começaram a brotar por todo o país. Muitas destas igrejas de repente tinham membros aos milhares ou dezenas de milhares. Algumas construíram dependências lembrando shopping centers, incluindo restaurantes e outras conveniências.
O que era chamado de "pensar pequeno" foi substituído pelo raciocínio  corporativo. Os princípios morais das pessoas não deveriam mais ser desafiados. Pelo contrário, a igreja deveria se tornar "centrada nas necessidades", ministrando às necessidades das pessoas segundo estas indicavam em pesquisas.
Os cultos de adoração incorporaram as tecnologias mais recentes, "modernizando" a música e oferecendo produções teatrais. Os pastores ilustravam os sermões com clips dos filmes mais recentes, alguns destes filmes com restrições a menores de 17 anos segundo a lei americana. Parecia que a grande colheita estava a caminho.
Mas a "Década da Colheita" provou estar sendo construída sobre o alicerce errado. Um pastor chamado William Chadwick dirigia uma igreja que teve sucesso com esses princípios. Mas com o tempo, começou a sentir-se culpado por estar tão concentrado em números. Ele escreveu um livro chamado "Stealing Sheep" (roubando ovelhas), no qual cita estatísticas alarmantes.
O aspecto mais notável foi que, em dez anos, não houve crescimento apreciável entre as igrejas evangélicas. Pelo contrário, as mega-igrejas foram constituídas, em sua maioria de transferências de igrejas menores. As pessoas iam a busca da nova adoração estimulante e moderna, e da  programação alimentar para os bebês. Muitos destes que "mudaram" eram pentecostais.
Pior, o movimento das mega-igrejas teve um efeito terrível sobre as igrejas menores. Estas não tinham os recursos para competir com igrejas gigantescas, que ofereciam todos os tipos de avanços e rebuscamento com sua programação centrada nas necessidades. Lentamente, o número das igrejas menores foi diminuindo, e muitas acabaram fechando as portas.
Um recente estudo feito pelo respeitado Grupo de Pesquisas Barna mostra que a igreja não só está estagnada, como está piorando. Um fato alarmante é que o número de jovens que freqüenta a igreja agora é menor do que antes. Simplificando, o movimento de crescimento da igreja acabou indo para trás em vez de para frente.
Finalmente, há uma estatística que me assusta mais do que qualquer outra. Ou seja, só um número diminuto de cristãos alguma vez ganhou uma alma para Cristo. Isso atualiza as palavras de Jesus de que "os trabalhadores são poucos".
Em toda cidade por onde viajo atualmente, os pastores me perguntam como construir uma igreja forte, que cresça. Olho essas cidades, e vejo vizinhanças pobres, assustadas com as pessoas oprimidas pelo pecado. Sei que Deus promete nos capacitar como ministros, se simplesmente  entrarmos nesses campos de colheita que estão por perto, para colher almas. Pode-se construir uma grande igreja com estes pobres e fracos que estão sendo libertos do cativeiro de Satanás.
Alguns anos atrás, encontrei a colheita madura no gueto. Aconteceu quando fui às redondezas onde viviam os líderes das gangues, os viciados, as viúvas pobres, os alcoólatras e as prostitutas. Agora, alguns dos mais fortes ganhadores de almas que conheço são antigos membros de gangues como Nicky Cruz (http://www.nickycruz.org). Por todo o mundo, eles estão ganhando multidões para Cristo.


Imagine a Cena No Último Dia que Jesus Passou na Terra

Suponhamos que um pouco antes da ascensão de Jesus - ao antever a igreja e a colheita antes de Sua volta - Ele previsse uma queda. Sua alma então sofre, pois vê a apostasia crescente. Em vez da ceifa dos campos brancos, o Seu povo gasta o tempo e a energia procurando o sucesso
do mundo e coisas materiais.
Então Jesus diz ao Pai, "Eles não vão fazer a colheita. Os campos brancos permanecem adormecidos. Enviarei um exército de anjos para fazer a ceifa". O Pai concorda, e subitamente milhares de seres celestiais aparecem na terra, irradiando um brilho sobrenatural. A cena seria tremenda: entes de um outro mundo vestidos de glória, pregando nas igrejas e em público. São vistos sendo entrevistados pelos repórteres dos jornais, do rádio e da TV. Falam da cruz, da ressurreição, da ascensão, do amor de Cristo, e do juízo final que virá. E falam com tanta eloqüência e convicção que todos ficam encantados. Eles são como muitos Jonas buscando e prevenindo o mundo.
Agora suponha que em pouco tempo, estes mesmos anjos radiantes fiquem cativados pelo mundo que os rodeia. Fiquem ligados em alimentos finos, bens materiais, riqueza e segurança. E logo comecem a aspirar e a se esforçar por sucesso, fama e fortuna. Em pouco tempo, ficam com inveja um do outro, mostrando raiva, orgulho, cobiça. Em outras palavras, ficam iguaizinhos à igreja de hoje!
Pergunto, que influência eles teriam no mundo? Como poderiam produzir uma colheita, estando tão presos ao mundanismo? O testemunho deles seria tornado nulo. E seriam esvaziados de todo poder espiritual, e vagariam desencorajados, com medo e dúvidas.
Diga, por que alguém haveria de querer o meu evangelho me vendo nesse estado, estressado e sem alegria? Por que iriam crer na mensagem de que "Jesus é suficiente, o meu tudo, o meu sustentador", se sempre estou temeroso, preocupado, sem paz?
Ninguém iria ouvir uma palavra minha. Antes, se perguntariam, "Que diferença produz o teu Cristo? Ele não parece ser um bom médico, se você está sempre desse jeito".
Amado, o nosso semblante conta. Ouça o que Cristo diz de Sua noiva, em Cantares: "Pomba minha...mostra-me o teu rosto, faze-me ouvir a tua voz, porque a tua voz é doce, e o teu rosto, amável" (Cantares 2:14). Cristo está nos dizendo basicamente, "Quero ver o teu sorriso". Essa é a descrição da tua fisionomia?


Não é Necessário Fazer Suposições 
Quanto ao Porque de 
Não Vivenciarmos Uma Grande Colheita de Almas

Jesus pôs a coisa de maneira simples: "A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos". Mas, por que há tão poucos trabalhadores? As igrejas agora estão empanturradas de crentes que dizem ser Cristo a razão de suas vidas. Milhões de dólares são gastos na construção de centros de adoração por todo lado.
A verdade é, se não somos capazes de colher almas - se as nossas vidas não refletem o poder transformador do evangelho que pregamos - então já anulamos a nós mesmos como trabalhadores. O nosso caminhar com Cristo deveria oferecer prova ao mundo de que as promessas de Deus são verdadeiras. Como obreiros, somos os instrumentos de ceifa nas mãos do Senhor. Nos dias de Cristo, esse instrumento era uma foice - uma lâmina comprida, curva, e com um cabo longo. Era forjada pelo ferreiro, que a punha no fogo, e a seguir sobre a bigorna onde a golpeava e moldava sua forma. Então todo o processo era repetido várias vezes, até que a lâmina cortante estivesse afiada e dura.
O paralelo é claro. Deus está forjando trabalhadores. Ele não está simplesmente golpeando o pecado. E esse processo de forja explica porque os trabalhadores são poucos. A maioria dos freqüentadores de igreja são como os milhares que foram voluntários a ir com Gideão no Velho Testamento. Deus viu o medo em muitos deles, sabendo que não suportariam o fogo, os golpes, a dureza. E dentre os milhares que seguiram Gideão, só trezentos foram escolhidos.
O mesmo acontece hoje. Os que são verdadeiramente chamados  à colheita são chamados a suportar o refinamento, os fogos usados para dar a forma, e o martelar contínuo. Mas não muitos o conseguem.


Os Discípulos Foram Capacitados Por Deus em Sua Missão

Onde os discípulos começaram o ministério? Segundo essa passagem, Jesus os enviou aos oprimidos, aos pobres, aos dobrados sob o pecado e o cativeiro, sob hábitos que controlavam suas vidas.
Penso no ministério Desafio Jovem para recuperação das drogas e do álcool, com seus 500 centros pelo mundo. E penso nos números de outros ceifeiros que foram para outros países, e têm visto milagres de salvação ao ministrar junto aos mais necessitados, aos mais pobres, às pessoas mais presas ao diabo.
Eles estão começando a ceifar exatamente onde Jesus iniciou Sua colheita: entre as ovelhas perdidas, entre os cativos, os de coração partido, os prisioneiros, os leprosos, os cegos, os pobres, os que choram, os de coração pesado, os oprimidos, os transtornados.
Veja as palavras de Paulo: "Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento; pelo contrário, Deus escolheu as cousas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as cousas fracas do mundo para envergonhar os fortes; e Deus escolheu as cousas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são...a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus" (I Coríntios 1:26-29).
Prezado santo, Jesus sabia o quê iríamos enfrentar nesses últimos dias: uma geração impregnada de pecado mais do que qualquer outra...estresse e solidão como nunca antes vividos pelo homem...tragédias financeiras, divórcio desenfreado, homossexualismo militante, imoralidade que provocaria rubor até no pior dos pecadores há só trinta anos atrás.
 
É por isso que Cristo busca trabalhadores que tenham se submetido aos fogos e tenham sido forjados. Ele quer um povo que se levante diante do mundo e proclame: "Deus está comigo! Satanás não pode me deter. Dê só uma olhada para a minha vida; passei por um fogo após outro, moído inúmeras vezes. Mas em tudo isso fui mais do que vencedor através de Cristo, que vive em mim. O que tenho pregado funcionou para mim. Sou uma prova viva de que Jesus é totalmente suficiente!".